quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

SOMOS UM ESTADO POLICIAL


Sempre afirmei que estamos num Estado Policial. Temos Polícia para tudo. Ora, tanta Polícia só é possível, num Estado repressor. Num estado, que democraticamente não consegue governar para o povo, que o elege. A única forma é a repressão.

O que é a Policia? Polícia é a denominação das instituições governamentais incumbidas da aplicação de determinadas leis. Leis que são destinadas a garantir a segurança de uma colectividade, mantendo a ordem pública e realizando a prevenção do cometimento de crimes.
O termo provém do vocábulo grego (quaot;politeiaquot). Governo de uma cidade, administração, forma de governo. Ela está presente em todos os países, com funções de prevenção e de repressão ao crime e manutenção da ordem pública, através do uso, se necessário, da força, fazendo respeitar e cumprir as leis.
Ora, em Portugal, quantas Polícias temos?
Comecemos pela Polícia Marítima que é uma força policial armada e uniformizada, dotada de competência especializada nas áreas e matéria atribuídas ao SAM e composta por militares da Marinha e agentes militarizados.
SAM significa “Sistema da Autoridade Marítima”. Entende-se por sistema da Autoridade Marítima o quadro interdepartamental formado pelos órgãos ou serviços de nível central, regional ou local, com funções de coordenação, executivas, consultivas ou policiais.
Ora, entre as entidades civis e militares que exercem o poder de autoridade marítima, encontra-se a AMN (Autoridade Marítima Nacional e a Policia Marítima).
Da composição do Sistema da Autoridade Marítima temos o Ministério da Defesa, Ministério do Ambiente, Ministério dos Transportes Ministério da Justiça, Cultura, Saúde, Economia, Pescas, Administração Interna, Trabalho, Negócios Estrangeiros. É coordenado pelo Ministro da Defesa.
Entre as suas atribuições, temos a segurança e controlo da navegação, preservação e protecção dos recursos naturais, preservação e protecção do património cultural subaquático, preservação e protecção do meio marinho, prevenção e combate à poluição, prevenção e repressão da criminalidade, nomeadamente no que concerne ao combate ao narcotráfico, ao terror da pirataria, prevenção e repressão da imigração clandestina, entre outras.

