quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O SILÊNCIO DO NHECAS



Olá Coelho!

Como já viste bem, tenho estado caladinho que nem um rato e, até agora, estou a conseguir passar despercebido. O problema que se vai levantar, agora, são as discussões sobre as Juntas de Freguesia. Parece que há Concelhos, que reduzindo freguesias, mesmo assim, incrementam a despesa. Eh pá! Eu até tinha feito as contas com o Gaspar, mas sabes como ele é, vai buscar aqueles modelos da universidade e pimba…põe-se a fazer projecções no Excel e depois dá nisto. Eu não tenho problema nenhum em dizer que a culpa é dele, pois, eu não dei esta matéria, lá na universidade.
Já não bastou a bronca dos sete por cento a roubar dos trabalhadores para dar ao patronato e ainda mais isto? Desculpa lá, Coelho…mas tu não tiveste cuidado nenhum. Embora eu não tenha dado esta matéria, na universidade, é de bom senso pensar que dava asneira. Mas, também não vás nessa de tributar os dividendos e operações bancárias. Olha que a malta dos bancos não ia gostar da brincadeira e depois como era? Nós depois de levarmos o país à falência precisamos de emprego na Banca. Eu digo Banca, porque alguns que estavam na banca saíram para a EDP, mas ficaram lá outros. Vê lá se privatizas a Caixa Geral de Depósitos, sempre era mais um espaço para a malta. Mas esta tem piada…os gajos dos bancos sacam a massa ao pessoal e tu ainda queres privatizar a Caixa? É de mestre. Eu compreendo…quando dão dividendos “eles é que sabem”, quando são prejuízos os portugueses pagam. Está bem visto, sim senhor. Oh Nhecas, não devias estar a escrever isto, porque os teus amigos das secretas já não controlam esta coisa e depois, quem é que vai acreditar no que a gente diz? Achas que ainda temos alguma credibilidade, Nhecas? Não te excedas. Mantêm-te calmo, como dizem lá no teu Ribatejo, mantém-te manso, para ver se eu te consigo aguentar no governo.
Ainda faltam quase três anos de governo. Se não cairmos até ao final do ano, já não caímos. Os portugueses têm um espírito sofredor. Aquelas manifestações são mais um motivo para a rapaziada beber, mais umas cervejas. Não se passa nada.
O quê? O Aníbal pediu à brigada do reumático para ir falar com ele? Vais ver que eles vão manifestar todo o apoio ao nosso saque. Nós só temos é de ter cuidado e não ir aos bolsos dos militares. Olha que foi por causa disso que houve o 25 de Abril.
Coelho, um abraço fraterno, aqui do teu amigo de luta, da nossa Jota, o Nhecas.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

