quarta-feira, 24 de novembro de 2010

GOVERNO ADERIU À GREVE

Notícia de última hora: “ O Governo aderiu à greve”. Na realidade era um sossego, que o Governo ficasse quieto. Poupava no papel higiénico, que se gasta nos ministérios, com tanta borrada que é feita. Economizava energia. Menos ventoinhas a funcionarem para produzir electricidade que fica mais cara que a produzida por outros meios, pois é subsidiada, embora seja mais uma das panaceias dos idiotas que pululam por aí. Nunca mais se falou ou discutiu as centrais nucleares, porque já temos uma junto à fronteira. Só que não é nossa. Só será nossa se alguma coisa correr mal…
Entretanto, e na senda da última greve geral, temos os mesmos senhores a fazer greve…transportes públicos, professores e enfermeiros e outros.
Os transportes públicos só beneficiam os ricos…a malta que ganha bem e que não tem dinheiro para ir de automóvel.
Este meio sempre foi precioso para condicionar, todos os trabalhadores que não têm outro remédio, senão utilizar os transportes públicos. E são uns milhares largos, basta ver o número de pobres que tem Portugal e que trabalham. Sim! Não são os que vão vivendo dos expedientes dos subsídios, baixas fraudulentas por doença ou que não aceitam um trabalho porque não compensa, em face do valor do subsídio de desemprego, versus o que paga o patronato e ainda os que conseguem aldrabar as juntas médicas e vão para a reforma, etc.
Os professores estão com péssimas condições. Porque é que eu não fui, antes, para professor primário? Com a idade que tenho, estava na reforma, com mais de 2.600 euros por mês. Assim, só tenho direito à reforma, quando tiver mais de 65 anos de idade e a mesma, será cada vez menor. Pois, pudera! Tenho de continuar eu, e tantos outros, a trabalhar para esta treta. E tudo isto, foi conseguido, com o 9.º ano de escolaridade e mais dois anos de didáctica A e B.
E andei eu, a vida inteira, a estudar! Para passar recibos verdes, como advogado, são 7 anos, depois de 12 anos. E se for para dar umas “aulitas”, numa universidade, a recibo verde, ainda temos mais 3 anos, no mínimo e para quem consegue acabar a tese final, neste prazo. Sim, porque as universidades do Estado estão cheias dos primos, cunhados, amigos e outros quejandos tais.
Quanto aos enfermeiros, estão mal, sim senhor. Até já tem uma “Ordem” e tudo, e começam a trabalhar nos Hospitais do Estado a ganhar menos que os professores primários.
Por mais “ordens” que criem, não conseguem pôr este país na “Ordem”.
Em alternativa, poderia ter tirado um curso de três anos de ginástica, na tropa, e hoje, estava na reserva a mamar do bem-bom. Direito a almoçar por preços módicos nas cantinas, a beneficiar dos hospitais militares e sei lá que mais.
Senhores sindicalistas! O Governo está-se nas tintas, para greves! Quantas paralisações já tivemos este ano? Recordo-me dos dias de paralisação, quando da visita do Papa. O último, foi a tolerância de ponto, no dia 19 de Novembro, de 2010. Falta contabilizar, as pontes que vão sendo feitas durante o ano. Mais um dia de paralisação? Qual é o problema?
O problema está no pessoal, que vai continuando a votar nesta farsa, de uma democracia representativa e, que vai alternando esta maralha no poder. Se querem “ajudar” o país, senhores ministros, façam greve! O povo agradece!

“Graviora manent.” [Virgílio, Eneida 6.84] O pior está por vir.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

