quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

TANTO FAZ SER A PRIMEIRA, SER A SEGUNDA OU A TERCEIRA REPÚBLICA QUE A MERDA É A MESMA

“Estávamos na 1.ª República e assistia-se a uma desordem financeira. Um aumento colossal e crónico do défice, a que se juntava uma máquina do Estado ineficiente, gastadora e perdulária – desde os serviços centrais até às colónias, passando pelas autarquias”.
Não me parece que estejamos na 1.ª República, mas segundo uns na 2.ª República, segundo outros, na 3.ª República.
Tanto faz, desde que nos consigamos situar no tempo. E “mutatis mutantis”, o tempo mudou, mas os problemas são os mesmos.
Continuamos a viver uma desordem financeira, com um aumento colossal e crónico do défice, em que felizmente, em mais de 90% é só responsável o Estado central.
Estado central, gastador e perdulário. Que teima nos grandes investimentos do Estado, como se a solução do país passasse por aí.
Somos hoje, um país cuja máquina produtiva de bens transaccionáveis se encontra destruída. Desde a agricultura, às pescas, porque durante uns anos houve uma classe de políticos que diziam a toda a hora, que o futuro do país passava pelos serviços, em boa parte o turismo e pelos rebanhos de ovelhas no Alentejo.
O resultado está à vista.
Como se não bastasse, temos assistido à gestão do poder por dois partidos que, ora são governo ou oposição, mas enquanto governo, os seus actos de gestão, não têm relação nem com os programas de governo, nem com os programas partidários, muito menos com as exigências do país.
Podemos tirar como conclusão, que ao fim de trinta e cinco anos de alternativa partidária, na governação do país, estes fracassaram e que apregoar como solução do problema nacional em que nos encontramos, que o mesmo passa pelos partidos, não oferece o mínimo de garantia. E penso que chega de experiências.
Os partidos, formaram-se à volta de pessoas, de interesses mesquinhos e de certos apetites e têm, hoje, como única finalidade, servir esses interesses e apetites.
Ora, é essa mentalidade partidária que tem de acabar, se queremos entrar num período de renovação.
Acabem com essas ideias peregrinas de procurar encontrar ideologias, em congressos e fóruns, dos quais não sai absolutamente nada, a não ser a passagem de modelos, de egocentrismos, dos portadores dos referidos interesses e apetites, que são antagónicos com a necessidade de encontrar o caminho que o país perdeu.
Os partidos corrompem, desvirtuam o poder e deformam a visão dos problemas. E o que fica em causa é a utilização dos valores do país para o bem comum. Que o digam os milhares de portugueses que vivem no limiar da pobreza e os mais de seiscentos mil desempregados que o país tem, e que não se resolvem com ladainhas de estágios e outras soluções de marketing.
Tanto faz ser a primeira, ser a segunda ou a terceira república que a “merda” é a mesma.

“Riparum usus publicus est iure gentium, sicut ipsius fluminis.” [Digesta 1.8.5] De acordo com o direito das gentes, o uso das margens do rio é público, da mesma maneira que o do próprio rio.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

