segunda-feira, 30 de novembro de 2009

NÃO TRAUMATIZEM OS ALUNOS






Muito se tem dito sobre a educação e os traumas psicológicos que são infligidos aos alunos mais incompreendidos. Estes são verdadeiramente maltratados.
O sistema de ensino actual, não tem preparado os professores, para lidar com as situações do dia-a-dia e que muitas das vezes, traumatizam os alunos para o resto das suas vidas.
Temos algumas situações em que o professor não está habilitado a gerir e que deve ser tido em conta na avaliação dos mesmos. Desde o aluno que chega atrasado à aula, ao aluno que pede para ir lá fora, ainda mal acabou de entrar na sala de aula, quando o aluno não presta atenção ao que o professor está a dizer, quando o aluno está permanentemente a virar-se para trás, quando o aluno pede para ir “mijar”quando o aluno pede para ir comer, quando este boceja, quando o aluno dorme na aula, quando o aluno fala em “crioulo”, etc.
Todas estas e outras situações, o professor tem, como obrigação, de saber lidar com elas.
Se o aluno fala em crioulo, de duas uma. Ou ele sabe que você sabe crioulo e quer que você saiba o que ele quer dizer, ou ele sabe que você não sabe crioulo e não quer que você saiba o que ele está a dizer. Mas não se deixe intimidar, diga que sim e faça de conta que não percebeu nada, mesmo que tenha percebido. Logo que possível, tente-se informar se já abriu o curso de formação de crioulo. O saber não ocupa lugar e em breve, vai fazer-lhe falta, já que o crioulo vai passar a ser a primeira língua oficial na escola.
Se o aluno lhe pede para “mijar”, pergunte-lhe, com simpatia, se o que ele quer de facto é “urinar”. Se este reagir com espanto e lhe perguntar: “ir fazer o quê”?, explique-lhe com paciência que urinar é sinónimo de fazer xi-xi. Caso continue sem perceber, deve ilustrar a situação no quadro, ou exemplificar, com todos os pormenores, ao vivo e a cores.
O aluno quer ir comer. Antes de autorizar, recomende-lhe que não deve comer à pressa porque faz mal. Ele que não se preocupe, porque a aula pode esperar. Recomende que ele mastigue no mínimo trinta e cinco vezes, a fim de que o bolo alimentar fique devidamente preparado para ser recebido pelo seu delicado estômago.
Nas situações mais agressivas, como o de o aluno o mandar para o “c…alho”, reaja com calma e pense que algum motivo, ele há-de ter para se insurgir dessa forma. Diga-lhe com serenidade que ele deve utilizar o termo “pénis” em vez de “c….alho”. Dito desta maneira, as coisas tornam-se muito mais simpáticas e deixam de ter carga ofensiva, porque se evitou o palavrão, gratuito e fácil.
Na eventualidade de o aluno encostar o seu peito ao seu, o essencial é manter a calma, porque normalmente, estes alunos são brincalhões e serenos. Sorria e se for preciso, peça desculpa e prometa que o motivo que levou a encostar os peitos, mesmo que o desconheça, jamais se repetirá.
Temos que aprender a não traumatizar os meninos. Se algum dos alunos libertar um gás, deve procurar desobstruir as fossas nasais, de modo que o efeito seja o desejado por quem o solta. Não desiluda os seus alunos. Se o gás for libertado com som audível, devemos rir e acompanhar o resto da turma na sua risada.
Já o professor está proibido de gasear. A liberdade tem limites.
Procure perceber os motivos que levam os meninos a ter estes procedimentos e não os traumatizem.