PORTUGAL É UM REGIME FEUDAL



A produção feudal própria do Ocidente europeu tinha por base a economia agrária, de escassa circulação monetária, auto -suficiente. A propriedade feudal pertencia a uma camada privilegiada, composta pelos senhores feudais, altos dignitários da Igreja, (o clero) e longínquos descendentes dos chefes tribais germânicos. As estimativas de renda per capita da Europa feudal, colocavam-na num nível muito próximo ao mínimo de subsistência. Pois, não estamos nada longe desta realidade, com a excepção de que a agricultura foi substituída pelos serviços. Agora, o capital continua a pertencer a uma camada privilegiada, em que os senhores feudais são substituídos pelos banqueiros e grandes grupos financeiros. Só que desta vez a renda per capita é muito diferenciada de feudo para feudo. Basta ver as discrepâncias entre a Alemanha e Portugal. Claro, que os restantes feudos da Europa têm de pagar os seus tributos, à Alemanha e à França. À França, sustentando os agricultores franceses, destruindo nos seus próprios países, o sector primário, por contra partida de financiamento para a compra de alcatrão.
Devido ao carácter expropriador do sistema feudal, o servo não se sentia estimulado a aumentar a produção com inovações tecnológicas, uma vez que tudo que produzia de excedente era tomado pelo senhor. Não vejo diferença entre esta situação e a que temos, hoje, em concreto, em Portugal. Não vale a pena trabalhar mais, pois tudo o que se possa trabalhar será confiscado pelos funcionários dos senhores feudais, que, ainda por cima, foram escolhidos por nós, no sistema político do que chamam democracia.
Por isso, o desenvolvimento técnico foi pequeno, limitando aumentos de produtividade. A principal técnica adaptada foi a de rotação trienal de culturas, que evitava o esgotamento do solo, mantendo a fertilidade da terra. No caso de Portugal, já é muito antiga a tradição, do desenrasca, onde está ínsita aquela vontade de fugir daqui – emigração. Nas últimas décadas foi o que os portugueses andaram a fazer. Antes, ainda o faziam de modo próprio, hoje, são compelidos pelo chefe dos funcionários, dos nobres, que os servos elegem, a emigrar.
Para o economista anarco - capitalista Hans Hermann Hoppe, como os feudos eram supostamente propriedade do Estado (neste caso, representado pelos senhores feudais), o feudalismo era, consequentemente, considerado por ele como sendo uma forma de manifestação socialista - o socialismo aristocrático (servismo). Pois, melhor não diria, porque a situação que estamos a viver em Portugal é de um socialismo aristocrático em que os portugueses são os servos. O governo é constituído pelos funcionários da nobreza. São os próprios servos que escolhem os funcionários tributários que lhes confiscam os rendimentos do trabalho.
Na época, os tributos e impostos passavam pela “Corveia”, trabalho compulsório nas terras do senhor em alguns dias da semana. Bom, actualmente, os servos, e em 2011, já trabalharam seis meses para os senhores e torna-se expectável que, em 2013, passe a ser oito meses do ano. Façam bem as contas… mais 7%, impostos aos servos, para um rendimento de trabalho de 1.500 euros brutos, representará, mais um mês e meio de salário líquido
Já quanto à “Talha”, a parte de produção do servo que deveria ser entregue ao nobre, geralmente era um terço da produção. Bom, não me digam que não sabem fazer contas, mas para 2013, a “Talha” que os portugueses terão de entregar aos nobres será superior a dois terços. Estamos a falar de impostos directos. Ficam a faltar todos os outros, os indirectos. É uma grande “talhada”.
Já as “Banalidades” era um tributo cobrado pelo uso de instrumentos ou bens do feudo, como o moinho, o forno, o celeiro, as pontes, etc. Hoje, já não podemos considerar “Banalidades”, porque, as portagens, nas auto-Estradas, nas pontes, as taxas moderadoras, as taxas de disponibilidade, representam, para muitos portugueses, um encargo importante, mensal.
Outro dos tributos era o imposto pago por cada membro da família (por cabeça), a “Capitação”. Bom, hoje, o IRS é mais extenso do que uma cabeça, pois os encargos que existem numa família, com a educação, a saúde, alimentação, vestuário dos filhos e outras despesas, não é proporcional. É uma cabeça a suportar os impostos, dos restantes elementos da família, que ainda não produzem riqueza para os nobres, mas que o servo vai investindo para, um dia mais tarde, disponibilizar, novos servos para criar riqueza para os nobres. Acrescenta a este dado, ainda, todos os portugueses que não trabalham, porque este, não existe ou porque, há portugueses que, não querem trabalhar, contribuindo, deste modo, para o feudo, aliviando a carga fiscal, actual, pois, também, estes, usufruem de educação, saúde, etc.
Com toda esta carga de responsabilidade, a matéria vai-se a baixo e o espírito, necessitava de “compensação”. Havia e há, o “Tostão de Pedro” ou “dízimo” que representava e representa, 10% da produção do servo para a Igreja. Hoje, não existe só uma Igreja. São várias as Igrejas que cuidam do espírito dos servos e que recebem no seu seio, as ovelhas, antes tresmalhados, para a qual, os servos continuam a dispensar, 10% da sua produção.
Depois de todos estes tributos, se o servo pretendia dirimir qualquer conflito, pagava a “Taxa de Justiça”, para ser julgado no tribunal do nobre. Hoje, o nobre já disponibiliza dois tipos de tribunais- o Tribunal Arbitrário ou o Tribunal do feudo. Mas, em qualquer um deles tem de pagar. O Tribunal Arbitrário é só utilizado para as classes nobres, mais elevadas. O servo tem que se limitar ao Tribunal do feudo, pagando, mesmo assim, uma Taxa de Justiça, que representa um modo de retirar a possibilidade, a muitos servos, de ter justiça. Logo, aqui, pergunto-me, se sem justiça, existe algum Estado de Direito.
Outros tributos existiram, hoje, com roupagem diferente, mas havia um, que não posso deixar de abordar… a “Albergagem”. Ou seja, a obrigação do servo em hospedar o senhor feudal, caso fosse necessário. Nos nossos dias é uma obrigação dos servos, albergar e sustentar todos os funcionários do feudo, além dos nobres. E se o servo não pagar, é posto na rua … despejado! Mesmo que dê os seus bens em cumprimento, ainda fica a dever dinheiro ao nobre.
A única diferença que existia entre o regime feudal do século X e o do século XXI, em Portugal, e na maioria dos países da Europa, é que somos nós, os servos, que garantimos por eleição, os funcionários da nobreza. O resto é precisamente igual. Porque, todo o servo que não cumpra será coagido a fazê-lo sobre sérias ameaças de ser um sem- abrigo.
Mas, o nobre, inteligente que é, incutiu, nos servos, a ideia de que este era livre…como se um servo, alguma vez, tivesse liberdade. É sempre propriedade do nobre.
Não me digam que Portugal é uma República, ainda, por cima, com um regime de democracia representativa.
Portugal tem, hoje, um Regime Feudal. E este governo é um conjunto de funcionários, eleitos pelos portugueses, para nos confiscarem os bens e rendimentos de trabalho, a favor de uma nobreza que já nem a brilhantina, no cabelo, lhe dá boa aparência.

