segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O QUE DEVO HOJE, JÁ PAGUEI ONTEM

Temos estado dependentes na gestão dos nossos destinos de pessoas que só conhecem o mundo através dos livros e da academia. O que resultou numa completa ingenuidade no que seria a evolução da China e os resultados que se colocariam em termos económicos.
A maioria dos ignorantes que têm dirigido os destinos desta Europa, bem como os Estados Unidos, esqueceram-se que em economia como em outras coisas da vida, os processos de melhoria global têm grandes transferências entre partes, que perdem muito para outras ganharem. Faz-me lembrar, aquela canção, de “Os Deolinda”, em que o refrão é: “O teu bem é o meu mal”.
Todos descuraram que, ninguém poderia impedir, os chineses de trabalharem como trabalham e que num mundo aberto e concorrencial isso seria desastroso para nós. Mas, se fossem só os chineses, não chegaria a um terço da população mundial…mas, temos a acrescentar os Indianos e os Indonésios. Procuraram-se lucros imediatos… tudo, isto, se vem passando, desde 1992. Decorridos vinte anos, com a Europa e os Estados Unidos, completamente virados do avesso… o que devo hoje, já paguei ontem.
Destruiu-se a economia de produção e alimentou-se e incentivou-se o consumo. O que resta no futuro imediato? Repressão financeira que irá gerar pobreza. Ao longo destes anos, Portugal, andou a alimentar o défice com a venda de activos. Muito deles, vendidos ao desbarato…já pouco resta.
A nossa economia nestes trinta anos, esteve assente no betão. Para o realizarmos, andámos a obter financiamentos, com dinheiro externo. Andámos, calmamente, a arruinarmo-nos perante o exterior. Completamente inconscientes. Mas, no que diz respeito a emprestar dinheiro, tanto é inconsciente quem andou a pedir, como quem emprestou, sabendo que dificilmente voltaria a ver o dinheiro.
Temos, forçosamente, de importar menos e exportar mais. Mas, como será possível, sem livre iniciativa? Quando todos vivem dependentes do Estado? E o poder político gosta disso, pois traduz-se num “poder da economia do Estado”, que criou, até agora, os “empresários dependentes”. Sempre que é necessário animar a economia o Estado deve investir…acabou-se! O que andámos a pagar ontem é o que devemos hoje. E já não há mais dinheiro do Estado para animar a economia e pôr todos, nós, a trabalhar para o mesmo.
Esta situação é bem mais grave do que os cem mil funcionários públicos que alguns dizem existir a mais.
Portugal tem sido um país de empreiteiros, mestres-de-obras e de promotores imobiliários. Nem o Turismo tem qualidade que possa ser uma mais valia…
Recordo, entre os diversos sítios por onde andei, na década de oitenta, no continente Asiático, tal como hoje, que o único produto fabricado, em Portugal, que se encontrava e encontra é o “vinho”, “Mateus Rosé”. Ou seja, decorridos vinte e cinco anos…estamos pior do que estávamos, pois nessa altura, ainda produzíamos a batata que comíamos. Hoje, nem isso!
Só o “estado de necessidade” é que poderá operar o milagre de nos adaptarmos e passarmos a viver sem o Estado. Nessa altura, este terá, por outro lado, falta de moral para nos exigir os impostos que exige…porque, como diz o velho ditado…”quem dá e tira para o inferno gira”. Assim seja…que este e os outros governos de Portugal vão para o inferno, mais as suas políticas concentradoras da economia, em que tudo gira à volta do Estado. Ainda se queixam os homens e mulheres de esquerda que isto é capitalismo… Isto mais não é do que uma República Socialista em que a economia é centralizada no Estado e que vai enriquecendo todos os que vão habitando no “Politburo”, dos partidos do poder.
Andámos a pagar impostos, para um Estado que, depois, distribuía esse dinheiro por alguns, em vez de o redistribuir, em benefícios para todos. Por isso, o que devo hoje, já paguei
ontem!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

EU BEM TE DIZIA…EU BEM TE AVISAVA…

Já em 2009, escrevi, que a situação, que se está a passar, era um dia mais cedo, ou mais tarde, inevitável, porque, nunca acreditei, que qualquer governo tivesse a coragem, de cortar gorduras noutro lado, qualquer, que não fosse à classe média.