“In summum perducta incrementi non habent locum ». [Sêneca, De Constantia 5.4] Tudo o que atingiu o ponto mais alto não tem espaço para crescimento.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

MÃEZINHA, O CSI ANDA POR AÍ



Acuso a recepção da tua cartinha, que me deu algum ânimo.
Como já deves ter reparado, o CSI anda por aí a fazer das suas. Com aqueles aparelhos todos científicos, escutam daqui, escutam de acolá e depois é esta jagunçada que tu vês.
Ultimamente não te tenho visitado, embora eu viva na direita e tu na esquerda, porta com porta. Tenho andado preocupado com a situação e como não quero dar muito nas vistas, mando aqueles entroncados, largar umas bujardas na televisão. Então o outro, nem parece o Ministro da Defesa…parece mais o Ministro da Guerra, embora não use farda.
Aquela malta que andou por ali, pela esquerda revolucionária, cresceram e tornaram-se adultos, mas nunca perderam aquele jeito entroncado de falarem grosso. Lembras-te mãezinha? Os tempos do “grande educador da classe operária”? Dos carregadores de mobílias da reitoria da universidade lá para a sede do partido? Fazem, todos, parte dessa pandilha! É giro, porque ao fim de 35 anos, não perderam o jeito. E ainda bem que não foram todos para o PSD e ficaram alguns por aqui.
Vê tu bem, que mesmo trocando de telemóveis, apanharam os tipos nas escutas. Porquê? Por causa do sucateiro que não perde a mania de guardar coisas que já não prestam. É mesmo sucateiro.
Mas, como já te disse, eu penso que a montanha vai parir um rato. Porque normalmente estas coisas levam 7 a 8 anos a decidirem-se e até lá, não dá em nada. O quê? O Estado de direito democrático? Ou mãezinha que importa isso agora, se o país está prestes a cair no abismo?
Repara bem! Estamos com um desemprego inferior ao da Espanha e esta malta queixa-se. Temos um défice mais baixo que alguns países da Europa e a malta queixa-se. As receitas caíram perto de vinte por cento e vamos ter de aumentar os impostos e a malta não vê que têm de ser patrióticos e ajudar o Partido.
Ainda agora, vieram aqueles tipos a pedir que a malta que já descontou 40 anos fosse para a reforma, independentemente da idade. Esta malta é doida! Trabalhem! Ainda não viram que a reforma é uma coisa que vai acabar. São mesmo uns tolos. Nós só vamos ter que aguentar esta coisa, até que os tipos que já estão na reforma comecem a patinar. Para os outros, está quieto ao mau. Trabalhem malandros!
Não há trabalho, mãezinha? Não digas isso. Eu tenho criado muitos postos de trabalho. Vê os jornais. Ele é pessoal para as padarias e panificadoras, ele é carpinteiros de limpos, ele é ajudantes de cozinha. E não há empregos? Então esta malta, só porque são licenciados já não querem descascar batatas? Ou mãezinha, não podem ser todos primeiros-ministros.
Mãezinha, vou acabar esta cartinha, antes que alguém me veja. Se baterem à porta, pode ser o CSI, manda-os ter com o Vieira.

“A caula ad aulam.” Do curral para a corte. ■Ontem vaqueiro, hoje cavaleiro.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

MÊ QUERIDO, DESABAFA À VONTADE




Não te importes de desabafar comigo. Sempre estive pronta para ti ouvir.
Deixa a rapaziada andar entretida com essas coisas do “Oculto”, porque enquanto andarem entretidos, não pensam no descalabro orçamental.
Ainda me lembro do tê amigo do Banco de Portugal, quando tu foste para primeiro, a primeira vez, que veio dar aquela notícia fantástica do défice de 6,32%. Lembras-te?
Foi uma óptima jogada. Agora com 8,4%, ninguém fala no assunto.
Mê filho, tu és um génio.
A malta ainda nem pensou no que tu vais ter de fazer…aumentar os impostos. Se com 6% de défice aumentaste o IVA 2%, aumentaste o IRS, diminuíste as contrapartidas na segurança social, nem quero imaginar, meu maroto o que tu vais fazer.
Aqueles tipos do PSD têm muito que aprender contigo, mê filho. Vê é se consegues aprovar aquela lei do financiamento dos partidos com donativos em numerário, de pelo menos um milhão de euros. Escusavas de andar nas negociatas de financiamento nos bancos. Ninguém tem de saber de onde vem o pilim.
Mê rico filho, vou-me é fartar de rir, quando daqui a 3 ou 4 anos não houver dinheiro para salários na função pública, nem para as reformas. Nem quero imaginar a cara dessa malta.
Mas volto-te a dizer que não te preocupes. Quando isso acontecer, sabes que tens a desculpa da crise internacional. Não saias dessa! Mantém-te firme e hirto.
Até lá, a mãezinha está contigo!