sábado, 8 de setembro de 2012

CARTA ABERTA AO SENHOR PRESIDENTE DA REPÚBLICA



Ex. mo Senhor Presidente da República

De acordo com as suas últimas afirmações, V.Ex.ª, anda preocupado com as medidas gravosas do governo, que resultam na falta de equidade na distribuição dos sacrifícios pedidos aos portugueses.
Perante as medidas anunciadas, ontem, pelo Senhor Primeiro-Ministro, espero que a sua atitude, seja, a de não promulgação da lei de orçamento de Estado. Tomo a liberdade de alertar V.Ex.ª, que em face das medidas anunciadas, haverá uns milhares de portugueses que ficarão na penúria.
Quem são estes? São todos os trabalhadores de empresas públicas a quem o governo, já em 2012, cortou o subsídio de férias e natal e que tendo, contratos individuais de trabalho, descontando para a Segurança Social, segundo as palavras do Senhor Primeiro- ministro, irão ver-se, confiscados, de mais um salário. Ou seja, os privados, propriamente ditos, ver-se-ão confiscados de um salário e todos estes milhares de trabalhadores, que não são funcionários públicos, para a generalidades das regalias, são abrangidos pelo estatuto dos funcionários públicos, no que a cortes de salários diz respeito.
Estamos a falar num corte de três salários! Não tenho receio de dizer, a V.Ex.ª, que esta situação é escandalosa e que é um roubo aos trabalhadores, deste subsector do Estado, vergonhoso, e que só pode ser legitimado, “in fine”, por V.Ex.ª, se promulgar o orçamento de Estado, sem acautelar esta situação.
A equidade continua, ainda um pouco abalada…porque não nos podemos esquecer que uma franja importante de trabalhadores do Estado e deste subsector, ainda são afectados pelos cortes dos salários que chegam, no caso dos dirigentes, a mais quinze por cento.
Ou seja, no limite, há trabalhadores deste subsector do Estado irão ter os seus rendimentos de trabalho, confiscados em mais de 34%.
Em contrapartida, V.Ex.ª, ainda não se pronunciou sobre o escândalo das parcerias público privadas, do escândalo, do povo português estar a pagar as margens escandalosas de juros que já ultrapassam a despesa do sistema nacional de saúde. Porque, nunca foi aventada a hipótese do lançamento, por parte do Estado, de títulos do tesouro em que todos os portugueses tivessem de subscrever, com juros mais baixos, do que o Estado está a pagar, mas que, simultaneamente, remunerassem de modo interessante os portugueses? Seria pouco interessante para o sistema financeiro, compreendo. Mas não posso aceitar e V.Ex.ª deveria, de igual modo, defender os portugueses.
Compreendo que é importante salvaguardar, os interesses de todos aqueles, que hoje se encontram nas administrações das empresas que intervieram nesses negócios das parcerias, bem como os bancos que fazem parte desses mesmos consórcios. A alteração das circunstâncias só é válida para os trabalhadores e pensionistas deste país. Logo, não há equidade.
A sensação que tenho, Senhor Presidente, é que os portugueses estão a ser sacrificados para sustentar, talvez, um milhar de interessados, que não deveriam ter a nacionalidade portuguesa, porque na realidade são apátridas.
Acredito que V.Ex.ª terá a consciência da gravidade desta situação, em particular a que diz respeito a todos os trabalhadores de empresas públicas, que não sendo funcionários do Estado, vêm os seus salários confiscados.
Para que fique bem claro, tomo ainda a liberdade de informar V.Ex.ª que os cortes dos subsídios, a estes trabalhadores, o único efeito que tem, é o de aumentar os lucros das empresas, pois o dinheiro retirado aos trabalhadores fica em caixa. É lamentável, Senhor Presidente, ter um governo tão incompetente. Mas, na certeza de que V.Ex.ª honrará o compromisso que tem, com todos os portugueses, estará atento, desta vez, a uma situação particular, mas que afecta milhares de famílias.
Viva Portugal!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

O GOVERNO É UM ATL



A “Jota” ajuda a ganhar experiência e tarimba. Foi o que afirmou Duarte Marques, também ele, um “Jota”. "Aliás o que falta a António Borges é não ter sido “Jota”.
Bom! Isto é, no mínimo, hilariante. Aliás, está a comprovar-se porque, razão, foram dadas as equivalências ao Relvas. O tipo foi da “Jota”. Aliás ele ganhou tarimba nas contas de telemóvel, ganhou tarimba na indicação de moradas várias, para justificar subsídios, enquanto esteve na Assembleia da República. Portanto, estão a ver a tarimba que não dá a “Jota”. Há currículos fantásticos na malta da “Jota”. Um dos currículos que saltou à vista foi de um “Jota” que esteve no gabinete do ministro da educação que incluía, na sua vasta experiência, a presidência da Associação Académica de Trás-os-Montes e o posto de secretário-geral adjunto da JSD. Coitado, acabou por sair quando se aperceberam que afinal a sua qualificação não era a de engenheiro. Pouco esperto, diria eu. Podia ter pedido equivalências, embora lhe faltasse a experiência no Rancho Folclórico dos Pauliteiros de Miranda.
Avaliar estes tão dignos assessores pela idade é injusto. Pois, eles muito cedo, começam a ter experiência da vida do desenrasca na “Jota”. Desde os gangs do multibanco para pagar quotas de militantes para votar, até outras aldrabices. Vejam o caso do próprio Duarte Marques. Um rapaz cheio de experiência, pois com 27 anos de idade, já tinha trabalhado seis anos em Bruxelas. Ou seja, desde os 21 anos que iniciou a sua tarimba. Ou foi assessor do Durão Barroso ou era porteiro na Instituição. Acredito mais que tenha começado como porteiro, onde sempre se abrem portas para um futuro promissor. E cá está ele!
Já o Catroga, embora não tenha andado na “Jota”, porque já não tinha idade para isso, não deixa de ser um bom exemplo do que se ensina na Universidade de Verão. Tanto que, foi o escolhido pelos Chineses, pela sua capacidade linguística. Embora a sua linguagem, inclua pentelhos, o que só demonstra a sua modernidade, não diz os disparates do António Borges, que deveria ter sido “Jota”.
Uma notícia destas, publicada no jornal público e defendida pelo “experiente” presidente da “Jota” só demonstra o hilariante, mas simultaneamente, a tristeza de estarmos rodeados de “Jotas”. As nomeações não são muitas, pois só no gabinete do Coelho são 66. É o governo mais pequeno, desde que estamos em democracia. Nem Salazar conseguiria poupar tanto!
Por isso, não me admira que estejam a brincar, com o meu país. São só putos no governo e um dos mais idosos, António Borges, falta-lhe a experiência da “Jota”.
Poderá haver portugueses que não se sintam incomodados. Eu estou…nunca gostei de ter ao colo, os putos a mamar, com as fraldas mijadas.

