terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

PARA PIOR JÁ BASTA ASSIM

Eu já não sei se temos que “mudar”, se temos que fazer uma “ruptura” ou se vamos estar na continuidade.
Mudar? Mas mudar para onde? Se não temos para onde fugir?
Ah, já sei! Deve ser mudar de “líder”. Para quê? Se o problema não é dos líderes. Muito menos de putativos líderes que ora defendem o liberalismo ou são conservadores ou são qualquer coisa que eu não sei o que são.
Nem o que são nem ao que vão!
Mas entrar em “ruptura”? Entrar em ruptura com o quê? Para quê? Qual é a solução a seguir à ruptura? Consertar? Remediar? Faz-se de novo?
Bom, se depois da ruptura, se vai fazer algo de novo, o que é?
Estar na continuidade, não me parece que seja, também, a solução. Mudanças de caras, de projectos inócuos que resultam no mesmo em que temos vivido, nestes últimos trinta e cinco anos.
O regime esgotou-se, esta é realidade. E, não vejo nenhum líder de partido a assumir este facto. Muito menos putativos líderes de partidos.
Qualquer mudança significa alterar o “status quo” da vida de quem faz política e de quem vive da política.
Continua-se sem se dizer a verdade, porque a verdade não ganha eleições. Mas gostaria de ver, qualquer um dos candidatos, a líder do PSD, a dizer-nos como é que o país vai ultrapassar o problema económico. Que alternativas é que existem para que acha crescimento económico e se possa criar riqueza para melhorar o bem -estar dos portugueses.
Como é que se vão criar seiscentos mil novos postos de trabalho e em quantos anos? Como é que se vai reduzir, até 2013, o défice das contas públicas e diminuir a divida pública? Em resumo, que futuro para Portugal?
Ninguém aponta soluções!
Alguém consegue dizer-me que é neste quadro constitucional que o país consegue ser governável?
Porquê apoiar este ou aquele candidato? Ao fim e ao cabo não é tudo mais do mesmo?
Uns mais arruaceiros, outros com ares mais respeitáveis, mas cujos discursos não deixam antever nada de novo. Ao fim e ao cabo é tudo na continuidade.
“Muda-se de líder”, “faz-se ruptura”, com o quê, não sei, e depois, “continua” tudo como se tem passado.
Para pior já basta assim!

“Pax introëuntibus, salus exeuntibus!” Paz aos que entram, saudações aos que saem!

VAMOS PÔR O PAÍS EM ESCUTA


Mãezinha, ando mesmo triste. Isto, são “cabalas” atrás de “cabalas”. Estes “putos” da “jota”, põem-se com conversas ao telefone e depois dão estas broncas.
Ainda por cima, põem-se a dizer que não sei o quê o “chefe” e mais isto e mais aquilo e quem se trama? Sou eu, mãezinha. Como toda a gente sabe que eu sou “o quero, posso e mando”, vêem logo que o “chefe” sou eu.
Ao ponto a que isto chegou! Eu não posso admitir, mas isto é o fim do regime. Até parece aquela repetição do “partido progressista” da primeira república.
Mas não é, mãezinha. É muito pior!
Eu agora já não posso voltar atrás, mas se voltasse a ser primeiro –ministro outra vez, nunca mais punha os “putos” da jota a tomar conta disto.
É que esta malta não olha a meios para atingir os fins. Vão a todas.
É claro que ninguém acredita que o jota que estava na PT tenha entrado por mérito próprio e que ao fim de pouco tempo e com 32 anos, tenha ido para administrador executivo da PT. Até me sinto “encornado” com isto tudo.
Depois, aquele jota que eu pus como Secretário de Estado e que andou em Oeiras a dizer que aquilo era a “sério”. Mas a sério como? Então o tipo com um palavreado daqueles, andou por Oeiras a dizer que era “Oeiras a sério”? Claro que agora toda a gente se ri…porque a sério, a sério, já ninguém toma os “jotas” de Oeiras.
Como é que eu fui acreditar que os “jotas” eram a nova geração que iriam tomar conta disto? Não há dúvida que a juventude ainda tem muito que aprender.
Sim, porque eles não são como o tê filho que começou a trabalhar arduamente em projectos de arquitectura e que, depois a pulso, e de ténis calçados, andou a correr da secretaria de estado para a universidade, para se licenciar em engenharia civil e ser mesmo “engenheiro”.
Mas isto é uma “cabala” completa! E logo por azar, parece que é de propósito, sempre que rebenta um escândalo nos “malditos” jornais, os meus amigos estão lá todos. Olha! Até contra os meus amigos isto é uma cabala! Eu sei, mãezinha, são uns putos, mas também não é tanto assim.
Eu agora tenho de dar razão ao Alberto João…”Isto é preciso rasgar a Constituição e fazer uma nova”. Assim não dá! Só que não posso dizer isto no partido. Partiam-me todo!
No tempo do António, a malta queixava-se das escutas telefónicas…agora, até já há quem peça que se façam escutas aos “magistrados”.
Mãezinha…eu penso que os telefones deviam estar todos sob escuta! Assim acabavam-se as fugas ao segredo de justiça e ninguém sabia, nem o que o da PT disse, nem o que o Armando disse, nem o que o Marcos disse. Bem esse do Marcos, bem podia mandar mensagens por “morse”, porque já pouca gente sabe ouvir o código morse e escusavam de ouvir as atoardas que ele disse.
Principalmente, as atoardas que andou a dizer durante a campanha eleitoral para as Autárquicas em Oeiras e tinha passado despercebido. Assim não!
Já ninguém acredita, em Oeiras, nos Marcos e companhia.