PS- desculpa a carta ser pequenina mas tenho umas coisas para fazer e já estou atrasada.

“Miserum est aliena vivere quadra.” [Rezende 3545] É triste viver do pão alheio. ■Negra é a ceia em casa alheia.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Mãezinha, já chega de compostagem



Esta malta, ainda não aprendeu que não é por andar a dizer mal dos outros que aumentamos a nossa auto -estima, muito menos a do partido.
Continuam a escrever nos blogues a dizer mal deste e daquele, e depois, admiram-se que alguém venha dar respostas menos interessantes e muitas das vezes com a “Face Oculta”.
Já não bastava aquela coisa da compostagem, lá para a Covilhã, e do tipo que está envolvido, ser o mesmo que foi meu professor em quatro cadeiras, e de terem visto que um dos meus exames tinha sido feito por fax, e que terminei o curso a um domingo, para esta malta se calar. Estou farto de dizer lá no partido que se deixem destas coisas. Mas esta malta continua a dizer mal dos adversários. Já chega de “compostagem”. Era bom é que limpassem as mãos à parede, porque na realidade ela está tão negra que nem se notava nada. Não é, mãezinha?
Mas não. Põem-se a falar de Gomorra e de Oeiras, querendo comparar Gomorra a Oeiras.
Ainda por cima são redutores, porque a mitologia ensinou-nos que o problema não é de uma cidade, mas do país. Não concordas, mãezinha? Aliás, basta ver estas coisas da Portucale, dos submarinos, do Freeport, da Universidade Independente (minha querida universidade. Tive tanta pena que fechasse, mas assim foi melhor, acabou-se o andarem a bisbilhotar lá nos papéis), da Operação Furacão, da Casa Pia (coitado do Pedroso que foi envolvido naquela coisa) e agora a Face Oculta.
O Marcos perdeu, mas está bem na vida. Eu não deixei que o “meu menino” ficasse mal. Porque é que continuam a acicatar o pessoal lá por Oeiras?
Já não bastava ter saído a noticia da remodelação da mobília e dos cortinados do gabinete do Marquitos, das piadas que fazem agora com o meu amigo Vara, dizendo coisas como: “novo desporto, assalto à vara”, “ O vara na vara criminal”. E outras tantas, mãezinha! É um regabofe, o que esta malta da oposição anda a fazer!
E agora para rematar, o Teixeira anda a dizer que não é rectificativo que é substituição, ou suplementar, o novo orçamento. Para quê estas coisas? Ao fim e ao cabo vamos ter que dizer que o défice é superior a 8% e que com o novo Código Contributivo a malta vai sacar mais umas receitas. Isto é que é! Se já se sabia antes das eleições, já, mas não era oportuno, não achas?
Acabem lá com isso! Se não é um lavar de roupa suja que nem as “lavadeiras de Porto Salvo” conseguem lavar. E já me basta, agora, o orçamento. Deixem-me em paz. Não é mãezinha?
Mãezinha! Tinha que ter este desabafo contigo. És a única pessoa que me entende, mas, por agora, não te vou preocupar mais.

Beijinhos do tê filho.