Já quanto à Polícia de Segurança Pública, designada por PSP, é também uma força de segurança uniformizada e armada, com natureza de serviço público. Tem por missão assegurar a legalidade democrática, garantir a segurança interna e os direitos dos cidadãos.
 Já a Guarda Nacional Republicana é uma força de segurança de natureza militar, constituída por militares organizados num corpo especial de tropas e dotada de autonomia administrativa, com jurisdição em todo o território nacional e no mar territorial. Apesar de ter sofrido os reflexos directos dos períodos de crise ou de ameaça à ordem e à segurança, aumentando ou diminuindo os seus efectivos, com variações de amplitude da ordem dos 8 mil efectivos, manteve, contudo, como características, praticamente, inalteráveis e fundamentais, a sua organização militar, a dupla dependência governamental do Ministro da Defesa e da Administração Interna e a sujeição ao Código de Justiça Militar. Pela sua natureza e polivalência, a GNR encontra o seu posicionamento institucional no conjunto das forças militares e das forças e serviços de segurança, sendo a única força de segurança com natureza e organização militares, caracterizando-se como uma Força Militar de Segurança.
Depois temos a Polícia Judiciária que tem como primeiro antecedente a Polícia Cívica, criada por D. Luís, em 2 de Julho de 1867, na dependência da Justiça do Reino, cujos comissários, enquanto oficiais da polícia judicial, teriam a seu cargo descobrir os crimes ou delitos ou contravenções, coligir provas e entregar os criminosos aos tribunais. A Polícia Judiciária tem por missão, nos termos da sua Lei Orgânica e da Lei de Organização da Investigação Criminal (LOIC), coadjuvar as autoridades judiciárias na investigação e desenvolver e promover acções de prevenção, detecção e investigação da sua competência ou que lhe sejam cometidas pelas autoridades judiciárias competentes. As competências reservadas da Polícia Judiciária em matéria de investigação criminal encontram-se definidas, nomeadamente, nos arts.7.º e 8.º da LOIC - Lei n.º 49/2008 de 27 de Agosto.
Mas, como não bastavam estas polícias, foi criada uma nova polícia…A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).É a autoridade administrativa de Portugal especializada para as áreas de segurança alimentar e fiscalização económica. A ASAE é um órgão de polícia criminal, dependente do Ministério da Economia, responsável pela avaliação e comunicação dos riscos na cadeia alimentar, bem como pela disciplina do exercício das actividades económicas nos sectores alimentar e não alimentar.
Entretanto, todas estas polícias são insuficientes para assegurar o controlo da população, nas suas diversas vertentes. E, então, dotam os funcionários da Autoridade Tributária e Aduaneira, como “policias”. Inclusive, adoptando o critério dos “informadores”. Ou seja, todos aqueles que à paisana, entram nos estabelecimentos comerciais e vão investigando se estes “passam facturas”. Só foi pena que não tivessem dotado, também, os funcionários do Banco de Portugal de autoridade Pública, para que não tivéssemos a calamidade dos roubos de milhares de milhões, no BPN, no BPP e por último no BES. Foi a falta de autoridade pública que fez com que a supervisão do Banco de Portugal tivesse vindo a falhar. É muito melhor, ter um “investigador”, ou “informador” a verificar se o café do Tio “Febras” ou o cabeleireiro da Tia “Chica Pardoca” passou factura.
Mas, não ficamos, ainda, por aqui. Ainda temos as Polícias Municipais. Que além das competências, de regular o trânsito e os estacionamentos ilegais, são, constituídas, como centro de receitas, para verificar a violação do fecho de marquises, dos anúncios que não pagam licenças ou dos cães sem licença.
Por último, temos a “nossa” polícia de investigação e de informação do Estado. Esta funciona para salvaguardar Portugal, das intentonas terroristas, como o 11 de Setembro. Foi graças a eles que não tivemos aviões da TAP contra as Torres das Amoreiras. A juntar às polícias militares... militares aéreas, militares terrestes e da marinha. Mas estas são um privilégio dos militares.
Em resumo, a maioria destas polícias, pouco asseguram a ordem interna. Elas são sim, entidades organizadas para repressão do contribuinte, realizando cada vez mais, receitas necessárias ao Governo Central, pela sua incompetência na reorganização estrutural do Estado, nas suas funções. Polícias e mais polícias que garantem receitas, nos anúncios publicitários, no controlo do chamado excesso de velocidade, em auto-estradas, com radares camuflados, no cidadão que o Estado quis colocar como “informador” das aquisições sem factura. E tudo isto, porque os impostos são cada vez mais obscenos e convidativos à fuga, para continuar a permitir governos carregados de assessores, especialistas, com vencimentos de 4.000 euros, mais de 30 viaturas ao serviço do gabinete do primeiro-ministro, ou à multiplicação de organismos que não fazem mais do que complicar a vida ao cidadão. Todos eles necessitam de receitas para sobreviverem. E o cidadão deixa de ser cidadão e passa a ser um mero número de contribuinte.
E porque tudo isto só é possível de obter, do cidadão pela força, em todas as actividades ,  tem-se que gerar receitas, sendo necessário criar uma Polícia ou uma autoridade pública, repressiva.