Quando falo de classe média, refiro-me à maioria dos funcionários públicos e dos seus pensionistas.
Basta ver o que acontece com o roubo do décimo terceiro mês e subsídio de férias, em que só esta classe social é afectada. Ou seja, este governo ou qualquer outro, não está cortar as gorduras, está a cortar é os ossos e a chupar o tutano.
Eu bem te dizia…eu bem te avisava…que esta merda não durava!
Que era urgente a mudança de regime político. Que a Constituição da República está ultrapassada e que não passa de um entrave ao desenvolvimento e à saúde económica e financeira, de Portugal. O sistema político não funciona…porque, os partidos estão agarrados,
como lapas, ao poder. Sabem que a alternância lhes permite, esta dança de poleiros, em que não é no governo que se ganha o dinheiro, mas, onde se obtém os compromissos políticos, para que depois da saída, do mesmo, se possam ocupar lugares destacados em grandes empresas e instituições, conseguindo vantagem brutais, que não estão, de modo nenhum, acessíveis a qualquer cidadão. Basta ver os pensionistas da CGD, do Banco de Portugal e outras mais instituições.
Ou que permitiu a criação de Bancos que resultaram num rombo às finanças públicas, brutal.
E tudo começa, dentro dos partidos, na lei do financiamento dos mesmos, que já tanta tinta fez correr. Longos debates na Assembleia da República, já em 1991…que tiveram a iniciativa de um “reformado”, que ocupou a cadeira de Belém…
As gorduras, essas vão ficar intactas. As gorduras que representam as seiscentas e trinta e seis
Fundações, subsidiadas pelo Estado ou do Estado. As grandes negociatas que foram a totalidade das parcerias público – privadas que começaram no ilustre reinado de dez anos do “Monarca do Bolo -Rei”.As centenas de Politécnicos que proliferam no país…que custam ao erário público, fortunas, todos os anos. Um Estado que se multiplicou por direcções regionais, por esse país fora, mantendo-se o poder de decisão, no Terreiro do Paço…
Uma classe empresarial que tem vivido estes trinta anos à custa dos nossos impostos…que não produz quase nada que se possa vender ao exterior.
A manutenção de ordenados do terceiro mundo que permitiram, falsamente, manter só por alguns anos, alguma da indústria que se instalou, em Portugal, no tempo da adesão à EFTA.

E agora?
Agora, impostos e impostos, sobre essa “maldita” classe média, que hão-de levar o país a uma
recessão, nunca vista…com a miséria a bater à porta de muitos deles…fala-se com leviandade de despedimentos…principalmente, por todos aqueles que andaram pelo Banco de Portugal e que estão comodamente, instalados na vida, com pensões de reforma, superiores a cinco mil euros.
Por outro lado, a Europa, conduzida por ex- MRPP´S, aliados a frustradas e Play boy`s de meia tigela, que tem complexos de serem pequeninos e que só usam sapatos de tacão alto…ainda não
viram que este modelo, que se desenvolveu do carvão e do aço, não pode ser apenas uma mera União monetária…
Eu bem te dizia…Eu bem te avisava…que vender centrais nucleares e aviões air bus, para a China, não chegava.

E nós portugueses, iludidos com o progresso do alcatrão, só agora, estamos, indignados!
"Entre um governo que faz o mal e o povo que o consente, há uma certa cumplicidade vergonhosa." (Victor Hugo)

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O “GANG” DO MULTIBANCO CONTINUA ACTIVO