HOJE SOMOS MUITOS, AMANHÃ SEREMOS MILHÕES

Creio que este era o “slogan” que em tempos orientava o PSD. Tempos que já lá vão, ainda era Presidente do PSD o Dr. Francisco Sá Carneiro.
Fazendo jus ao “slogan”então em voga, os militantes do PSD nunca o esqueceram. E hoje, decorridos 30 anos, ainda lhes está na mente o referido “slogan”.
Basta ver a notícia dada, pelo CM, cujo título é: “PSD esquema das secções para conquistar mais influência”.
E a notícia vai dando exemplos dos múltiplos pseudo - militantes que coabitam na mesma morada. Desde do Bairro da Boavista, passando pela secção A, aliás famosa desde sempre, onde em três moradas residem 21 militantes.
Há muito que se vem denunciando esta situação, que os diversos líderes não pretendem esclarecer mas, não deixam de apregoar a ética e a transparência.
Quem não consegue ser transparente na sua própria casa, não tem autoridade moral para exigir ética a ninguém, a não ser que, o facto de se ter militantes a residir, às carradas, na mesma morada, seja ético, mesmo que eles venham de bairros de outros zonas ou distritos.
Também há muito se fala de que estes militantes beneficiam, além das quotas pagas, de outros benefícios para votarem, quando se torna necessário. Seja nas secções, seja nas distritais e agora nas nacionais.
Segundo consta, o PSD não está sozinho nesta embrulhada. Há mais partidos na mesma situação.
Ninguém controla nada, o próprio Estado que é governado pelos próprios partidos, nada está interessado em fazer.
Por isso, assistimos aos mandatos infindáveis dos notáveis que vão povoando os partidos e que têm levado o país à bancarrota.
A democracia está podre! Estamos a viver em demagogia!
Como está na moda, a corrupção, começa nos partidos! Não haverá códigos de ética que lhes possam valer.
Não precisamos de mais partidos, precisamos de uma nova democracia, se for possível!
São os meus sinceros votos, para 2010!

“Deus testis est.” [Vulgata, 1Tessalonicenses 2.5] Deus é testemunha.

domingo, 27 de dezembro de 2009

UMA MÃE PERDOA SEMPRE

Mê rico filho!
Vi-te na televisão, a dar os cumprimentos de Natal, ao Sr. Presidente. Mas achei estranho não teres falado da colaboração institucional que era teu apanágio, nos últimos cinco Natais.
Eu compreendo! Escusas de dizer. Eu sei que tens que criar algum mal-estar, para depois apoiares o Senhor às eleições, pois não vais ter alternativa dentro do partido. O Alegre não te larga e sinceramente, não te estou a ver a trabalhar com ele.
Então é que era o fim da macacada.
Já nesta altura, sabe Deus o que tu não tens de aguentar, com essa malta.
O teu caminho para o socialismo, nem ao Hugo Chavez passava pela cabeça.
Desorçamentar, com a criação de empresas do Estado foi uma ideia genial. Socialismo sem contar para o défice orçamental.
Agora, o Guilherme, é que anda a tramar-te a vida, com as negas às parcerias pública - privadas. Não há direito. Aquelas barragens que eram essenciais para aumentar em 3% a produção eléctrica nacional e que iriam criar emprego a rodos, é o que o Cavaco chamaria forças de “bloqueio”.
Mas ele já não é do teu partido? Olha! Só te digo é que com amigos assim, não precisas de ter inimigos.
Então, eles não ouvem as tuas intervenções? Não sabem que o futuro do país está no investimento megalómano do Estado?
Às vezes ponho-me a pensar para que é que andei a criar um filho. És um incompreendido. É o que é!
Não te preocupes com os robalos, pois passei a consoada, como tu disseste, com um prato de bacalhau, bem regado com aquele azeite lá da herdade do teu amigo. Uma maravilha.
Depois, os meus olhinhos até brilharam, com as fatias doiradas.
Agora, mandares-me jogar os joguinhos do Magalhães é que não. Às vezes, esqueceste que sou tua mãe, não é mê filho?
Uma mãe perdoa sempre, mesmo quando os filhos são como tu! Agora, o país é que já não sei.
Agora resta-me, desejar-te Boas Festas e não desanimes. Não vale a pena dramatizares dessa maneira.