domingo, 12 de outubro de 2014

PORTUGAL É UM PAÍS POBRE EM RECURSOS E RICO EM GURUS


Desde o 25 de Abril de 1974, parece que é crime falar em planos. O resultado está à vista. Portugal vai para 40 anos que não tem um plano. Onde estamos e para onde queremos ir?
A ideia que foi criada que Portugal é um país pobre, foi a ideia colocada pelos especuladores financeiros que têm abundado neste país e que resultou no caos onde nos situamos.
Não há uma estratégia para a educação, para a saúde, para a justiça, já não falando da estratégia que houve, de destruir o tecido produtivo. Esse teve um Pai…o actual Presidente da República. Por troca dos interesses da França e da Alemanha, em que o resultado foram os dinheiros fáceis, para a especulação, destruiu-se a agricultura e a indústria.
Ninguém pode afirmar quanto vale o espaço nacional. Mas, a nossa riqueza em níquel, cobalto e cobre, só na nossa área marítima valerá cerca de 60 mil milhões de euros/ano, ou seja, só pelo menos 18 mil milhões que o empréstimo que Portugal pediu à famosa troika.
E o que se fez em termos de exploração de minérios a grande profundidade? Nada! Dizem os entendidos que só existe uma companhia no mundo com a capacidade de extracção de minério a grande profundidade. Por outro lado, que o investimento e os recursos a utilizar levariam mais de dez anos a obter resultados.
Entretanto, nos últimos vinte anos, entregámos as maiores empresas geradoras de dividendos a grupos internacionais, acabando por destruir valor às empresas existentes. Tudo isto, porque a gestão dessas empresas foram entregues a “gurus da gestão” que nada mais fizeram se não comprarem diplomas de “excelência”, no estrangeiro, às organizações especializadas em “vender” estes diplomas, a troco de muitos milhões de euros.
Se assim é, porque queremos uma área marítima tão extensa? Para a pesca da sardinha que faz bem ao coração, porque é rica em ácidos gordos?
 Mas, temos, também, grandes reservas de ferro. Mármore, granito de elevadíssima qualidade. Não nos podemos esquecer que a mina de Neves Corvo é a maior mina de cobre da europa.
Durante a segunda guerra, Portugal ganhou muito dinheiro com a exploração de volfrâmio. O que é feito hoje? Se não bastasse, também temos lítio.
Claro que o uranio hoje já não dá muito porque não se fazem bombas nucleares. Dizem! Mas, Portugal tem as segundas maiores reservas de uranio da europa.
Não temos, aparentemente, diamantes, mas temos grandes reservas mineiras de ouro, prata e platina. Também não valem dinheiro?
O mar não tem mais riquezas, ainda?
O que não temos é políticos que prestem. É tudo refugo. Resta-nos, estarmos endividados, termos colocado as grandes empresas nacionais, nas mãos de especuladores internacionais, sendo, hoje, difícil, existir quem queira investir em escombros.
Portugal, enquanto continuar a ser governado por esta alternância política de PS/PSD/CDS, resta-lhe fazer com que os portugueses emigrem e os que cá ficarem, fiquem cada vez mais pobres. Porque hoje, nem a agricultura de sobrevivência que tínhamos, temos.
Os traidores à pátria, em qualquer país, em estado de emergência, já teriam sido fuzilados.
Em Portugal são agraciados e altamente recompensados, pelos favores prestados aos especuladores financeiros, como no caso da PT versus BES.
Tudo isto foi possível, com o beneplácito dos governos desta República e o consentimento de um povo carneiro.
Claro que a maioria dos empresários portugueses, os que vão emitindo opiniões nos mídias, preferem os lucros imediatos, da especulação financeira, da especulação imobiliária e da especulação no comércio das latas de atum e dos pacotes de açúcar.
Tal como, durante anos, fizemos no ultramar, somos bons a vender açúcar à colher e a enganar o freguês no peso das balanças. Ah, estava a esquecer da artimanha das facturas, que incluem nas parcelas, itens, das compras dos clientes anteriores.
Pouco temos para exportar. E os gurus da gestão que temos, como são uma merda, não têm valor no mercado. Só neste país de ceguinhos!

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

A POLITICA COM PLATÃO


Para Platão, um dos problemas mais cruciais na questão política, é que todos os homens se acham extremamente capazes de exercer, com a devida competência, a prática dessa ciência, ou seja, todos se sentem aptos a fazer política, sem entender que se trata de uma arte especial e destinada a poucos.