“Multos reges, si ratio te rexerit.” [Sêneca, Epistulae Morales 37.4] Governarás a muitos, se a razão te governar.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

JACÓ E SUAS DUAS MULHERES

Cena bíblica: Jacó e suas duas mulheres

Estando na ribalta os casamentos homossexuais, tenho-me posto a pensar nas minorias que se sentem discriminadas, não sendo respeitada a constituição. Por um lado, temos os bissexuais que pretendem viver dois amores em comunhão de mesa e de habitação, não preterindo nenhum dos parceiros e que a lei não deixa casar. Por outro lado, os que podem ser a favor da Poligamia.
Em qualquer das situações, e indo o Governo aprovar o casamento entre homossexuais, não vejo por que há-de continuar a discriminar-se as restantes minorias. Quanto à Poligamia, que vem do grego: muitos matrimónios, a mesma é um tipo de relacionamento amoroso e sexual entre mais de duas pessoas, por um período significativo de tempo ou por toda a vida. É permitida por algumas religiões e pela legislação de determinados países.
Se o argumento de que o casamento só foi regulado na Lei, vai para cem anos, gostaria de saber como defenderiam a poligamia, pois esta já foi regra nos grupos humanos em estado natural. Durante a história, a poligamia foi amplamente usada, tendo como principal causa a grande diferença numérica entre homens e mulheres ocasionada pelas guerras. Ora, esta realidade não se mantém? Porque terá de haver pessoas a viver infelizes?
A questão sempre esteve também no centro do debate religioso. O Velho Testamento fala de um personagem como Jacó, que teve duas mulheres e treze filhos (vários deles com servas). Essa prole viria a dar origem às doze tribos de Israel. Vejam que neste caso, a sua existência já tem mais de dois mil anos. Falta agora, consagrar em Lei, o desiderato, dos que pretendam ter mais de uma mulher ou homem. Por favor acabem com esta injustiça. Não existe inclusive um défice entre natalidade e mortalidade? A população não está a envelhecer? Vamos pois, procriar, mas dentro da lei.Com direito a abono de família, direito à habitação, direito ao subsídio de funeral, aos dias de folga para apoio à família, etc.
Vejam bem…uma pessoa é casado com uma pessoa e vive em concubinato com outra. Morre a concubina…(Deus nos perdoe), mas o que fica, não tem direito a nada. Sofre, e de que maneira, e o Estado, nem a pensão de reforma paga. Não pode ser. É injusto! Porque é que o casamento, como dizem que é um contrato e não passa disso, tem de ser um contrato bilateral, que na maioria dos casos nem é sinalagmático, pois há sempre uma parte que dá mais que a outra, e não pode ser um contrato plurilateral? Por último, criou a sociedade o conceito de infidelidade, como se ao longo dos tempos, mulheres e homens não tivessem mais que um parceiro. Mas às escondidas. Eram reprimidos, socialmente censurados. Se é verdade para os homossexuais, é verdade para as outras minorias. Ou não? Qual é a moral que suporta outras razões? E parece que nos dias de hoje, segundo as estatísticas, as mulheres estão a ser tão “infiéis” como os homens.
No Islão, por outro lado, a poligamia tem sido praticada desde sempre (o próprio profeta Maomé teve 16 casamentos simultâneos). Hoje, continua a ser adoptado em alguns países muçulmanos e em processo de adopção, em outros e o costume é regulamentado pelo Alcorão que tolera a poligamia e permite um máximo de 4 esposas. Ora, quando sabemos que no mundo ocidental, existem cada vez mais cidadãos muçulmanos, por que razão devem estar estes impedidos de ter mais do que uma mulher? Então, isto não é discriminação religiosa e sexual? Não é atentar contra os direitos do cidadão?
Uma das doutrinas adoptadas pelos Santos dos Últimos Dias, fundada por Joseph Smith, foi a lei da poligamia, ou casamento plural, pivô de muitos transtornos e perseguições contra os membros da Igreja naquela época. Os Santos dos Últimos dias acreditam que Joseph Smith foi inspirado por Deus a instituir esta Lei, além do conteúdo doutrinário, citando exemplos do velho testamento, onde Abraão e outros personagens tiveram muitas esposas por mandamento de Deus.
Em razão da forte pressão por parte das autoridades norte-americanas e da perseguição sofrida, esta prática foi abolida pela Igreja na presidência de Wilford Woodruff em 6 de Outubro de 1890. A mudança doutrinária deu-se na época em que o território de Utah, onde se concentrava a grande maioria dos membros da Igreja, se candidatava à condição de estado americano e a manutenção de um hábito contrário à opinião pública poderia impedir a pretensão de se estabelecer um "estado mórmon".
Hoje em dia, a prática persiste apenas em grupos dissidentes isolados e não filiados à igreja maioritária, denominados de "mórmons fundamentalistas". Os mesmos vivem em comunidades isoladas no estado americano de Utah e arredores e foram excomungados da Igreja maioritária.
Será que o Governo português está a prever esta possibilidade de existirem alguns lugares desertos de Portugal onde possam viver os Poligâmicos?
Já estou a ver as aldeias interiores do país, a serem repovoadas, graças a esta medida. Meus senhores, acordem…são mais impostos a médio prazo e um modo de cobrar mais IMI com a ocupação das centenas de habitações, hoje abandonadas, no interior do país.
“Aspice, respice, prospice.” [Inscrição em relógio solar] Olha o presente, recorda o passado, olha o futuro.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