“Pars maxima fere hominum habent hunc morem: quod sibi volunt, dum id impetrant, sunt boni; sed id ubi penes iam sese habent, ex bonis pessimi et fraudulentissimi fiunt.” [Plauto, Captivi 165] A maior parte dos homens tem esta característica: enquanto tentam obter o que querem, são virtuosos; mas quando já o têm para si, de bons se tornam

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

MÃEZINHA, NÃO HÁ ROBALOS PARA A CEIA DE NATAL




Mãezinha ainda bem, que vêm aí as férias de Natal.
Vou tirar umas férias e descansar desta barulheira infernal dos homossexuais, orçamentos e outras coisas mais.
Mas não há nada, que chegue àqueles velhos tempos de escola. Isso, é que eram férias. Lembras-te, mãezinha? Se eu já não pegava no livro durante as aulas, muito menos o fazia durante as férias. Mas em compensação tive uns professores muito porreiros, pá, que me facilitaram imenso a vida e quando eu não podia ir aos exames, mandava-os por fax. Bons tempos. Agora é um bocadinho diferente, porque tenho este “dossier” do orçamento que me está a dar água pela barba. Como é que eu vou dizer à malta da função pública que este ano não há aumentos de salário?
E digo-te mais, mãezinha…se não deito o Governo a baixo, para haver eleições antecipadas, como é que eu vou dizer à malta que para 2011 vamos ter de aumentar os impostos, baixar salários, deixar de pagar o décimo terceiro mês? Não me dizes, mãezinha? Ninguém vai ter paciência para aturar a oposição.
Já sei que me vais dizer, para me desculpar, que foi a crise internacional e que já estamos a recuperar. E que temos que resolver este problema do défice. Isso, eu sei! Mas achas que eles vão acreditar?
Por outro lado, mãezinha, que solução é que eu vou apresentar para reduzir a divida externa? Com essa é que estamos tramados.
O quê? Com a exportação de computadores Magalhães para a Venezuela? Oh, mãezinha, o Hugo nem a última encomenda quis. É como te digo, estamos tramados. Tenho que pensar noutra coisa qualquer, para entreter o pessoal. E ainda por cima, se vou reavivar essa do Magalhães, tenho mais uma comissão de inquérito em cima. Já basta esta, do Magalhães que foi pago pela Acção Social Escolar. Não é por nada, mas ainda são 180 milhões. Sim, porque com esta dos gays, já não me safo, porque fica resolvida, agora. E para entreter um pouco mais o pessoal e chateá-los mais um bocadinho com esta “maricagem”, vou dar indicações ao pessoal para eles votarem a proposta do Bloco de Esquerda e fica já a adopção resolvida. Nem é tarde, nem é cedo.
Até lá, hei-de pensar em qualquer coisa.
Mãezinha! Um Bom Natal e um ano novo cheio de “propriedades”.


PS: Mãezinha, já depois de ter fechado a carta é que me lembrei de te dizer que este ano não há robalos para a ceia. Come bacalhau, com azeite tecnológico, subsidiado pela PAC. Aproveita o Magalhães que te arranjei para te entreteres com uns jogos. Não tivesses dado cabo da “playstation”.
" Nescit dulcedinem epularum, qui famem non est expertus. "[Titelmano / Bernardes, Nova Floresta 5.180] Não percebe o sabor da comida quem não sentiu fome.