E como arte especial ele a distingue em três tipos, a saber: a auxiliar, mais técnica, como o trabalho dos artesãos, etc.; a produtora, como a da tecelagem, etc.; e a do saber, para conduzir os homens, que seria a política propriamente dita, e que é superior a todas as outras. E aqui temos, então, um dos conceitos fundamentais da teoria política platónica.

Para Platão, o político deve possuir qualidades especiais, habilidades seguras e conhecimentos essenciais. O político deve encontrar o equilíbrio entre os fortes e poderosos e os mais fracos e indefesos. E essa tarefa, decididamente, não é para qualquer um.

Em “A República”, Platão nos dá detalhes preciosos de que este sábio, este homem apto a governar os demais homens, é o filósofo. Este é o homem sábio e o único que possui as qualidades necessárias para o exercício competente e respeitável do poder político. Aliás, ele compara o rei justo com o médico que curando ou não o seu paciente, jamais deixará de ser médico e chamado e tratado como tal. Compara também a um tecelão que sabe coser as vestimentas, unindo várias partes, vários extremos, para cobrir a um corpo.

Platão entende ainda que um homem sábio pode até mesmo, em certos casos, governar sem leis, que fará, em nome do bem público, as melhores acções sociais, pois considera esse bem público superior a tudo, inclusive, à própria lei.

Mas, enfim, como encontrar este homem sábio, capaz de se tornar um rei justo e amado pelos súbditos, como deseja Platão? Com certeza – e ironicamente – este rei não seria, por exemplo, um Sócrates, que o que mais admitia era que nada sabia. Quem seria, então, este ungido? Por acaso teria uma estrela na testa? Onde encontrá-lo?

Também não seria Passos Coelho sobre o qual não se conhece qualquer sabedoria. Homens verdadeiramente sábios não abundam como ervas daninhas nas searas do mundo. Encontrá-los, portanto, é procurar agulha em palheiro. Nessa busca, então, é necessário separar o trigo do joio, as impurezas dos metais preciosos, para se chegar ao rei pensante, capaz de distribuir justiça com naturalidade.

Por isso Platão identifica no homem verdadeiramente sábio algumas qualidades capazes de torná-lo um rei competente e, a primeira delas, é justamente ter a capacidade de afastar de si tudo o que for estranho e não condizer com a virtude da ciência política.

É que quando os maus elementos são afastados, os falsos pretendentes ao trono são preteridos e o rei sábio, ou rei filósofo, é escolhido por depuração, inicia-se então, o maior desafio do governante que, para Platão, é harmonizar os opostos, tarefa nada fácil, mesmo para um homem bastante sapiente. E a escolha não pode recair sobre ignorantes que manipulam os votantes de um partido ou criam lóbis em Movimentos de cidadãos. A isso chama-se esperteza e não sabedoria.

Ao governante sábio, prudente e justo, então, cabe harmonizar os mais conflituantes interesses, estabelecendo com clareza para todos, os usos e costumes do que seja o bem e o mal, o certo e o errado, o público e o privado, enfim, o justo e o injusto. E isso não é possível encontrar em pessoas que a única arte é a da manipulação de uma carneirada que não compreende, sequer, para o que é chamado.

Hoje, no país e na maioria dos municípios não se encontra entre todos os convivas da cidade que eles possuam essa noção, e concordem com os princípios legais estabelecidos. Se assim fosse, todos aceitariam de bom grado o aumento indiscriminado de impostos, de taxas ficais, incluindo a aberrante taxa de telemóveis e o aumento das contra-ordenações que o Estado central se propõe colocar em acção, nem os subterfúgios, ora para cobrar altos valores pela utilização da energia ou da água, torneando a lei com taxas, como a disponibilidade, em vez do aluguer de contadores, para retirar proventos para financiar deslocações de parasitas ao estrangeiro e pagar por baixo da mesa compensações remuneratórias com facturas das mais diversas origens, mas onde predominam as dos restaurantes. O governante sábio, por isso, deve ter a habilidade de unir os extremos, assegurando o convívio equilibrado, evitando sempre que influências negativas possam colocar em risco o interesse do todo em detrimento de partes.

