quarta-feira, 25 de novembro de 2009

MÊ QUERIDO, DESABAFA À VONTADE




Não te importes de desabafar comigo. Sempre estive pronta para ti ouvir.
Deixa a rapaziada andar entretida com essas coisas do “Oculto”, porque enquanto andarem entretidos, não pensam no descalabro orçamental.
Ainda me lembro do tê amigo do Banco de Portugal, quando tu foste para primeiro, a primeira vez, que veio dar aquela notícia fantástica do défice de 6,32%. Lembras-te?
Foi uma óptima jogada. Agora com 8,4%, ninguém fala no assunto.
Mê filho, tu és um génio.
A malta ainda nem pensou no que tu vais ter de fazer…aumentar os impostos. Se com 6% de défice aumentaste o IVA 2%, aumentaste o IRS, diminuíste as contrapartidas na segurança social, nem quero imaginar, meu maroto o que tu vais fazer.
Aqueles tipos do PSD têm muito que aprender contigo, mê filho. Vê é se consegues aprovar aquela lei do financiamento dos partidos com donativos em numerário, de pelo menos um milhão de euros. Escusavas de andar nas negociatas de financiamento nos bancos. Ninguém tem de saber de onde vem o pilim.
Mê rico filho, vou-me é fartar de rir, quando daqui a 3 ou 4 anos não houver dinheiro para salários na função pública, nem para as reformas. Nem quero imaginar a cara dessa malta.
Mas volto-te a dizer que não te preocupes. Quando isso acontecer, sabes que tens a desculpa da crise internacional. Não saias dessa! Mantém-te firme e hirto.
Até lá, a mãezinha está contigo!

PS- desculpa a carta ser pequenina mas tenho umas coisas para fazer e já estou atrasada.

“Miserum est aliena vivere quadra.” [Rezende 3545] É triste viver do pão alheio. ■Negra é a ceia em casa alheia.

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