domingo, 26 de agosto de 2012

A INCOMPETÊNCIA E A FALTA DE VERGONHA



Para a realização das grandes negociatas consegue-se, sempre, ultrapassar a Constituição da República. Tal como já afirmei, Portugal, não é um Estado de Direito.
Pela primeira, a RTP, vem discordar das orientações do governo. Pois pudera…
O governo permite-se concessionar, dando o dinheiro que nos é sacado na factura da electricidade, aos privados, garantindo deste modo que o futuro concessionário tenha garantido um lucro de vinte mil milhões. Esta modalidade de negócio já não é novidade, pois a garantia de rendibilidade dos negócios tem sido um apanágio nas famosas parcerias público-privadas. E depois, observamos a grandes ordenados de adjuntos e administradores, provenientes dos governos, “camaradas” ou “companheiros”.
Depois de todos os escândalos, já vividos em Portugal, é preciso não ter vergonha, nenhuma, para gizar negociatas desta natureza. E ainda por cima é um consultor, principescamente bem pago, António Borges, que vem dar a notícia, num canal da concorrência. Com este governo tudo é possível. Posteriormente, vêm para as redes sociais dar a ideia que estão a fazer um bom trabalho, com este plano de concessionar uma televisão pública. Estou farto desta política para parvos. Este governo deve ter estar a pensar que somos todos licenciados por equivalências.
Pena é, que nas próximas eleições, para a Assembleia da República, não haja um boicote generalizado, às mesmas. Este regime político tem de acabar, para bem de Portugal.
Como é que é possível, usar dinheiro dos contribuintes portugueses, para sustentar um negócio, de uma concessão, de uma televisão que deveria ser pública? Se querem privatizar que não utilizem mais o nosso dinheiro, como o fizeram no BPN, já depois da banca rota deste banco. Não nos roubem mais…
Mas, mais escandaloso foi o confiscarem os salários dos funcionários públicos, em dois mil milhões de euros e falharem a previsão das receitas, em mais de três mil milhões. Isto significa que só conseguiriam alcançar o défice de 4,5%, se tivessem, também, espoliado os trabalhadores privados dos dois salários.
Além de negócios sem vergonha, a incompetência, deste governo, é gritante!

domingo, 12 de agosto de 2012

CARTA ABERTA AO PRIMEIRO-MINISTRO



Ex.mo Senhor Primeiro-Ministro

O senhor pode ter muitos defeitos, mas tem uma qualidade que admiro, pena é, que seja à custa dos portugueses...é solidário com os seus amigos.
Todos os portugueses sabem que o senhor chegou, onde chegou, pela carreira que fez na Jota do seu partido. Mas, muitos outros, que o acompanham, no governo, são colegas de percurso na jota do seu partido ou jotas do CDS.
Qualquer um dos elementos que compõem o seu governo, tiveram e têm uma vida muito difícil, de agarrar o pau da bandeira, do partido.
O senhor prepara-se para dar um golpe de morte nas empresas municipais, propondo, na sua maravilhosa lei, que um administrador tenha como vencimento, o mesmo que um Vereador.
É evidente que esta política poderia ser aceite, se não fosse o senhor, o protector de um bando de putos, da sua jota partidária, a ter vencimentos de cinco mil euros/mês. Rapazinhos com vinte e oito anos de idade, que tal como V.Ex.ª, estão a começar a vida pelo topo.
Acredite que a responsabilidade de um administrador numa empresa municipal é, eventualmente, até maior que aquela que V.Ex.ª tem no governo. Porque a si, ninguém lhe pede responsabilidades civis e penais, da sua actividade, como ministro. Aliás, o senhor até fez um governo de coligação com um ex-ministro da Defesa que comprou submarinos para a defesa da invasão de Portugal, pelos mouros, cujos documentos desapareceram. Qual a penalização para este acto? Não sou eu que o digo...é a PGR.
É muito fácil fazer demagogia com o dinheiro dos outros... principalmente, quando pensamos, que só pelo facto de termos os miúdos, das jotas, satisfeitos, conseguimos manter-nos no poder.
Tal como eu, todos os administradores de empresas municipais vão ter de ser licenciados, mesmo que sejam em psicologia do desporto ou qualquer outro curso análogo.
Na realidade, pessoalmente, nunca tive habilitações académicas ou outras que me dessem equivalências, para uma licenciatura...
Porque tenho dois cursos superiores, um dos quais com a suficiência investigadora, no doutoramento em direito privado, pela Universidade de Salamanca... não foi tirado na universidade, ali da esquina. De finanças também nada sei, além da formação que realizei no INSEAD.
Claro, aquilo que me falta é a experiência, que os seus adjuntos, com vinte e oito anos de idade, têm.
Desculpe, senhor primeiro-Ministro...mas, com cinquenta e oito anos de idade, com mais de vinte anos de experiência, em empresas multinacionais, docente universitário e cinco a dirigir uma empresa, cuja solvibilidade é de 8 (ou seja, por cada euro que se deve, a empresa tem oito, para pagar), acho que o senhor deveria ser despedido por justa causa. Enganou a sua entidade patronal. Não está a ser leal com a mesma...o senhor e todos os seus colegas da jota.
Já que ninguém diz que tem, eu tenho vergonha de ser desgovernado por V.Ex.ª.
Já agora, os meus cumprimentos ao seu colega da jota e de governo, que algum dia deve ter pensado que era o Novo Mouzinho da Silveira...