Para Platão, enfim, a ciência política tem como tarefa unir, combatendo a separação, cultivar a prudência e a moderação contra a exacerbação, e manter o enérgico contra o claudicante, colocando cada grupo no exercício de sua função e harmonizando todo o corpo da sociedade.

Infelizmente, não é nesta camada de ignorantes vindos das juventudes partidárias que podemos encontrar homens sábios para Primeiro-ministro, Secretário de Estado ou de simples presidente de uma câmara. Hoje, são os mais incompetentes, os mais ignorantes que rodeados de conselheiros que não passam de vendedores de uma má publicidade, que nos governam, ou melhor dizendo, que se governam.

 

sábado, 5 de julho de 2014

PENSAMENTOS SOBRE A HIPOCRISIA


Num pensamento de Giampaolo Rugarli este dizia que a  lei é sombra, púdica e hipócrita, do desejo de vingança da sociedade. Se, por uma razão ou por outra, as paixões se condensam, os ódios se acendem, deve-se aplacá-los, aquietá-los, acalmá-los. Desafogar o aborrecimento sem exceder. Os tribunais são os lugares decentes da vingança. Não para encaminhá-la ao alvo correcto, mas para impedir que ocorram movimentos perigosos...
Nestes tempos de hipocrisia, muitas frases soltas, mas elaboradas, com a profundidade necessária, para que cada um de nós se liberte de problemas de consciência e porque, muitos de nós, queremos agradar a gregos e a troianos, somos egoísta e egocêntricos, utilizamos as redes sociais para manifestarmos, muitas das vezes, de barriga cheia, aquilo que nos atormenta no subconsciente.
“Não culpe as pessoas por decepciona-lo, aceite que é sua culpa esperar demais deles”.
Deste modo, tenta-se colocar no outro a ideia que a culpa é sua. “Nós não temos nada a ver com isso”. Parece que deixámos de viver em sociedade. Não interagimos. O que nos acontece nada tem a ver com os outros.
Acredito que mais do que em qualquer outra época, mesmo levando em conta épocas onde a aristocracia e o clero faziam e desfaziam suas vanidades ao vento, que esta é a época onde a mentira mais tem sido despudoradamente maquiada; a época da mentira consciente.
Gritamos aos quatro cantos que somos livres, mas tenho certeza que só um imbecil, no sentido “strictu sensu”, pode realmente acreditar que seja livre. Só mesmo num estágio de entropia avançado se pode pincelar uma tela que valida tais valores.
Procuras recompensas ou foges de castigos, mas a verdade é que ambos são consequência das tuas escolhas.”
São pinceladas como esta, repetidamente colocadas nos mais diversos lugares, que vão procurando branquear a consciência de cada um de nós. Este branqueamento existiu em todos os regimes políticos. No fascista, no comunista e por maioria de razão, na democracia, pois não estando demonstrado que este seja o melhor sistema politico, tudo o que possa justificar a demissão dos outros na sua quota parte de responsabilidade é benéfico.
Mas quando se trata do edifício humano, utilizar estes métodos para justificar “os nossos fins”, é um redução completa dos valores que deve guiar uma sociedade. Na Igreja, nas instituições, nas relações dos chamados amigos e principalmente, quando se defendem valores como a fraternidade, igualdade e liberdade.
“Somos todos iguais perante a lei”. Bom, esta eu não vou comentar porque o imbecil terceiro, irmão do imbecil primeiro, e possivelmente cunhado ou cunhada do imbecil segundo, não foi tão imbecil a ponto de ficar para defender este pensamento.
É o que o Professor Leandro Karnal chamou de “Inteligência Salieri”. Não somos tão suficientemente estúpidos para estarmos felizes na estupidez, mas também sabemos que não somos Mozart.
A hipocrisia obriga, a quem a ela se encontra obrigado, a deixar de ser “politicamente correcta”, para ser “ignorantemente correcta”. Bem lembrou o catedrático de Harvard, Andrew Oitke: a nossa sociedade está mais atafulhada de preconceitos do que de proteínas, mais intoxicada de lugares-comuns que de hidratos de carbono.
Somos a geração “tolerantemente correcta”. Da política afirmativa das cotas raciais, da política assistencialista da família; da política da sociedade mentirosa.
As coisas são ou deixam de ser, não por serem verdade ou mentira, mas por estarem validadas no sistema de valores criados para sustentar o nosso mundo.
É o que, ao fim e ao cabo, pretendem os ideólogos das frases feitas, que não são ingénuas, e que proliferam nas redes sociais. Protágoras, um dos sete sábios da antiguidade talhou, que somos a medida de todas as coisas, das que são, assim como elas são, e das que não são, assim como elas não são.
De modo menos palavroso e mais sarcástico, alguns filósofos do século XVI disseram que “o bom senso, é aquilo que Deus inventou apenas para mim, e infelizmente, para mais ninguém”. Já o grande Zappa disse que a burrice tem seu charme, mas a ignorância é indesculpável.
Somos inegavelmente evoluídos do ponto de vista tecnológico, no entanto vivemos uma proporcional imaturidade política e social. Como tal, o melhor que temos a fazer é refugiarmo-nos na hipocrisia, diz a maioria, se queremos sobreviver, em “fraternidade”, “igualdade” e “liberdade”. Diria mais, como o hipócrita que escreveu numa rede social…”que a luz ilumine os nossos corações”. És hipócrita, direi eu.
Então, que assim seja!