domingo, 20 de dezembro de 2009

UM PAÍS DE SUCESSO

Ainda há quem se admire, que os empresários aproveitem a época, para fechar as suas empresas. Se fosse empresário, ponderava, seriamente, a faculdade de encerrar o meu negócio.
Estamos num país, em que ser empresário é ser-se malandro! Como malandro, há que lhe dar cabo do canastro, porque assim não pode ser!
Impostos e mais impostos! Só se fala de obrigações sociais, ninguém fala em gastar menos. Em deixar de engordar o Estado!
Se alguém é empresário, tem a obrigação de pagar os ordenados a quem para si trabalha! Justo! Justíssimo!
Mas depois, tem de pagar, as contribuições para a Segurança Social e se não pagar, o “vigarista”, o “criminoso”, vai ter um processo-crime em cima. Além do mais, responde com o seu próprio património. Mas, não fica por aqui, ainda vai ver o seu nome e da empresa numa lista de indigentes, publicada pelo Estado.
Tem de realizar as retenções do IRS e entregar ao Estado, que assim se serve da sua estrutura administrativa, à borla, e entregar esse dinheiro ao mesmo Estado. E, como é, à força, um intermediário, além de não ganhar nada com isso, se faltar ao compromisso ou se houver atraso, é penalizado.
Criminalizado, penalizado, enfim… ser empresário é arriscar o que é seu, em detrimento dos outros e ainda ficar, permanentemente à disposição da arrogância do Estado, a todo o momento, sendo visto como o único responsável do não funcionamento da economia.
E se as empresas dão lucro, está tramado, porque tem de pagar impostos, pela riqueza que está a gerar, e não vá o tipo fugir, até lá, paga o pagamento especial por conta, quer tenha lucros quer não!
E como se as coisas não chegassem, o Estado incompetente, visa gerar mais receitas com o novo código tributário. Sim, porque no meio de tudo isto, não são só os empresários que levam com a ripa…os trabalhadores também. E os reformados também, e os pré-reformados!
Ainda há pouco tempo, ouvimos falar da necessidade de alterar o esquema da segurança social, no que ao cálculo das reformas dizia respeito, para prevenir a sua sustentabilidade, para as gerações futuras. Bom, parece que afinal não chega, porque uns atrevidos investiram o dinheiro, que é nosso, em fundos de alto risco! E ninguém os prende. Ninguém os criminaliza, ninguém põe o nome destes malandros numa base de dados, em que toda a gente fique a conhecê-los.
Administrar o dinheiro dos outros, desta forma, e não ser responsabilizado é fácil, quando se tem a prerrogativa de colocar quer em cima dos empresários quer dos trabalhadores uma maior carga fiscal.
E esta porcaria de país, assiste, impávido e sereno, a esta devassa!

Por outro lado, andamos no corrupio da alta finança, a ver os roubos e vigarizes no BPN, no BPP, apoio à banca, generalizado, e quem paga esta treta toda? Os portugueses, aqueles que têm a mania que são espertos, nas suas atitudes diárias do salve – se quem puder, como se assim chegasse a algum lado.
Enquanto este povinho anda a tentar fugir, de pagar umas migalhas, andaram alguns a pedir dinheiro num Banco, para comprar acções noutro Banco e como a pandilha é grande, saltamos da administração de um lado para o outro e vamos controlar a situação no outro lado, porque isto, descambou.
E que garantias foram dadas? Nenhumas, e ninguém lhes cai em cima, porque são investidores/especuladores e não têm nenhuma fábrica de cuecas ou meias, no Minho. Porque se tivessem, estavam tramados! Tinham o nome na base de dados e só lhes restava comprar um bilhete de avião para Madrid e depois em Madrid, outro bilhete para o Brasil, para não deixar rasto, àquela justiça tributária, a mesma que investe o dinheiro da segurança social em fundos de alto risco.
E tudo isto se vai passando, enquanto nos vão distraindo com as pressões no Ministério Público, mais o caso Freeport, mais este caso e mais aquele e o país a afundar-se!
Parece, até, que o país não está endividado, e que a própria Caixa Geral de Depósitos, não está debaixo de olho das empresas de “ranking”, pois esta, até à data, tem sido um poço sem fundo para suportar toda esta pandilha, que tem aberto buracos financeiros em todo o lado. Portugueses, vamos ter de aumentar o capital social da Caixa Geral de Depósitos, outra vez! Aguentem-se à bronca!
Ah, mas se o meu amigo, for um modesto contribuinte que se tenha atrasado no pagamento dos seus impostos, está tramado, pois vai ter de pagar coimas ao Estado e ainda vai ver o seu nome na base de dados.
Resta perguntar: quem quer ser empresário neste país? A única profissão que não tem riscos é a de banqueiro e de especulador. Todas as outras, empresário ou trabalhador, estão condenadas a serem perseguidas, criminalizadas e a verem o seu nome vilipendiado, numa qualquer base de dados de um Estado, pródigo e especulador, também!