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

AMIGOS PARA SEMPRE



Meu querido Nhecas

Tu sabes bem que o difícil é passar esta tormenta de ser ministro. Já tinhas sido secretário de estado. Enfim, nessa posição é-se menos exposto ao falatório.
Mas, depois, de sairmos do governo, sabes bem, que teremos as nossas compensações. Olha o Catroga, o Leite, o Ferreira, o Mexia e tantos outros que, hoje, estão muito bem na vida.
Qualquer um de nós pode ter um lugar à sombra num Banco, numa Companhia de Seguros, numa grande construtora, na EDP, na GALP, etc. Enfim! Empresas onde eles possam pagar por em cima de meio milhão de euros por ano.
Evidentemente, que neste contexto, em que estamos a preparar a renegociação das PPP, será mais difícil irmos para uma empresa de construção civil, embora, eles não estejam chateados connosco, porque estamos a manter as percentagens de rendibilidade. O que estamos a fazer é dizer que eles não fazem a conservação e outras coisas que podem custar muito dinheiro. Não te preocupes com isso. Quando as estradas começarem a dar problemas já nós não somos governo. Agora, os juros é que não, porque os nossos amigos banqueiros, aqueles que já eram banqueiros antes do 25 de Abril, ficariam chateados. Tu sabes. Sempre foi assim. A promiscuidade que há entre o poder político e o poder financeiro.
Antes do 25 de Abril tivemos o condicionamento industrial. Agora, a política é outra. Nós fazemos obra, os gajos emprestam o dinheiro para as ditas e nós fazemos os que eles querem. Ganham eles e ganhamos nós.
Agora, podias ter evitado essa porcaria da licenciatura. Eu sei. Não tiveste tempo de estudar. A jota absorvia todo o teu tempo.
Mas deixa lá, porque ao fim e ao cabo, também são só umas dezenas, que pedem a tua demissão. Mas, garanto-te, que mesmo que fossem centenas eu não te demitia.
Amigos, para sempre!

PS: Vou aproveitar as férias para descansar um bocadinho. Encontrei aqui os gajos do PS de Tomar que estão chateados contigo por causa das contas telefónicas. Vê se ganhas juízo.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Keynes, Friedman e os outros…



A escola keynesiana fundamenta-se no princípio de que o ciclo económico não é auto- regulado como pensam os neoclássicos, uma vez que é determinado pelo "espírito animal" (animal spirit no original em inglês) dos empresários. É por esse motivo, e pela incapacidade do sistema capitalista, conseguir empregar todos os que querem trabalhar, que Keynes defende a intervenção do Estado na economia.
Durante a crise financeira de 2007-2010 vários economistas, keynesianos, como James Galbraith e Joseph Stiglitz responsabilizou a filosofia do mercado livre de Friedman e a Escola de Chicago pela turbulência económica.
Depois da morte de Friedman em 2006, keynesiano ganhador do Prémio Nobel, Paul Krugman, elogiou Friedman como um "grande economista e um grande homem", mas criticou-o, por escrito, que "ele deslizou com muita facilidade em reivindicar tanto que os mercados sempre funcionam, quando os  mercados funcionam, apenas”.É extremamente difícil encontrar casos em que Friedman tenha reconhecido a possibilidade de que os mercados poderiam dar errado, ou que a intervenção governamental poderia servir a um propósito útil ".
Pois, leva-me a acreditar que depois de ambas as experiências, a solução está no bom senso e no meio destas duras teorias. Ou seja: deixar o mercado funcionar, regulamentando, de modo assertivo, o mesmo, mas o Estado não pode deixar de estar presente na economia, principalmente em sectores em que o espirito animal, não olha a meios, para criar e alimentar as crises que assistimos, como sejam as organizações, ditas Bancos de Investimento, que formam e distribuem, por todo o mundo, os seus fiéis seguidores, como a Goldman Sachs. E um dos exemplos que podemos tirar da gaveta, no caso português, chama-se António Borges. Estamos a falar da privatização de empresas e das parcerias público- privadas…
Foi encarregado pelo Primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, para liderar uma equipa que acompanhará, junto da Troika, os processos de privatizações, as renegociações das parcerias público-privadas, a reestruturação do sector empresarial do Estado e a situação da banca, anteriormente da competência do Ministério da Economia e de Álvaro Santos Pereira.
Em 2011, Borges ganhou 225 mil euros livres de impostos. Defende que reduzir salários "é uma urgência".
Até à data, e já lá vai um ano de governo, ainda não se verificaram alterações, significativas, nas Parcerias Público- Privadas, que nos hipotecam até 2051. Já no próximo ano, são mais dois mil milhões de euros. Nos próximos dez anos, vamos pagar mais 12 mil milhões de euros, só na derrapagem das parcerias público- privadas, fora o resto.
Até quando, vamos continuar a assistir a esta política?

Recordando uma das muitas, já famosas, afirmações do nosso Primeiro –Ministro, não posso deixar de postar esta declaração, de Friedman. Como não temos país, para dividir em condados ou em regiões, com a excepção da Madeira e Açores, como foi recomendado…resta-nos emigrar!

"Se o governo deve exercer poder, é melhor que seja no condado do que no estado; é melhor que seja no estado do que em Washington. Se eu não gostar do que minha comunidade faz em termos de organização escolar ou habitacional, posso mudar para outra e, embora muito poucos possam tomar esta iniciativa, a possibilidade como tal já constitui um controle. Se não gostar do que faz o meu estado, posso mudar-me para outro. Se não gostar do que Washington impõe, tenho muito poucas alternativas neste mundo de nações ciumentas." (Milton Friedman)
Introd. de "Capitalismo e Liberdade". 

sexta-feira, 27 de julho de 2012

PORQUE NÃO GOSTAM DO NHECAS?