segunda-feira, 5 de maio de 2014

E DEPOIS DE UMAS BOLADAS...


Tal como me indignei com os 400 mil euros dados, do erário público, ao Estoril Open ou Portugal Open, como lhe quiserem chamar, é altura da CMO dizer aos seus munícipes qual foi o retorno deste investimento.
A Troika governativa da CMO dirá que foi muito bom as emissões televisivas do Canal 2. Vi, um bocadinho e fiquei desconsolado. Tirando os tenistas e o público que não paga bilhetes, pois vai dentro das benesses dos 400 mil euros, não havia mais ninguém. Ah, esquecia-me dos “apanha bolas.” Desculpem lá!

Tenho fortes dúvidas quanto ao interesse desportivo e à lógica de empresas privadas secarem os poucos meios públicos e patrocínios dedicados ao desporto, prejudicando as diversas instituições sem fins lucrativos que prestam diariamente serviço desportivo a centenas de milhares de portugueses em todo o país... Ainda, por cima, são sempre os mesmos eucaliptos.

Mas sem público, como foi esta final, se calhar mais vale pensar noutro evento… que pena, mas nem todos têm de gostar de ténis, e assim, ficamos reduzidos ao futebol...
Parece que tudo estava excelente, excluindo-se os Polícias e seguranças que se fossem um pouco mais educados, não se perdia nada. Nem tudo é "open" e por ali passa outra gente com outros afazeres...

Infelizmente e para grande pena, as bancadas estiveram sempre vazias. Ver jogos excelentes sem público mete dó. E faz com que digamos…a quem faz falta eventos, destes, desertos? Aos anunciantes e publicitários?

quinta-feira, 24 de abril de 2014

CARTA A UM AMIGO


 
 