MÃEZINHA, PARA MATAR SAUDADES

Mãezinha, como estou feliz de ter recebido a tua cartinha.
Para matares saudades e recordar este tê filho, junto esta linda fotografia. Não te lembras mãezinha? Já na altura vestia bem. E a combinação do fatinho com aquelas sapatilhas? Um “must”.
Já naquela altura, eu te dizia que havia de ser “ingenheiro.” Não dizia? Ora ai tens. Foi graças às sapatilhas que eu consegui ser rápido. Eu sei, eu sei, que tu não gostavas nada, mas que deram jeito, deram. Confessa…
Foi com elas que eu ia para a Universidade. Não te lembras? Oh mãezinha, como é que eu podia andar numa correria entre a Universidade e a Secretaria de Estado, se não fossem as sapatilhas?
Foi sempre a correr que eu subi na vida…saltando obstáculos e enfrentando as dificuldades da vida. Sim, porque estas sapatilhas dão para a corrida e para o salto de obstáculos.
Comecei por tentar ser arquitecto, além de "ingenheiro", e fiz aqueles projectos que hão-de ficar na história da “ingenharia”. Qual Engenheiro Edgar Cardoso…
Depois fui Secretário, Ministro e por aí fora…Ah grandes sapatilhas!
E hei-de ficar na história de Portugal, como o Primeiro-ministro que vai levar Portugal, pela oitava vez, à falência, nestes últimos 800 anos, numa corrida sem paralelo. É verdade mãezinha, já nos estamos a endividar à velocidade de 61 milhões de euros por dia. Queres melhor que isto?
Aquele que vai criar mais 150.000 desempregados por legislatura.
Só espero é que as sapatilhas aguentem até lá, para dar de “frosques” na altura própria.
Beijinhos e até breve.


“Confitemur prosperum eventum tibi debituros, tristiorem fortunae imputaturos.” [Quinto Cúrcio, Historiae 7.1] Reconhecemos que a ti deveremos o sucesso, mas que o insucesso atribuiremos à sorte.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