Oh Nhecas! 
Dizem que és o politico mais desprezado pelos portugueses. Porque é que será? Não acredito que seja só pela licenciatura, que fizeste num ano, porque isso, até demonstra, a tua grande capacidade de iniciativa, inteligência e vontade de vencer na vida. É claro que tinhas de ser licenciado. Eu compreendo. Quando se faz uma lei, em que se determina que um gestor de uma empresa pública tem que ser licenciado, não ficava bem, não seres, quando, já eras Doutor, nas inaugurações, que fizeste, em 2004, embora só tenhas acabado o curso em 2007. A isto, chama-se previsão. É disso que o país precisa…politicos com previsão.
Será por causa das contas caladas de telemóvel e o facto de dares a residência de Tomar, quando vivias em Lisboa, para sacares o subsídio?
Já sabes que isso, para mim, não conta. Não troco um ministro como tu, com previsão de futuro, por um qualquer “Técnico Especializado” ou “Assessor” a ganhar cinco mil euros por mês, quando tu queres que os administradores da empresas Municipais, ganhem três mil euros. Tens razão. Um Assessor tem responsabilidades civis e penais, muito mais gravosas do que um administrador de uma, qualquer, empresa municipal. Além disso, um Assessor é um Assessor. Um Técnico, altamente especializado, normalmente, com 25 ou 28 anos de idade, com uma larga experiência na jota do partido, que dá todas as garantias de sucesso. Aliás, está-se a ver, o caminho, para o sucesso que estamos a ter. Só, esses comentadores, de meia –tigela, que andam por aí é que não vêm que nós somos desprendidos do poder. Lembras-te do Cavaco? Ele disse a mesma coisa e tinha um governo minoritário. “Que se lixem as eleições”.
Não achas que foi bem jogado? É que tu, estás um pouco fora de jogo, ainda por cima, depois da merda das freguesias e das empresas municipais, tens que vender a RTP e isso pesa.
Já andam para aí a dizer que venderes a RTP é o mesmo que pôr o Dias Loureiro a tratar da privatização de parte da Caixa Geral de Depósitos. Não me digas que também gastas muito dinheiro nos vestidos, para a senhora, e o que ganhas, como ministro, não te chega?
Olha. Recebe um abraço fraterno do teu amigo e eu por mim, vou fazer os possíveis e impossíveis, para acabares o negócio da RTP.
Até breve!

quinta-feira, 19 de julho de 2012

O GOVERNO ESTÁ À RASCA



O governo está à rasca. Preocupado com o aumento de 25% do IMI, no próximo ano. Coelho diz que é um bocadito, mas que os portugueses têm de aguentar. Aliás, este imposto é só para os proprietários. Ora, se há proprietários é porque têm dinheiro. Esta foi a conclusão a que chegou o Coelho.
Entretanto, Coelho confrontado com os juros da divida disse: temos que honrar esta coisa, “custe o que custar”. Pronto, são os capitalistas que possuem propriedades, que vão ter de ajudar. Foi -lhe colocada a questão do Estado lançar obrigações de divida, no mercado interno, para que os portugueses, em vez de andarem a pagar impostos, comprassem obrigações, que poderiam ser remuneradas a 4% ao ano, em vez, dos mais de 7% que o Estado paga ao FMI. Coelho respondeu que não era a mesma coisa. Pois, assim, deixava de ter o pretexto de cortar no SNS, porque reduziria para cerca de metade os juros da divida.
Mas, entretanto, Coelho prometeu, que embora, este ano, ainda não tenha tido a oportunidade de cortar nas PPP, no próximo ano irá cortar mil milhões de euros. Porque, as PPP, até não são assim, muito importantes. Estima-se que o custo liquido de todas as PPP até ao final dos contratos só ultrapasse 20% do PIB actual, ou seja, mais de 33 mil milhões de euros, a preços correntes. Mas, estes ajustamentos não serão feitos nos juros leoninos que pagamos. Vão ser feitos, reduzindo os serviços e custos de manutenção. Não há dúvida que este governo além de gente competente, não está nada comprometida com os grandes grupos económicos. Eu sei…não se consegue ser ministro toda a vida e até é um lugar ingrato. Só fazem este frete para poderem garantir o futuro. O vosso futuro! Não os dos portugueses, porque esses, é que vão ficar, mesmo à rasca.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

PORTUGAL, JÁ NÃO É UM ESTADO DE DIREITO (VERSÃO II)



Este país está, completamente, a saque por um grupo de rapazolas que se acham imunes a todas as atrocidades que têm vindo a cometer, violando a Lei fundamental, do País, diariamente.
Depois do escandaloso acórdão, do Tribunal Constitucional, que declara uma inconstitucionalidade, para o futuro, são os expertos dos assessores do gabinetes ministeriais, que invocando o facto de o subsídio de férias ser respeitante a 2011, data em que iniciaram funções, receberem o respectivo, subsídio de férias.
Seus idiotas, encartados! Nós não somos estúpidos. Muito menos eu. As minhas férias, melhor dizendo, o meu subsídio de férias, também diz respeito a 2011. A lei não tem efeitos retroactivos. Fonix. Para uns tem, mas para vocês não tem.
Ou há moralidade ou comem todos! Estou cansado de vos aturar…
Este governo tem sido a maior entropia a qualquer desenvolvimento, neste último ano. Vão a bardamerda com o memorando.

Já chega de justificações para a vossa incompetência.

CARTA DO NHECAS AO COELHINHO



Coelhinho!