Como sabes não te esquecemos. Pelo contrário. Hoje, decorrido um ano da tua prisão injusta, e da qual muito se tem falado, uma vez mais, estás, conjuntamente, com mais umas centenas a sofrer mais uma “pena”, a da sexta greve dos guardas prisionais, desde que acharam que devias ser o “bode expiatório” de uma justiça que só se aplica a alguns. E tu foste escolhido. E sabes bem porquê.
Neste período de greve de braços caídos, à qual o governo se está nas tintas, os mais prejudicados são os reclusos que se vêem privados de quase tudo. Até de um jornal… privados de fazer um telefonema à família, privados até do exercício diário, estando confinados às celas, 23 horas por dia. É de loucos. Eu sei que a maioria toma comprimidos para dormir, pois de outro modo, se calhar, a própria estabilidade e segurança do estabelecimento prisional estaria em causa. Compreendo a greve dos guardas prisionais e as suas revindicações, mas o governo está-se nas tintas. Não os afecta, directamente. Se ainda fosse uma manifestação no Marquês de Pombal, como foi a de um campeonato de futebol, talvez, perante problemas tão graves, como o sistema prisional em Portugal, o governo ouvisse. Já ponho, por agora, de fora, a miséria de cerca de dois milhões de portugueses, sem futuro e sujeitos a regras ditadas por funcionários da troika que nos envergonha a todos.
Porque és um homem de coração grande, que dedicou uma vida a fazer bem a quem precisava, e isso é claro e evidente, quando percorremos as ruas de Oeiras, e ao contrário de outros concelhos limítrofes de Lisboa, não encontramos nenhuma família a viver em barracas.
Proporcionaste dignidade a quem vivia em Oeiras. E isso os Oeirenses nunca esquecerão.
Lembras-te, do flagelo que era no inverno as cheias no Dafundo e Algés? Infelizmente foi preciso, deixares de ser Presidente da Câmara, para que este ano viéssemos a ter novamente cheias. Porque, e tu sabes bem que, não é só fazer obra, é preciso manter, principalmente, a limpeza dos cursos de água e esgotos.
No início do teu primeiro mandato, havia umas pensões em Oeiras. Hoje, Oeiras, pelo seu desenvolvimento, está dotado de várias cadeias de hotéis de grande categoria. Continuar esta obra, não é para arruaceiros e incultos. Só homens da tua craveira!
Mas, não foi para falar disto que te estou a escrever esta breves linhas, neste dia trágico da tua vida e da família e dos verdadeiros amigos que tens. Sim, porque, impostores também, tens muitos e isso não é preciso andar à procura. Basta olharmos para o lado.
Desculpa, não te poder visitar, dentro da minha prerrogativa de Advogado, para umas breves conversas que ajudam a passar o tempo e a não te sentires tão só. Até parece que somos irmãos…talvez. Mas, amigos somos de certeza!
Pediste para teres a prerrogativa de cumprires o restante da pena, com pulseira electrónica. Tiveste, uma vez mais azar. Outros, nem tanto! Nem vale a pena mencionar os nomes.
Mas, uma coisa é certa… Quem apreciou esta decisão ficou de boca aberta. O Tribunal de Execução de Penas indeferiu ignorando todo o teu comportamento irrepreensível no estabelecimento prisional.
Chegou ao cúmulo de afirmar que “há perigo de reincidência”, sem fundamentar com concretos factos e dados objectivos. Quando li isto, pensei e imaginei…saíres da prisão e ires directo a uma repartição de finanças cometer novo ilícito.
Eu já nem sei se a fuga ao fisco é feito à mão armada. Uma coisa eu tenho a certeza…é que os portugueses são assaltados pelo fisco à mão desarmada.
Até breve…