Se é da geração dos anos cinquenta e inicio dos anos sessenta, e teve o azar de nascer, em Portugal, teve uma vida complicada e não sabe como vai acabar a mesma. Se é macho, viveu a sua adolescência com o terror de ter, eventualmente, de ir para África, para uma guerra colonial, que todos sabíamos, que acabaria mal. E acabou, com uma descolonização que é a vergonha das vergonhas e que resultou em milhares de portugueses a regressar, a um país, que ainda, hoje, sofre as consequências, dessa descolonização. Milhares de pessoas que nunca contribuíram para o sistema da segurança social, no “puto”, que, ainda hoje, beneficiam da solidariedade de todos os portugueses, menos, dos vinte e cinco por cento de portugueses que vivem da economia subterrânea.
Mas, antes disso, se teve a oportunidade de ir estudar, sabia que tinha um exame da quarta classe, onde tinha de saber os rios de Portugal e das Províncias Ultramarinas e seus afluentes, as serras, os caminhos-de-ferro e aprendia a fazer a prova dos noves e uma regra três simples.
Nos dias de hoje, não se sabe, porra nenhuma, e quando se pede para fazer uma regra três simples, sempre se pode dizer, que essa matéria não foi dada na universidade.
Os que fizeram o Liceu foram traumatizados… com o exame do segundo ano e, depois, com o exame do quinto ano. No quinto ano, sempre poderia tentar fazê-lo em dois anos…primeiro a secção de letras e depois as ciências. Sim, porque não era para todos fazê-lo de uma vez só…a não ser que tivesse havido a possibilidade de um dinheirito extra para pagar aos explicadores.
E de todos aqueles que começaram a trabalhar, logo a seguir à quarta classe, com onze ou doze anos de idade, tiveram que dar ao pedal, para hoje, ou ainda estarem a trabalhar, porque não atingiram a idade da reforma, embora tenham 40 anos de desconto para a segurança social, ou então, estão na reforma com as penalizações da actualidade.
Ah, mas os que tiveram a oportunidade de estudar até ao quinto ano dos liceus, e se eram meninos, foram para o serviço militar e foram bater com os costados na guerra colonial. As
meninas, essas tinham o privilégio de começar a trabalhar mais cedo ou de casar mais cedo, e hoje, estão também, na corda bamba. Porque tem mais de trinta anos de trabalho e descontos, para um sistema de segurança social, que estes gajos, que estiveram nos governos, estes trinta
e sete anos, destruíram, com aquela coisa de ser tudo universal e tendencialmente gratuito.
Mas houve, os que tiveram a oportunidade de continuar a estudar, completar o curso dos Liceus,
eventualmente, realizar o exame de aptidão e depois, andar cinco anos, se não fosse mais, numa Universidade, com a possibilidade de ir para o Porto, Coimbra ou Lisboa. Sim, porque essa coisa de Politécnicos em Torres Novas ou na Baixa da Banheira, era impensável, porque o Estado, tinha a consciência que não tinha dinheiro para esses luxos, universais e tendencialmente gratuitos. Muitos desses jovens, de então, já realizaram os seus cursos, a trabalhar. E não iam
de carro para a Universidade…iam a pé!
Claro que começaram a trabalhar mais tarde, mas não significa que não tenham, hoje, mais de trinta anos de descontos para a Segurança Social e não estejam a ver o seu “contrato”, a ser alvo da alteração das circunstancias, a cada ano que passa. Começou com o Santo Cavaco, de 36 anos de descontos, para 40 anos, e actualmente, para os quase 67 anos de idade. Tudo bem…ainda poderia ser…se houvesse trabalho para oferecer a toda essa gente. Em contrapartida, estes governantes da treta, que tem andado a engordar as suas contas pessoais, e que hoje, alguns deles, têm três reformas, outros, estão em Cabo Verde a apanhar banhos de sol ou são presidentes de conselhos de administração de empresas, que beneficiaram, enquanto ministros
e secretários de estado, nunca foram chamados para responder pelos seus actos.
Uma completa vilanagem, que hoje, culminou com o roubo de salários, a quem espera esse dinheiro para fazer face à sua vida.
Significa que são roubados no seu salário e que ainda são penalizados, porque esse dinheiro não é contabilizado para a sua reforma. E, ainda, é esta geração, que sustenta a geração à rasca. A geração que teve a oportunidade de andar em Politécnicos e Universidades, e que hoje, continua a ter uma vida, tendencialmente gratuita, à custa desta fantochada, que é o ensino, em Portugal, onde só, em engenharia, existem mais de 132 cursos.
Um país, com dez milhões de infelizes, com uma economia destruída no seu tecido produtivo, porque, se trocou a agricultura, pescas e industria, por kilometros de alcatrão. Os mesmos
gajos que nos andaram a vender o alcatrão, são os que nos emprestam, agora, o dinheiro e nos cobram juros, para pagar esse alcatrão que nos venderam.
Temos vivido rodeado de incompetentes, chulos e vigaristas, que nos andaram a governar, estes trinta e sete anos, que vão colocar, milhares de portugueses, sem reforma e sem emprego, depois, de andarem a pagar e a trabalhar, uma vida inteira. Se esta situaçãonão merece um tiro de canhão, não sei o que será preciso…
Ainda, há um primeiro -ministro, que com ar de intelectual, de meia tigela, vem dizer na televisão, que um orçamento não é um mero exercicio de contabilidade…com tantos ilustres iluminados, ao longo destes anos, nos governos, e colocaram o país na miséria? Parece-me, que
não chegaram a aprender, a fazer uma regra três simples.
Muito menos compreendem que zero sobre zero dá o melhor resultado para uma boa gestão…é que deixa de haver alguma coisa para gerir. Para lá, caminha Portugal!
Mudam os figurantes, mas o“gang” do multibanco continua activo.