Espero que te encontres bem. Tu não ligues, ao que andam a dizer sobre a licenciatura do teu amigo, Nhecas. Vê tu bem, que até tentaram insinuar, que havia aqui interesses porque fizeste a tua campanha, num edifício pertencente à Universidade.
Eu já tinha ficado chateado com aquelas declarações da Helena, quando a mesma disse, que para arranjar uns dinheiros da EU, lá para a Ordem, ela tinha que entregar o trabalhinho à tua empresa de marketing e comunicação.
Eh pá…se um tipo investe, é porque investe. Se não investe é porque não investe. Ao fim e ao cabo, é-se preso por ter cão e por não ter. Estes portugueses são é uns ingratos. Não percebem que eu, com a licenciatura, fico muito mais preparado, para trabalhar ao Sábado, sobre o projecto da privatização da RTP. Eu bem poderia estar quieto aos sábados e dedicar-me, agora, ao mestrado, mas não, esforço-me, como tu sabes, para que o país ande para a frente. Para que haja cada vez mais, transparência, tal como eu faço no Facebook. E para que não digam que eu estou metido em mais alguma alhada, vou entregar o controlo, desta, RTP, ao Borges. Quem é o Borges? Está bem. Como o Borges não é ministro, esqueceste-te que faz parte do governo.
- Nhecas, como é que tu querias que o Borges, mamasse 225 mil euros, por ano, livre de impostos e pudesse acumular outras coisas, se fosse nomeado, mesmo, ministro? Tens cada uma!
Tens que te preparar para o debate, porque a oposição não vai nessa da balança comercial… é que as projecções, do Banco de Portugal, colocam o País à beira da recessão mais longa desde 1945 e cumprir o défice “custe o que custar”, obrigará a mais austeridade. Não me devo preocupar com isso? A austeridade é só para os outros? Assim, está bem. Estava a pensar que também nos tocava a nós e aos nossos amigos. Sendo assim, vai para a Assembleia com essas tretas, porque no que diz respeito à maioria do eleitorado, eles comem tudo.
Prepara-te, também, que eles vão falar da destruição, desde 2008, de 600 mil postos de trabalho. Já sabes…pões a culpa no anterior governo. Como é desde 2008,2009, 2010, 2011 e 2012, nós só destruímos 500 mil. Não é mau, comparativamente, com o anterior governo.
Recebe um abraço fraterno, do teu amigo Nhecas, e boa sorte para hoje.

PS. Este sábado não vou trabalhar sobre o dossier da RTP. Vou até à praia.

terça-feira, 10 de julho de 2012

A LICENCIATURA DA D.ª HORTELINDA



A D.ª Hortelinda, dedicada empregada doméstica, veio ter comigo para que eu a pudesse elucidar, sobre estas novas modalidades de tirar uma licenciatura, pelas equivalências que se podem obter, entre a vida profissional e a realização das cadeiras, necessárias, à obtenção da mesma.
Disse-me a D.ª Hortelinda:
- Vai para mais de trinta anos que comecei a trabalhar como empregada doméstica. Sabe, no mê tempo, nem todos tinham possibilidade de fazer a 4.ª classe e foi o mê caso. Quando terminei a 3.ª classe, mê pai, pôs-me a trabalhar na casa dum senhor “diputado”, que era, também, ingineiro.
Desde os 13 anos de idade que mê pai me pôs a trabalhar. Fui aprendendo com a vida. Primeiro, comecei na técnica de esterilização das casas de banho, incluindo o "cagatório". Sim, porque o cagatório tem preceitos. Deve ser limpo com um piaçaba. O piaçaba deve ser utilizado na vertical, rodando o mesmo da esquerda para a direita, para contrariar a falta de inércia das farturas que ficam coladas, na mesma. Só depois, se deve abrir a água, de modo, que o consumo da mesma, não seja exagerado, pois, desde piquenina que me ensinaram que a água é um bem precioso. Por outro lado, devemos pensar que muita água misturada com as farturas é uma poluição grande. Temos de proteger o ambiente. Sou muito sensível ao ambiente. Aliás, tenho muito cuidado com a alimentação do mê canito, que quando come coisas que não são habituais, dá cada bufa, que não sei se lhes conte. Mas, o pior que o mê patrãozinho me podia fazer, era depois de ter limpo, o “cagatório”, ele fazer xixi e pingar a tábua. Lá ia eu limpar aquilo. Porque as urinas estão carregadas de ureia e cheira muito mal. Embora, a gente utilize a ureia para adubar as batatitas. Mas, isso é outra coisa.
Depois comecei por aprender a cozinhar. Cozidos, fritos, grelhados … eu sei lá. Cada uma com uma técnica própria. Desde o balançar do tacho, aos ingredientes utilizados, aos “cudimentos”. Mas, o que é importante é a intensidade do bico do fogareiro. Se for muito alto, pode esturricar a comida, se for muito baixo, leva mais tempo a cozinhar e gasta mais “pitrole”. E o “pitrole” também tem que se economizar. Vem lá das arábias e há poucachinho. Portanto, desde piquenina que fui introduzida na economia. Mas, de que vale tudo isto, se depois não apresentamos bem o produto, na travessa? É que os olhos também comem. Eu, inicialmente, não percebia isto, mas depois, explicaram-me que é uma questão de marketing (não sei se é assim que se diz). Ou seja por causa do marketing que é aquela ciência que nos ensina que temos que ter o olho aberto, e que estes são os primeiros a comer, que eu me debrucei nas várias técnicas de bem-fazer travessas. Li muitos livros sobre isto.
Ultimamente, até tive de aprender inglês técnico, porque cada vez mais, há produtos de pacote que vêm todos escrivanhados em inglês.
Tem sido uma vida de aprendizagem. Nos últimos tempos, até fui fazer um curso de informática, para aprender a fazer as contas e o orçamento de casa, no computador. Disseram-me que já não se conta pelos dedos e eu como sempre fui muito aberta às tecnologias lá fui aprender. De tal modo me entusiasmei com a informática que até abri uma página no “face a book”. Já tenho mais de cinco mil amigos…gajos e gajas que nunca vi de lado nenhum. Mas, disseram-me que isto é que era bom e que devia vender a minha imagem com transparência e então lá estou.
Mas, veja, vossemecê, que agora pensei em tirar uma licenciatura. Pedi ao senhor “ingineiro” que me ajudasse. Fiz, de modo bem descritivo, todo o meu curriculum profissional e pedi as equivalências.
Disseram-me que sim que iriam avaliar o meu percurso profissional, mas, agora, disseram-me que tinha de fazer alguns exames, mas que não demoraria mais do que um ano, atendendo à experiência que eu tinha na área do ambiente, da economia, do marketing, da informática e do curso de inglês, acelerado, que eu tinha feito, mas que tinha de fazer exame a:
- Anatomia das portas dos armários da cozinha;
- Evolução das bactérias fecais e o seu tratamento ambiental;
- Introdução à teoria da dialética materialista;
- Estatística dos resíduos da cozinha na influência do ambiente
- O “pitrole” e o Mundo Árabe
Não me importo de fazer estes exames, mas, o pior, é que eu queria, era ser licenciada em “ingineira” do ambiente, mas eles dizem que isso não, mas que seria licenciada em Ciência Política. Porque, tudo o que eu fiz, ao longo da minha vida, foi ao fim e ao cabo, política caseira.
Estou triste…mas, o mê patrão ficou todo contente e disse-me:
- Era o que me faltava Hortelinda, seres “ingineira” como eu…Agora, doutora em Ciência Política tudo bem. Ouvi na televisão que ainda há pouco tempo, alguém que mexia, como tu, em merda, também se tinha licenciado em política.
Eu respondi-lhe:
-D.ª Horterlinda, tem mais possibilidades na vida, licenciada em Ciência Política, do que como “ingineira”. Ainda pode ser ministra!