“In controversiis, quas in iudiciis moveri contigerit, aequalitatem litigatoribus volumus servari.” [Codex Iustiniani 12.19.12.4] Nas demandas que forem movidas em juízo, queremos que seja observada igualdade entre as partes.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

CASAMENTO GAY



Pela primeira vez, o Partido Socialista vai cumprir uma promessa eleitoral. Vai ser aprovada, amanhã, a proposta de lei que permitirá o casamento de pessoas do mesmo sexo.
Esta lei, não vai permitir a adopção. O que me parece violar o direito constitucional, se a lei que vai ser proposta for, de facto, o “casamento”.
Não vai tardar muito, eventualmente na próxima legislatura, quando o Partido Socialista se achar mandatado, uma vez mais, que se irá aprovar uma proposta de lei, para adopção de crianças, por casais do mesmo sexo.
Há uma história, interessante que ocorreu em 2006, pouco tempo depois de ter sido aprovado a lei, em Espanha, para os casamentos de pessoas do mesmo sexo, em que uma das senhoras, tendo realizado uma fecundação “in vitro”, casada com outra senhora, a segunda, (não sei se marida, se mulher) requereu, ao tribunal de Algeciras que se pronunciasse pelo direito, de esta consorte ser igualmente mãe da criança gerada “in vitro”. E como a lei continha uma lacuna e, existindo o princípio, de que os tribunais não se podem recusar a julgar qualquer causa por falta de lei, foi criada a norma que o legislador teria feito e a criança ficou com duas mães.
Bom, se há casamento, também há divórcio. Sabendo nós que a tendência generalizada, em caso de divórcio, os tribunais, optam por entregar a criança à mãe, pergunto-me como se irá o tribunal pronunciar, para se decidir entre as duas mães? Que critérios?
Ainda bem que o país não tem problemas graves para resolver! E este era premente, pois se for igual a Espanha, em que, em 2008, os casamentos homossexuais se ficaram por pouco mais de 1.300, quando os casamentos heterossexuais foram mais de 240.000, poderemos ver a proporção e chegaremos em Portugal, a cerca de 300 casamentos homossexuais.
“Mater semper certa est; pater is est quem nuptiae demonstrant.” [Digesta 2.4.5, adaptado] A mãe é sempre certa; o pai é aquele que o casamento indica