sábado, 1 de outubro de 2011

O POVO PORTUGUÊS NÃO TEM CULPA

O mesmo povo que aparecia nas manifestações de apoio, a António Salazar, e mais tarde a Marcelo Caetano, foi o mesmo que apoiou o movimento sindical dos “capitães de Abril”.
O mesmo povo que, de modo reiterado, tem vindo a votar na “democracia” é o mesmo povo, do antes do 25 de Abril de 1974. O mesmo que tem vindo a votar, contra mais de 40% do outro povo, que se abstém de votar, nesta charada chamada de democracia.
Dizem que a vontade do povo é “soberana”. Não posso acreditar que um povo, por mais estúpido que fosse, fizesse gosto em ser masoquista. Povo que sabe que a única alternativa que lhe resta é a alternância entre dois partidos que levaram Portugal, à falência. Que insiste em manter o regime político actual, porque sabe que de outro modo teria dificuldade em ser poder. Em distribuir benesses à “malta” que fervorosamente apoia o partido.
Antes do 25 de Abril, como nem todos cabiam na União Nacional, os que pretendiam beneficiar do sistema, inscreviam-se como informadores da PIDE. Com a democracia, as bases alargaram-se, com múltiplas ofertas, desde as Juntas de Freguesia, aos Clubes Recreativos, subsidiados pelo dinheiro do Estado.
E como não tivemos pejo em trocar o nosso tecido produtivo por dinheiro fácil, da União Europeia, para grandes obras do regime, não hesitámos em fazê-lo, até porque, também isso seria vantajoso ao enriquecimento fácil e rápido. Uma das melhorias da democracia. Foram obras e obras, que culminaram com as parcerias público privadas, completamente pervertidas que permitiram aos nossos “camaradas” e “companheiros” a compra desenfreada de acções em Bancos privados, constituídos pelos “companheiros”, que rapidamente se valorizaram, permitindo mais-valias para eles, que uns anos depois, tem de ser, uma vez mais, o povo português a pagar. A democracia permitiu um rápido desenvolvimento de regiões que, hoje, se reduzem a uma pequena coisinha de mais de seis mil milhões de euros de divida, a somar à divida escabrosa que o “Continente” já tinha, e que representa mais de 8,3% de défice, só no primeiro semestre de 2011.
Hoje, sensibiliza-se o povo, sacaneado, a fazer um esforço para pagar esta brutalidade de dívidas, que permitiu, a uma catrefada de “Companheiros” e “camaradas”, a compra da segunda e terceira habitação, depósitos a prazo de milhares de euros e pasme-se, tudo isto, com pensões de reforma de 800 euros.
Com tudo isto, o povo é isento de culpas, porque não tinha alternativa e esqueceu-se que podia, e pode, exigir a mudança radical deste regime político corrupto, falido, dirigido por interesseiros ou incompetentes, que procuraram todas as oportunidades, que este regime lhes facilitou, para um enriquecimento rápido, muitas das vezes legitimo, porque bastariam cinco anos a trabalhar no Banco de Portugal ou de ano e meio na CGD para se terem pensões de reforma milionárias. Já não falo dos nossos sacrificados, deputados ou Juízes do Tribunal Constitucional, que aos 42 anos de idade se reformaram por cansaço e que com grande sacrifício se mantém a “trabalhar” em prol da democracia.
E as Instituições que fazem parte, deste regime político, funcionam todas bem. As que têm como missão fiscalizar, fiscalizam o trabalhador por conta de outrem, aquele a quem é pedido, agora, para ajudar a pagar as casas compradas na Expo e no Algarve, a permitir que o actual sistema, remunere, as contas a prazo, a seis por cento, ao ano, das forçadas poupanças que esta malta fez, ao longo da democracia. De tal modo que permitiram que as “hortenses” pudessem florescer, na Madeira, de tal modo que os “cubanos” só têm, mais seis mil milhões, a somar à divida que os “camaradas”, deixaram, nestes últimos quinze anos, dos trinta e sete, do regime político, vigente. E no dia nove de Outubro, como o povo é “soberano”, e sabe o que quer, vai às urnas, exercer a sua “vontade”, mais uma vez. Viva a democracia! Viva o regime político instituído no dia 25 de Abril…que além das “hortenses”, é um regime repleto de “cravos”. Melhor dito, de cravas deste povo apático, mas “soberano” e representado na Assembleia da República, lugar “sagrado” do regime, onde se “exercesse” a democracia.
E quando o povo se sentir injustiçado, pelas arbitrariedades do “Estado”, no qual delegou a administração da “rés” pública, pode sempre recorrer aos Tribunais, que aplicam a “justiça”, depois de uma investigação “isenta”, onde as escutas indiscriminadas se fazem a toda a gente, nem que se tenham de utilizar as “secretas”. Sistema de justiça que procura “troféus” de caça jurídica, para justificar a sua ineficácia. Para nos dizer que é eficaz…mesmo que os processos levem anos e anos, nos tribunais, que se atirem estigmas para cima, seja de quem for, mas que não consegue levar à barra dos tribunais, os responsáveis pelo assalto à mão desarmada de Bancos, donde se desviaram milhões e milhões de euros, que o povo português tem, agora, que pagar.
O país está falido…mas não é só em termos económicos e financeiros. Está falido no seu todo…não há, com honrosas excepções, instituições que não estejam, no mínimo, falidas em ética moral, política e competência.
E,O POVO, PORTUGUÊS, NÃO TEM CULPA!