MÊ QUERIDO FILHO

Que alegria que dás à tua Mãezinha. És novamente ministro.
Acho que aproveitaste bem os conselhos que te dei, mê filho. Foste mais simpático, embora ainda deixes, aqui e ali, alguns laivos da tua arrogância. A mim, é que tu não sais!
Não te preocupes com essas coisas que andam para ai a dizer da “Face Oculta”. Há quem já dissesse que isso levava para ai 7 ou 8 anos. Até lá, já tu não estás nesse lugar.
Enquanto puderes, mê filho, aproveita e goza o que nunca pensaste ter na vida.
Não te preocupes com os que dizem que a Pátria está a saque. Que é corrupção, pedofilia, homossexualidade exibicionista que, tu aliás, levaste, e muito bem, para S. Bento.
Se isto não anda e se somos um País adiado, isso é lá com eles. Quando te aborrecerem só tens que dizer que a crise é mundial e pronto.
Sim, eu sei que há aqueles que comparam isto à 1.ª República e que dizem que isto está uma bandalheira. Aqui para nós, mê filho, que ninguém nos ouve, isto está pior que uma pocilga. É um reboliço onde os porcos se amontoam, em varas, a chafurdar. Vivemos na lama!
Mas, um dia, alguém há-de “pegar nisto”.
Aliás, se te aborrecerem muito, a dizer que o país está numa profunda crise financeira e económica, só tens que dizer, que segundo reza a história, que desde o século 14 até aos nossos dias o país já faliu sete vezes e continua a ser país. Portanto não venham para cá com essas tretas.
Mê filho, vai dando noticias, que eu gosto muito de te ver!
Beijinhos

PS: Fica descansado que eu não tenho saído para ir às compras.

« Potior sit qui prior ad dandum est. » [Terêncio, Phormio 533] Tem preferência o que pagar primeiro.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

MÃEZINHA, QUE SAUDADES



Desculpa não ter respondido, ainda, à tua última cartinha, que muito me agradou. Obrigado por teres, este, tê rico filho, bem junto do teu coraçãozinho.
Mas, só agora é que estou em condições de respirar um bocadinho, embora, os mês amigos estejam metidos numa camisinha de “sete varas”.
Como sabes, mãezinha, marquei pontos, mesmo tendo perdido aquela arrogância frontal com que eu me debatia com aqueles moribundos da Buenos Aires. Não mãezinha! Não são esses, cujo treinador é o “Maradona”. São os outros.
Mas, não deixei de “vincar” as calcinhas dizendo de outro modo…”quem manda aqui sou eu”. E eles que se esqueçam de andar a fazer queixinhas ao outro. Porque esse com aquele assunto do BPN também está encostado às “boxes”. Como se costuma dizer…fragilizado!
Encostei-os à parede, mãezinha! Eles estão pior que o Sporting. Porque o Paulo Bento ainda vai dando umas bocas nos jornais e na televisão, embora perca os jogos, agora, eles estão piores, porque nem “treinador” têm. Têm andado a fazer sondagens no mercado, para dos possíveis candidatos, só há um, que sempre foi candidato que ainda é candidato, porque gosta de ser candidato. Aqui para nós, mãezinha ele quer é ser candidato, porque o rapazito é muito irrequieto. Ora diz que é liberal, como depois diz que é social e mais isto e mais aquilo e isso é bom, porque lá na Buenos Aires o pessoal continua a andar aos papéis.
A única coisa que me está a incomodar é o pessoal que anda na sucata. Então aqueles engravatadíssimos da treta que nunca fizeram nenhum, agora é que lhes deram para andarem na sucata? Já viste isto, mãezinha?
O que eles precisavam é de levar com um penico do ferro velho na tola, cheio de m…francamente!
Estou farto de andar a safar esta malta. Eles que se virem.
Mãezinha, um beijinho grande, deste tê filho que te adora.


PS: Já tinha fechado a carta, quando me lembrei que tu gosta de andar a comprar coisas velhas, no ferro velho. Por agora evita andar às compras. Já chega de sucata.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A SUCATA DA POLÍTICA