PORTUGAL NÃO PRECISA DE AJUDA

Minha rica, mãezinha. Que saudades que tinha. Esta coisa da NATO deixou-me completamente extenuado. A correr de um lado para o outro. Mas viste que não se falou de outra coisa, senão de Portugal e a sua capacidade de vender “capacetes anti -míssil”.
Parece que até em Oeiras se fez um novo bolo com o nome de Obama. Fantástico. Um dia destes tenho de pedir ao Marco que me leve até essa pastelaria, pois não posso deixar de “comer” um Obama.
O quê? O António Costa fez aquela cena de não dar tolerância de ponto em Lisboa? Oh, mãezinha…essa foi mais uma cena daquele mariola. Também se está a perfilar para a corrida, como se eu fosse desistir da mesma. Vão ter que me aguentar.
Portugal não precisa de ajuda, graças a mim e ao meu governo. Foram estes seis anos de governação que fizeram com que o país não necessitasse de ajuda. Contrariamente à Irlanda. E não sou eu que o digo, é o actual e futuro Presidente de todos os portugueses.
Sim, mãezinha, o Pateta não tem hipóteses. De outro modo eu não andava tão sossegado com o Aníbal. Ora essa!
Mas, quem é que se anda a colocar em posição para comprar divida pública portuguesa é Timor, depois de Angola e dos Chineses? Oh, mãezinha! Eles compram porque querem. Porque sabem que isto é um bom investimento. Acreditas que de outro modo as coisas eram assim? Não, mãezinha! Eles compram dívida portuguesa, porque têm a certeza que nós não precisamos de ajuda e que vamos pagar esta coisa, continuando a contrair mais empréstimos. Oh, mãezinha…isto é como o cartão de crédito. Quando acaba o limite de crédito num cartão, nós começamos a utilizar o outro cartão. Ah, os juros? Não te preocupes. Isso é para ir pagando, também. Como? Oh, mãezinha, com mais impostos, é claro. Como é que estavas a pensar que era? A vender Magalhães, não? Não me faças rir.
Fizemos aquela treta da demagogia de cortar 5% nos gestores públicos. Agora, vai toda a malta levar com a redução no ordenado. E o resto das medidas? Mãezinha, nem te vou, nesta cartinha de família, explicar a marmelada que vai dar. Mas não pode ser de outra maneira. É assim, que Portugal não precisa de ajuda.
Quando formos ao fundo é sem ajuda! A ajuda é precisa é depois. Depois, do país estar no fundo. Vai para mais de seis anos que desgoverno esta trampa e ainda não entendem nada do que eu digo?
Beijinhos mãezinha. Vou ver se como um “Obama.”

PS: Não te preocupes com os “doces” que eu como. A correr desta maneira, dou cabo dos açúcares todos. Nem no dia 24 eles me põem azedo.

"Crebro ignoscendo facies de stulto improbum." [Publílio Siro] Perdoando sempre, de um tolo farás um mau-caráter.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

UMA NOITE NUM HOTEL

A corista entrou na sala. Com o seu ar sobranceiro, martelando os tacões dos sapatos no chão, como a dizer…”aqui estou eu”. O “gigolô” com o ar de covarde, entrou de soslaio, como a dizer…”não sou de cá”. “O que me interessa são contas”!
A sala continua a sua actividade, como nada se tivesse passado, menos os que directamente estavam incomodados com a presença da corista.
Mas isto não é nenhum “pub”, nem tão pouco o “mercado do Bolhão”? Sem ofensa por tão dignas pessoas que levam a sua vida a trabalhar de modo honesto, mas em que a educação recebida e o ambiente à sua volta gerado, provoca manifestação de emoções, a que não estamos, normalmente habituados.
Havia um ex-cliente que era alvo da corista. Os amigos, incomodados de imediato, entraram num frenesim. Temos que o proteger desta “peixeirada”.
E ainda a sessão continuava, quando o ex-cliente e os amigos, preparam a saída, apressada.
Dirigiram-se a um elevador que tardava em chegar. E depois de entrados, tardava em descer. Neste percalço de tempo, a corista, mantendo a sua atitude, de quem está habituada a andar na vida, entrou de rompante e procurou agredir o ex-cliente, como se este se tivesse “pirado” sem pagar a última noite.
Entre tentativas e ameaças, mostrou-se uma mulher determinada, acabando por dizer…”tenho uma arma… dou-te um tiro na cabeça”.
Quer dizer, que nem deu opção de escolha. Tinha que ser na cabeça. Alguma fixação se calhar, pela cabeça do ex-cliente.
É bem feito. Eu próprio, dou conselhos, que a malta não se deve meter com mulheres deste “calibre”. Vejam lá, se o ex-cliente alguma vez engravidasse a corista? Deus me perdoe, mas seria um filho da p…? Tal como o “gigolô”?
Já depois de dominada, a corista, também conhecida pela “two faces”, entrou num choro, que quebra o coração dos homens menos prevenidos.
Ora, uma corista, já com uma idade respeitável, deveria ter junto algum dinheiro para as adversidades da vida, entre elas o de poder comprar umas calças ou uma saia, para não se apresentar, com o fato de trabalho. Sim, porque um casaquinho curto de pele de coelho, não dá estatuto a ninguém. Faz é realçar o estatuto da “profissão”.
Esta é mais uma peripécia, vivida num Hotel. Quantas haverá? Maiores, melhores? Mais requintadas?
Afinal, um Hotel deve ser um local para descanso, realização de eventos ou para uma noite de amor. Não de zaragata!