quinta-feira, 27 de março de 2014

CENTROS GERIATRICOS EM OEIRAS


Foi aprovada na última reunião, de Câmara, uma proposta de deliberação para concurso de arrendamento, pelo melhor preço, dos dois novos centros geriátricos, em Oeiras. Um localizado na Lage e outro em Porto Salvo.
Qual não foi o meu espanto quando me apercebi que a proposta, para o arrendamento dos dois centros se colocava como mínimo em 300 mil euros ano.
Ora, 300 mil euros por ano, deve ser para o concurso ficar deserto e, depois, ser entregue a alguém pelo melhor preço. É que este valor só pode ter este intento.
Estamos a falar de 25 mil euros mês. Estes dois centros geriátricos comportam 95 utentes.
O que significa que a este preço a entidade que arrendasse os mesmos teria de cobrar, só para pagar a renda, 263 euros a cada utente. Então, e os centros não têm despesa? Só de energia eléctrica, nem consigo estimar, porque além da normal iluminação, temos o aquecimento, que neste país dura, bem mais de 6 meses. Frigoríficos, arcas congeladores, ferros eléctricos, máquinas de lavar roupa, etc. Nem 5 mil euros por mês chegam, para sustentar cada uma das casas. Portanto, para esta despesa estamos a falar de mais uns cem euros por utente. Logo, teríamos como despesa fixa só para pagar estes gatos, renda e energia uma prestação mensal por utente que rondaria perto dos 400 euros.
A acrescentar a tudo isto, um centro geriátrico, com mudanças constantes de roupas, principalmente das camas, não deve ser coisa barata, em consumos de água. E, então o pessoal? Auxiliares, enfermeiros, médicos, administrativos e outros? São à borla? E a alimentação, viria do banco alimentar?
Bom… e o investidor o que é que ganhava? Quando é que teria o investidor retorno sobre o seu investimento?
Acredito que das duas uma: ou são centros geriátricos “Tipo Domus”, com salas de ginástica, com Spa, cabeleireiros e outro tipo de serviços e então, são para gente com reformas bem fornecidas ou então, qualquer coisa se esconde por debaixo deste concurso.
Portanto, tudo me leva a crer, que é um concurso público, para “inglês ver”, porque, o verdadeiro negócio vem a seguir.

quinta-feira, 20 de março de 2014

OEIRAS PARA ONDE VAIS?


Li a notícia de que a Câmara de Oeiras teria aprovado 400 mil euros para apoiar o torneio de ténis, “Estoril Open”. Nem sequer é o “Oeiras Open”.

E, então, dei comigo a pensar, em silêncio. Em 2013 o apoio foi de 250 mil euros. Estamos perante um aumento de 150 mil euros, equivalente a um incremento de 60%. Não quis acreditar, mas é verdade. Mas, por outro lado temos a União de Freguesias, Algés, Linda-a-Velha e Dafundo em falência técnica. Como é possível, com um país de “tanga”, com a população a ser privada de salários, reformas, pensões, possa haver um esbanjar de dinheiro, desta natureza, para um evento que tem os seus méritos, mas quanto baste? A não ser que este incremento de comparticipação venha trazer coisas que estão ainda em segredo.

Não estou a brincar…as dívidas da União de Freguesias de Algés, Linda-a-Velha e Dafundo são perto de 600 mil euros. Não sei se isto é só um caso político, se não é um caso de polícia, também.

Agora, esta União de Freguesias está quase inoperacional, pois nem dinheiro para o papel higiénico tem. O que fazer? Eu sei que a União de Freguesias não é uma “Feira de Vaidades”, ao contrário do “Open de Estoril”. Não acredito que com a delegação de competências, mesmo que a Câmara transfira dinheiro, a União de Freguesias possa fazer algo, porque os actuais credores, com certeza, não vão dar mais crédito.

Em alternativa, sempre se podem distrair os fregueses com a oferta de uns bilhetes para o “Open do Estoril”, de modo que eles possam esquecer as centenas de pequenas obras que são realizadas pelas freguesias. Vamos começar a ver nesta zona de Oeiras os passeios com pedras e lancis soltos e partidos, mas não faz mal. Segundo ouvi dizer, em Almada também não há passeios.

Já me encontrava, vai para seis meses, sem escrever algo no Blog, porque tanto se escreve, tanto se diz, e o que vejo? Cada vez mais é impunidade. Mas, perante esta notícia e o conhecimento do desastre escabroso desta União de Freguesias, pensei…tens que voltar a escrever e a denunciar o que achas ser escandaloso. Aqui estou!