FAZEDORES DE OPINIÃO

Há necessidade de se irem encontrando bodes expiatórios, pelos múltiplos levantamentos de suspeições, de que o Ministério Público é useiro e vezeiro.
Depois de ter lido o artigo de opinião, de Rafael Barbosa, “Autarcas Suspeitos”, não posso deixar de perguntar, o que jaz sob artigos desta natureza?
Ao longo destes anos, fomos assistindo ao mediatismo do MP, no caso da “compostagem” na Covilhã, no caso “Portucale”, no caso “Operação Furacão”, no caso dos “Submarinos”, no caso “BPN”, no caso “BPP”, no caso "FreePort," no caso "Independente" e por último, no caso “Face Oculta”.
Decorridos mais de dez anos, sobre o primeiro caso, o que se sabe? Vai a julgamento. Quanto aos outros casos? Nada se sabe. Comissões de inquérito da Assembleia da República que acabam por reforçar o mediatismo do Ministério Público, sobrepondo-se nalguns casos, e depois de muita tinta nos jornais e muita conversa de televisão. Mesas redondas, mesas quadradas. Enfim. Um nunca mais acabar de opiniões, em que a maioria delas são opiniões de quem nada sabe, mas acha-se no direito de opinar. E esta opinião de Rafael Barbosa, não é mais, do que um opinar, de quem podia meter a opinião no saco. Francamente não percebo, como é que com gente de tanta categoria a dar opiniões, este país ainda está na fossa?
Diz o autor do artigo de opinião que: “Tal como no caso de limitação de mandatos, é provável que a proposta seja aprovada. Porque ninguém quer correr o risco de voltar a conviver com Isaltinos e Fátimas”.
Na senda desta opinião, direi eu, ninguém deve querer correr o risco de voltar a conviver com Administradores de Bancos, Ministros, Secretários de Estado, Empregados Bancários, Sucateiros e fazedores de opinião, já agora.
Embora tente, respeitar a opinião, acho que é um pouco de “pedantismo” e “sobressairia”, quando se afirma que os eleitores, “devem ser afastados de cair na tentação de eleger condenados com obra feita.”
Porque é que não devem ser afastados de votar, já agora, em quem permanentemente anda envolvido em suspeições, de casos que vão levar sete ou oito anos em suspeição e de cujos resultados se espera, sempre, uma mão cheia de nada?
Só se tenta “triturar” na justiça, quem não está debaixo de um chapéu partidário. Não concorda Senhor Rafael Barbosa?
E só lhe digo que até se conseguem acórdãos em que alguém viola um acto administrativo que não existia e que só veio a existir 7 meses depois, para se conseguir encontrar um crime de corrupção. E, ainda, se consegue classificar um crime instantâneo, num crime continuado, contrariando todos os princípios de direito e que ao longo de décadas, a doutrina tem afirmado nos seus manuais de direito penal, pelos mais reputados professores catedráticos de direito criminal, de modo a que o hipotético crime, não prescrevesse.
Tenha calma e se houver justiça, emita a sua opinião, depois de transitar em julgado e com toda a certeza, terá de digerir esta sua opinião.
Eu sei que é pedir demais, mas devia haver uma lei que nos aliviasse de “fazedores de opinião” que chegam a apelidar os eleitores de burros e idiotas. Essa não!

“Os qui non claudit, quae non vult, saepius audit. » [Gaal 1295]. Quem não fecha a boca, geralmente ouve o que não quer.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Mãezinha andam a brincar com o orçamento



Eles têm andado a brincar com esta coisa do orçamento, mas vão-se sair mal. Então, não é que querem ter dois orçamentos? Isto nem está previsto na lei. Estou farto de explicar que quem ganhou as eleições fui eu, mas eles insistem em querer impor outro orçamento.
Diálogo, mãezinha? Mais diálogo do que aquele que eu tive? Então, logo no início, eu disse-lhes: “vamos fazer aqui um acordo qualquer e vocês apoiam tudo aquilo que eu quero”. Oh, mãezinha, melhor acordo do que este eles nunca teriam. Não percebem!
E eu até não fui esquisito. Tanto fazia acordos à direita como à esquerda. O que era importante é que algum deles assinasse por baixo.
Mas levam para baixo. Já comecei com as minhas intervenções democráticas. Uma delas foi em Beja. Que é para os do PC saberem como é. Um dia destes vou até ao Cavaquistão e largo as mesmas prosas. E depois até Maio, vamos ver se isto vai ao não vai a eleições novamente. Lá para Belém, nem o Presidente, nem o menino Jesus…mas esse, ainda desculpo, pois agora anda lá entretido com o Benfica. E olha que é cada “olhada” que não te digo nada. Mas, o António até já foi à televisão, dizer que o Presidente tinha de ser interventivo, que tinha de apoiar o PS, mas o maroto, nada.
E sabes que ele para ser reeleito, precisa do meu apoio. O homem vai ter que se decidir.
Não, não te preocupes! O Alegre é que eu não apoio, se não ficava na mão daquela malta…
Não fazia mal nenhum, o Presidente dizer que isto estava tudo nas “lonas” e que era necessário o apoio ao Governo e então, nessa altura, já tínhamos a cobertura para aumentar os impostos e mais umas coisitas que temos de fazer.
Se não, depois vai ser pior…temos de fazer como a Irlanda. Sim, vamos ter que reduzir para aí em 20% os salários da função pública, deixar de pagar 13.º e 14.º mês, aumentar as taxas moderadoras, aumentar os descontos para a Segurança Social, e por aí fora.
Eu bem tento…estavam a pensar que me condicionavam com aquelas coisas do Vara e do resto do pessoal que está ligado ao PS, mas já conseguimos deixar a ideia que tudo isto, não tem nada a ver com o partido. O quê? No caso do BPN? Isso é diferente, mãezinha, aí é mesmo o PSD. Não há que confundir as coisas.
Ah, e o Magalhães? Oh mãezinha, nunca mais largam o tema. Bolas! Agora é por causa dos cento e oitenta milhões da Acção Social Escolar que foram para comprar os computadores. Então, estavam a pensar que tudo aquilo era de borla?
Mãezinha, não há pachorra!
Saudades! Depois de Copenhaga, eu telefono e vamos comer um robalo escalado. Combinado?
Beijinhos!