Que o país estava uma sucata, já nós todos sabíamos. Mas, que os nossos líderes políticos e por consequência, os gestores das grandes empresas públicas, já andavam na sucata é que ficámos agora a saber.
Ora bolas! Isto já estava a cheirar mal. Lembro-me daquela coisa do centro de compostagem na Covilhã…mas, já nem me lembro quem era o Ministro do Ambiente, na altura.
Depois sim… uma obra nova com um “outlet” em Alcochete. Nem sei porque é que se levanta tanta celeuma com este “outlet” que a final, só beneficiou a “malta”.
Mas, agora, negócio com a sucata, é que é demais. Então é preciso ou não é preciso reciclar a sucata? Não foi o que vi nas últimas eleições.
Isto é um soma e segue…ele é o BPP, de quem já não se houve falar. Ele é o BPN sobre o qual, o M.P. só tem mais um mês para deduzir acusação ou quem sabe arquivar. Antes do Free Port, assistimos ao escândalo da Central de Compostagem na Covilhã. Eles foram anos e anos de investigação, como se de um caso de “Face Oculta”, se tratasse. Tanto é que nunca mais veio à ribalta pública, o andamento do processo. Agora, pimba, quando com grande energia vem ao domínio público que existe uma rede na sucata, vamos ver onde é que isto vai parar.
A maioria das situações que o MP vai gerindo, são baseadas em suposições. Anda-se depressa de mais, para a todo o custo, arrecadar dividendos numa magistratura criada artificialmente, por via administrativa. São demasiadas suposições e que na generalidade não passam disso, dando a ideia que o país anda todo na sucata ou à sucata. E quando se leva alguém a julgamento, há que ultrapassar todos os obstáculos jurídicos, para que, de qualquer jeito, se condene o arguido, mesmo que isso não seja a realidade, dos factos. Mas, como se andou a fazer alarido, com sucessivas violações do segredo de justiça, tem que se mostrar serviço.
De uma vez por todas, pago para ver, porque nos anos que levo de vida, tenho andado a pagar e não vejo nada.
Mas a génese de tudo isto, está no financiamento dos partidos políticos. Veja-se a última recusa de Cavaco Silva de não promulgar a nova lei de financiamento dos partidos políticos.
Queremos complicar aquilo que é fácil, criando legislação e mais legislação para controlar o que não é controlável e o resultado está à vista.
Quando se quer controlar, não é preciso muitas leis. Basta ter a atitude que se teve na Câmara Municipal do Porto.
A solução não passa pela demagogia da ética, da transparência e tantas outras conversas moles.
Passa pela atitude, em cada caso concreto!


domingo, 1 de novembro de 2009

TOMADA DE POSSE EM OEIRAS

Depois de decorrido o tempo das azáfamas, tomei a liberdade de tirar uns dias de férias, deixando de parte, também, o nosso blog.
Mas, cá estou de novo, para me pronunciar, desta vez, sobre os últimos acontecimentos.
O primeiro acontecimento decorreu, no passado dia 29, na tomada de posse dos membros da Assembleia Municipal e da Câmara Municipal de Oeiras, quando, depois do líder, da Assembleia Municipal do PSD, ter proferido a sua intervenção, a Vereadora Isabel Meireles, eleita pelo PSD, dar de “frosques” da respectiva mesa.
Saiu, muito direitinha, como se tivesse engolido algum pau de vassoura e ala…que lá vai ela.
Parece que foi tomar posse sem saber qual o conteúdo da intervenção, do companheiro. É sempre assim…parece que os piores são os da família. E nesta coisa de zangas de família, o melhor é dar de “frosques”. Então, vai ser um fartote, se a senhora ficar por aqui. Já ficam a saber…sempre que contrariarem a senhora, ela faz uma cena e pronto.
Saber perder faz parte da democracia e não creio, que os cidadãos quando votam numa força política, seja para esta se comportar desta forma. O que se espera é que exista uma participação activa, de quem foi preterido, nos órgãos para que foram eleitos.
Então era melhor não serem candidatos. Talvez por essas e por outras teve a votação que teve (16%), potenciando o voto útil, desta vez, no PS.
Digo voto útil, porque toda a gente sabia que o Marcos se iria pôr a milhas, náuticas neste caso.
Além do mais é preciso ter “fair-play” (o respeito também se conquista com comportamentos responsáveis de todos, respeitadores das regras do jogo, cumpridores das regras básicas do comportamento humano e de uma correcta conduta cívica.), e a Isabel Meireles demonstrou que está muito longe do mesmo.

“Mulierem barbatam eminus esse salutandam.” Mulher barbada de longe deve ser saudada.