“Mulier in aedibus atra tempestas viro.” [Grynaeus 252] Mulher de rixas em casa é tempestade para o homem

sábado, 13 de novembro de 2010

A VIDA “PASSA” POR NÓS



Começamos por não ter a noção de quem somos. Quando olhamos, ao nosso redor, a primeira vez, vimos a imagem de quem se encontra perto de nós. Aprendemos a ser protegidos e vamos, a partir daí, procurar a vida inteira, a protecção.
De acordo com o nosso crescimento, aprendemos, também a dormir. Encontramos posições diversas, de acordo com a postura que temos na vida. Mais descontraídos ou mais retraídos, conforme se vai sentindo a protecção, que se tem na vida e o nosso modo de estar, na mesma. São adaptações que funcionam, como escape, do que foi o dia. Quem não se adapta, por si só, tem de encontrar outros meios de se procurar proteger. Há quem não consiga dormir, e encontra, no apoio dos fármacos, a ajuda necessária. Há quem durma profundamente, como se a mente se refugiasse nesse sono profundo, recarregando baterias que se esgotam ao longo do dia.
E de adaptação, em adaptação, procura-se ao longo da vida, as realizações, aquelas que nos parecem ser a nossa satisfação. Também há, quem, depois de um sono profundo, normalmente, com ajuda dos fármacos, não tenha a força de vontade necessária, para as suas realizações. É como o deixar correr a pena, de tal modo que a vida vai passando, mas, que nos importa, se a vida, nestes casos não faz grande sentido. Ou se calhar faz sentido, deste jeito.
De qualquer dos modos, a vida vai correndo. Vai passando por nós. Poder-se-ia dizer, de outro modo, mais bonito e filosófico, que nós, é que temos de passar pela vida. Outra forma de refúgio, perante as agressões da vida. É como se estivéssemos a adequar o nosso modo de dormir, em função da vida.
Passamos, deste modo, a vida, a proteger-nos. Mas, quando já não conseguimos proteger-nos, ficamos inteiramente à disposição dos diversos agressores.
Em Portugal, a família já é um lugar perigoso. Mas, os que se encontram fragilizados e que pensaram, toda a sua vida, que a sua protecção, continuaria, quando chegassem ao fim da vida ou, numa eventualidade, de uma vicissitude, daquelas manhosas, tal como a sentiram, quando a vida passou por eles, encontram, mais do que o abandono, a agressão física.
As estatísticas e as queixas não dizem tudo. A vergonha impõe-se e é mais forte do que o sofrimento.
Os fragilizados da vida, são hoje, vítimas de violência física, psicológica, sexual e económica. Quantos não “vivem”, a sua vida, “sequestrados”?
Quantas pensões não se encontram confiscadas, por aqueles que se dizem protectores?
“ Dantes na minha casa, no Natal, eram mais de vinte pessoas. Agora sou só eu”.
Estou a citar a declaração de alguém que, com 84 anos, foi barbaramente espancado pelo único filho, que “tem”. E porque estamos, hipocritamente, em mais uma época de Natal, talvez valha a pena pensar, que todos nós, que aprendemos a ser protegidos, podemos, um dia, não ter protecção.
Talvez a possamos encontrar, num qualquer supermercado, num stand de automóveis ou numa imobiliária. Quem sabe, se este é o caminho.
Mas, se a falta de protecção vai até à agressão física, a exploração económica é uma das queixas mais frequentes que chegam à linha telefónica do Provedor do Idoso. (http://www.provedor-jus.pt/idoso.htm)
Nos relatos apresentados, desde a neta que só visitava o avô no dia em que ele recebia a pensão – para ficar com ela –a uma idosa que foi posta na rua pela família por acharem que ficava muito dispendiosa.
Isto não é ficção. É a realidade de um país, de fortes inspirações cristãs e católicas, onde a miséria e a pobreza, parece que continua a ser o caminho, para a porta dos céus. Onde se continua a falar de caridade (conceito cristão) ou se fala de filantropia, conceito romano( 316 D.C.), contrapondo-se, ao do conceito de caridade, criado pela religião.
Às vezes, ponho-me a pensar se isto tem alguma coisa a ver com o crescimento do P.I.B. Ou se, eventualmente, é o TGV que nos levará à anarquia social, numa parceria público – privada.
Pública, porque o Estado começa a demitir-se e a empurrar as suas responsabilidades, que assumiu, no dia em que nos começou a “sacar” impostos, para uma dita “sociedade civil”, (que ainda não entendi bem o que é).
Privada, porque quem teve a oportunidade de “amealhar” durante a vida, “com protecção”, pode ir para o supermercado dos idosos ou dos fragilizados, e comprar o seu espaço de vida com dignidade e bem -estar, como se fosse a uma agência imobiliária.
Na realidade, a sociedade, já está a valorizar a pessoa, não pelo que esta aportou de experiência, conhecimento, trabalho e de protecção, aos outros, unicamente, como mais um produto de consumo. Estamos, todos nós, a viver o “stand da vida.” Neste caso, a sociedade está a proporcionar o “subsidio para abate”.
Nos próximos 40 anos, um terço da sociedade portuguesa será representada por uma população idosa.
Que se cuidem, os que tem trinta anos de idade, no momento em que escrevo este “post”.
A vida “passa” por nós!


“Sana me, Domine, et sanabor; salvum me fac, et salvus ero.” [Vulgata, Jeremias 17.14] Cura-me, Senhor, e eu serei curado; salva-me, e serei salvo.