PS- Não o Vara não vai. Eu até já não falo com ele, vai para uns dois meses.

“Amo libertatem loquendi”. [Cícero, Ad Familiares 9.22] Amo a liberdade de falar.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

MÊ FILHO, O TRATADO DE LISBOA JÁ NINGUÉM TE TIRA



Mê rico filho!
Cá recebi a tua cartinha.
Nem sei porque é que continuas nesse trabalho. Do que tenho visto e ouvido, penso que em vez de insistires para ficares, obrigando a oposição a deitar-te abaixo, larga mas é isso, e vai para ao pé do tê amigo. Sim! Aquele que era conhecido como o picareta falante. Não é ele que está lá na Comissão para os refugiados? Ora bem. Lá é que tu estavas bem.
Passavas a ter uma vida mais descansada, até podias engordar um bocadinho, porque ao fim e ao cabo, também não estamos assim tão mal. Com o pezinho de meia que tu arduamente juntaste, já podíamos levar uma vida mais descansada. E eu aproveitava para estar mais tempo com os netinhos.
Deixa-os andar nessa luta do “Face Oculta” e os tês amigos que se desenrasquem que já têm idade para isso.
Como essa malta da oposição, não tem alternativas, em face da tua capacidade inventiva, agarram-se a essa, da “Oculta” e agora não descolam. Sabes bem que é verdade!
Dentro do partido é o avô alegre, já pronto para afiar a faca. Isso ainda vai dar chatice. Sim, porque o manequim dos anos sessenta, não vai ficar parado. Está a começar a hora da brincadeira. Pezinho de fora, pezinho dentro e lá começam eles nas brigas. Bom! Por um lado é bom para ti, mas com essa coisa do orçamento, eles não te vão largar a perna.
A única coisa em que eles te dão razão é sobre o défice. Isso, pouco importa. Oito por cento, dez por cento, tanto faz. Desde que vá havendo subsídios para aguentar esta malta. Criar riqueza? Nem penses nisso, mê filho. Se durante estes 35 anos ninguém se preocupou com isso, não és tu, agora, que te vais matar a fazer uma coisa dessas. Vai entretendo o pessoal que é a conjuntura internacional e que já estamos em recuperação, mesmo que o desemprego continue a subir até 2012. Quem vier atrás que feche a porta. Porque a ti, mê filho, o “Tratado de Lisboa” já ninguém te tira. É obvio que isso não vai trazer mais felicidade para a rapaziada, mas coloca o teu nome nos anais da história europeia. Além do mais, é o teu curriculum que está em jogo. Ou não é?
Vai com cuidado, mê filho. Não te espalhes agora! Eu sei que é mais difícil, porque tens de falar com essa maltosa da Assembleia. Mas tem que ser!
Beijinhos de saudades.

PS: Já troquei de telemóvel. Depois telefono-te para te dar o número. Não é muito seguro por carta. Vá lá o diabo tecê-las.

“Multum sunt verbis dissona facta bonis.” [Rezende 3691] Os feitos são muito discordantes das boas palavras.