sábado, 7 de julho de 2012

PORTUGAL JÁ NÃO É UM ESTADO DE DIREITO



Portugal, mais do que nunca, já não é um Estado de Direito.
Assistimos, nestes últimos tempos, a um completo atropelo à democracia.
Em primeiro lugar, um governo que “custe o que custar”, fez aprovar um Orçamento de Estado, com normas inconstitucionais, que retiravam, exclusivamente, aos funcionários públicos, o seu direito ao subsídio de férias e de natal. Quem deveria velar pelo cumprimento da Constituição e que a jurou, o Presidente da República, sabendo que era inconstitucional algumas das normas que retiravam o direito ao subsidio de Férias e de Natal, dos funcionários públicos, e a todos aqueles que trabalham no universo nebuloso de uma função pública que de facto, não o é, porque são trabalhadores com contrato individual de trabalho. Refiro-me aos trabalhadores, dos Institutos Públicos e Entidades Empresarias do Estado, que tão pouco beneficiam de algumas, poucas regalias, que possuem os funcionários públicos.
O governo quando fez aprovar a Lei do Orçamento de Estado, tão pouco se preocupou se na eventualidade, não estaria, nalgumas e muitas situações, em vez de retirar dois salários, numa família, se não estaria a retirar quatro salários.
E é fácil de ver. Se num casal, trabalharem os dois na administração pública, são menos quatro salários que vão entrar na família. É de uma violência, sem memória. Tudo isto para manter intocáveis os interesses dos grandes grupos que continuam a transacionar na bolsa, a colocar dinheiro em offshores, sem pagarem, absolutamente nada, ao tesouro do Estado.
Esta medida, afecta, além dos proveitos, a reforma desses mesmos trabalhadores, pois esse dinheiro, não é sequer passível de descontos para a mesma.
Numa Entidade Empresarial do Estado que nada tenha a ver com o Orçamento do Estado, porque se providencia, a si própria, com os seus resultados operacionais positivos, o dinheiro fica na empresa. Não paga impostos, não contribui para a segurança social, nem para o trabalhador. Limita-se a engrossar os lucros da empresa.
Foi preciso um grupo de deputados da ala esquerda da Assembleia da República, solicitar a fiscalização da Lei, para que o Tribunal Constitucional viesse, seis meses depois, declarar a inconstitucionalidade, para o futuro.
Não sei, pelas prerrogativas que dá, a Constituição, porque razão o Tribunal não declarou a inconstitucionalidade, só para lá de 2015.
Recordo que o governo começou por dizer que a suspensão do pagamento dos subsídios era para 2012 e 2013, para mais tarde vir a transmitir pela comunicação social, que representa a voz do dono, que talvez lá para 2018 estivessem já repostos os referidos subsídios.
Salvo melhor opinião, é agora, o Tribunal, a manter uma inconstitucionalidade, durante o ano de 2012. Na minha terra, chama-se, uma no cravo e outra na ferradura.
Claro, que neste momento, o Tribunal, abriu a porta ao governo para poder corrigir as asneiras que tem vindo a cometer, pois no primeiro trimestre deste ano, o défice já tinha crescido 0,5%, comparativamente, ao período homologo de 2011.
Agora, vai ser o fartar de vilanagem! A partir do momento em que se perdeu a vergonha e vale tudo para atropelar a Constituição, resta-nos aguardar que o regime político caia de podre.
Ainda ontem, ouvi um senhor deputado do CDS a dizer na Assembleia da República que agora tínhamos o Tribunal a fazer Orçamentos. Bom, disto desta maneira ou de outra, o sentido é este, e a única coisa que posso dizer é que este senhor deputado é um imbecil...tal como, o senhor Secretário de Estado que emitiu a sua opinião de que os doentes com cancro em determinadas situações não deveriam ter apoio do SNS. Este senhor Secretário de Estado, incentivou à pratica de homicídio, pelos seus colegas, médicos, no SNS.
Que Primeiro –Ministro tem este país, que é capaz de pactuar com gente deste calibre?
Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és!