quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O POVO É SERENO

Este país tem sido, durante estes 37 anos, uma fantochada, pegada.
Entre 1974 e 2011, o crescimento, do salário mínimo, foi de 0,89%, em face da inflação. Ou seja, nada! Em contrapartida, assistimos a um aumento brutal dos salários e prémios, na Banca, nos Seguros e nas grandes empresas, como a GALP, EDP, TELECOM, CP, METRO, em benefício dos seus gestores. Com efeitos colaterais, os seus técnicos e outros funcionários, beneficiaram, alguma coisa, destes chorudos salários…
Entretanto, os milhares de empresários, que empregam mão-de-obra intensiva, beneficiam, dos salários baixos que pagam…mas, mais…beneficiam dos automóveis que compram para seu serviço e da família, das despesas dos mesmos, das contas de hotéis e restaurantes, das contas dos telemóveis que são suportadas pelas empresas e continuam a beneficiar…por outro lado, do salário que retiram da empresa que é meramente simbólico.
Tudo isto tem as suas consequências…em primeiro lugar, Portugal não ficou mais competitivo pelos baixos salários que paga…por outro lado, com baixos salários, os impostos e descontos para a Segurança Social ficam muito aquém da realidade de outros países europeus.
Em segundo lugar, com os baixos salários que são pagos, o chamado Estado Social, criou, inventou, toda uma série de compensações que acabam por ser pagas por todos os portugueses…são subsídios para os transportes públicos, são subsídios de desemprego, são subsídios de rendimento mínimo, são subsídios para creches, são subsídios para os lares de terceira idade, etc.
Ou seja, o Estado Social transformou-se num conjunto de subsídios.
Agora, quando o Estado já não tem dinheiro para os subsídios, a maioria dos trabalhadores continua com salários muito inferiores, ao resto da Europa, e vê o Estado protector a reduzir, brutalmente, os subsídios que distribuía…
Claro que esta politica tinha vantagens…quantos mais subsídios os governos fossem dando, mais possibilidades tinham de renovar o seu mandato…onde ganham mal, é verdade, mas cujo lugar, serve para formar uma agenda telefónica, que depois da estadia, no governo, sirva para ocupar lugares nas tais grandes empresas…muitas delas, que foram favorecidas, enquanto, os mesmos estiveram, no governo, com contratos fabulosos!
Em trinta e sete anos, o Estado demagógico, andou a fazer proliferar Institutos Politécnicos e Universidades, por tudo o que era lugar…hoje assiste-se a mais de 200 cursos que não têm candidatos. Não sei quantos cursos há, que têm pouco mais de dez candidatos.. E os portugueses, continuam a pagar tudo isto.
Quanto aos grandes contratos de parcerias público – privadas e de concessões, onde muitos, dos ex- ministros, são hoje gestores e que a partir de 2013 passarão a custar mais 2,7 mil milhões de euros ao erário público, este governo nem fala, embora esteja, também, no memorando da Troika.
A alteração das circunstâncias, só se verificam nas pensões de reforma, na idade de reforma e nos cuidados médicos… no aumento dos impostos, das taxas moderadoras, na criação de portagens virtuais em Scuts, que foram pagas com dinheiros europeus, os mesmos dinheiros, que nós trocámos pelas nossas pescas, indústria e agricultura e que nos coloca, agora, num beco sem saída.
Continua-se a falar de negócios ruinosos, como as transferências de fundos de pensões para a segurança social e das privatizações que representam os últimos anéis que restam, depois das privatizações grandiosas, iniciadas pelo grande timoneiro, de 1985 a 1995, e que renderam ao Estado mais de 5 biliões de euros e que o Estado estafou…
Continuamos a insistir, num regime político completamente falido…e esta malta, sabe, que o povo é sereno! Qualquer greve ou manifestação que possa surgir, eles sabem que é só fumaça…
Até chegam ao desplante de mandar emigrar os portugueses…é o que resta a um povo que é sereno…onde ninguém pode esperar ser velho, sequer. Na próxima intervenção, Passos Coelho, em mais uma entrevista, irá mandar os reformados emigrar e por morrer por lá…