domingo, 20 de dezembro de 2009

UM PAÍS DE SUCESSO

Ainda há quem se admire, que os empresários aproveitem a época, para fechar as suas empresas. Se fosse empresário, ponderava, seriamente, a faculdade de encerrar o meu negócio.
Estamos num país, em que ser empresário é ser-se malandro! Como malandro, há que lhe dar cabo do canastro, porque assim não pode ser!
Impostos e mais impostos! Só se fala de obrigações sociais, ninguém fala em gastar menos. Em deixar de engordar o Estado!
Se alguém é empresário, tem a obrigação de pagar os ordenados a quem para si trabalha! Justo! Justíssimo!
Mas depois, tem de pagar, as contribuições para a Segurança Social e se não pagar, o “vigarista”, o “criminoso”, vai ter um processo-crime em cima. Além do mais, responde com o seu próprio património. Mas, não fica por aqui, ainda vai ver o seu nome e da empresa numa lista de indigentes, publicada pelo Estado.
Tem de realizar as retenções do IRS e entregar ao Estado, que assim se serve da sua estrutura administrativa, à borla, e entregar esse dinheiro ao mesmo Estado. E, como é, à força, um intermediário, além de não ganhar nada com isso, se faltar ao compromisso ou se houver atraso, é penalizado.
Criminalizado, penalizado, enfim… ser empresário é arriscar o que é seu, em detrimento dos outros e ainda ficar, permanentemente à disposição da arrogância do Estado, a todo o momento, sendo visto como o único responsável do não funcionamento da economia.
E se as empresas dão lucro, está tramado, porque tem de pagar impostos, pela riqueza que está a gerar, e não vá o tipo fugir, até lá, paga o pagamento especial por conta, quer tenha lucros quer não!
E como se as coisas não chegassem, o Estado incompetente, visa gerar mais receitas com o novo código tributário. Sim, porque no meio de tudo isto, não são só os empresários que levam com a ripa…os trabalhadores também. E os reformados também, e os pré-reformados!
Ainda há pouco tempo, ouvimos falar da necessidade de alterar o esquema da segurança social, no que ao cálculo das reformas dizia respeito, para prevenir a sua sustentabilidade, para as gerações futuras. Bom, parece que afinal não chega, porque uns atrevidos investiram o dinheiro, que é nosso, em fundos de alto risco! E ninguém os prende. Ninguém os criminaliza, ninguém põe o nome destes malandros numa base de dados, em que toda a gente fique a conhecê-los.
Administrar o dinheiro dos outros, desta forma, e não ser responsabilizado é fácil, quando se tem a prerrogativa de colocar quer em cima dos empresários quer dos trabalhadores uma maior carga fiscal.
E esta porcaria de país, assiste, impávido e sereno, a esta devassa!

Por outro lado, andamos no corrupio da alta finança, a ver os roubos e vigarizes no BPN, no BPP, apoio à banca, generalizado, e quem paga esta treta toda? Os portugueses, aqueles que têm a mania que são espertos, nas suas atitudes diárias do salve – se quem puder, como se assim chegasse a algum lado.
Enquanto este povinho anda a tentar fugir, de pagar umas migalhas, andaram alguns a pedir dinheiro num Banco, para comprar acções noutro Banco e como a pandilha é grande, saltamos da administração de um lado para o outro e vamos controlar a situação no outro lado, porque isto, descambou.
E que garantias foram dadas? Nenhumas, e ninguém lhes cai em cima, porque são investidores/especuladores e não têm nenhuma fábrica de cuecas ou meias, no Minho. Porque se tivessem, estavam tramados! Tinham o nome na base de dados e só lhes restava comprar um bilhete de avião para Madrid e depois em Madrid, outro bilhete para o Brasil, para não deixar rasto, àquela justiça tributária, a mesma que investe o dinheiro da segurança social em fundos de alto risco.
E tudo isto se vai passando, enquanto nos vão distraindo com as pressões no Ministério Público, mais o caso Freeport, mais este caso e mais aquele e o país a afundar-se!
Parece, até, que o país não está endividado, e que a própria Caixa Geral de Depósitos, não está debaixo de olho das empresas de “ranking”, pois esta, até à data, tem sido um poço sem fundo para suportar toda esta pandilha, que tem aberto buracos financeiros em todo o lado. Portugueses, vamos ter de aumentar o capital social da Caixa Geral de Depósitos, outra vez! Aguentem-se à bronca!
Ah, mas se o meu amigo, for um modesto contribuinte que se tenha atrasado no pagamento dos seus impostos, está tramado, pois vai ter de pagar coimas ao Estado e ainda vai ver o seu nome na base de dados.
Resta perguntar: quem quer ser empresário neste país? A única profissão que não tem riscos é a de banqueiro e de especulador. Todas as outras, empresário ou trabalhador, estão condenadas a serem perseguidas, criminalizadas e a verem o seu nome vilipendiado, numa qualquer base de dados de um Estado, pródigo e especulador, também!

“In controversiis, quas in iudiciis moveri contigerit, aequalitatem litigatoribus volumus servari.” [Codex Iustiniani 12.19.12.4] Nas demandas que forem movidas em juízo, queremos que seja observada igualdade entre as partes.

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