PS: Mãezinha, desculpa, mas só depois de ter fechado a carta é que me lembrei que não me tinha despedido. Um beijinho e não te preocupes, porque eles andam a fazer ilegalidades com as escutas e não é nada verdade o que os jornais dizem. E os “putos” não são tão maus como dizem.

“Omnia enim vitia in aperto leviora sunt, et tunc perniciosissima, cum simulata sanitate subsidunt.” [Sêneca, Epistulae Morales 56] Todos os vícios são mais leves quando são visíveis: eles são muito perniciosos quando se escondem sob um ar de pureza.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Quem pensa o gajo que é?


Mãezinha, isto está a sair do controlo.
Mal começámos, tivemos que negociar com os professores e, vê lá tu que, foram mais 450 milhões para o galheiro.
Esta malta não percebe que tesos como estamos, damos com uma mão e tiramos com a outra. Lá vamos ter que subir os impostos, a partir de 2011.
Agora e depois de termos dado estes 450 milhões aos professores ainda tivemos que pactuar com mais 50 milhões para a Madeira. Esta é que me irritou. Porque quanto mais dinheiro dermos ao Alberto João mais difícil vai ser ganhar eleições na Madeira. É que aquele tipo gasta o dinheiro todo a melhorar as condições de vida aos madeirenses.
Mas pronto! O que lá vai, lá vai.
Agora esta da face oculta está-me a dar água pelas barbas. Como é que estes tipos souberam que o “chefe” era eu? Eu bem lhes disse para não me identificarem como o “chefe”. É lógico…chefe só há um, eu e mais nenhum! E eles, logo, descobriam!
E mesmo depois de terem mandado “queimar” as escutas elas continuam disponíveis lá em Aveiro.”Mas quem é que aquele gajo pensa que é”?
Mas isto não fica por aqui…a vingança serve-se fria! Ó mãezinha, não largam a “braguilha” do tê filho.
Andaram com aquela da Covilhã, do projecto da compostagem. Como não conseguiram nada, começaram a falar dos meus projectos de arquitectura. Só má-língua. Eu sei que tu gostas, mãezinha! É o que me vale.
Como não era suficiente, foram à procura da minha licenciatura e logo foram encontrar o Morais da compostagem, como meu professor em quatro cadeiras. Parece que foi mesmo de propósito. Ainda por cima, o Morais meteu-se com a brasileira e pô-la lá na Justiça e deu o que deu de falatório.
O que vale é que já ninguém fala nisto. Mas, depois, vieram com o Freeport e como não deu em nada, nem vai dar, mãezinha, tiveram que vir com esta.
Ó mãezinha, isto é que é um azar…parece de propósito. Onde andam os meus amigos, eu fico entalado. Bolas, isto já é coincidência a mais.
Eu sei! Sempre me avisaste para eu ter cuidado com as companhias. Mas eu não posso virar as costas àqueles que me proporcionaram chegar até aqui, não é?
Agora eu nunca pensei que fosse verdade, que….”O Sol nasce todos os dias”. Garantiram-me que naquele dia, o Sol ficava encoberto. Afinal, o Sol apareceu e cheio de força…de manhã e de tarde!
Olha mãezinha! Se não me querem que o digam ao povo português e apresentem-me uma “moção de desconfiança”. Porque a “confiança” está a ser agendada para a “rua” por SMS e completamente espontânea. Nem se sabe quem é o autor da convocação da manifestação.
É nestas alturas difíceis em que o povo, de modo espontâneo, desce à rua que eu fico convencido que tenho feito um bom trabalho, colocando Portugal e a República nas ruas da amargura.
Mãezinha não se preocupe. Está tudo controlado. Se aparecer alguma coisa mais, eles “queimam” aquilo tudo. Eh,eh! É o que se chama uma mão cheia de nada!
Beijinhos do tê filho!

“Malitiis non est indulgendum.” [DAPR 770] Não se devem desculpar as más intenções

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

VIVA A REPÚBLICA


Mê querido filho.
Recebi a tua cartinha que muita alegria me deu.
Vi-te na televisão a fazer aquele discurso sobre o 31 de Janeiro de 1891 e não gostei muito. Falaste como se a República estivesse à tua espera para conseguir os seus objectivos. Olha que não foi…Podias era ter aproveitado para falar do “Magalhães”, pois um dos objectivos da “república” era a educação para todos.
Depois distribuías os “Magalhães” àqueles meninos que estavam a cantar a “portuguesa”. E que bonitos que eles estavam! Até me fez recordar aquelas visitas organizadas pelo Américo Tomás, às escolas, no tempo do Estado Novo.
Não aproveitaste a oportunidade de falar do tê grande projecto das “novas oportunidades”, em que em três meses toda a gente faz o 12.º ano.
Mê filho! Em cem anos nunca ninguém se lembrou destas tuas ideias e tu desperdiçaste a oportunidade? Nem parece teu!
Sim, porque se não fosses tu e esta “república”, não estava com dois milhões de pobres, mais de seiscentos mil portugueses no desemprego, com um défice de 9,3%, com uma divida pública de mais de 85% do P.I.B. Mê filho, tens sido um dos grandes obreiros desta “república”. Não te esqueças. Estes números são bem esclarecedores do bom trabalho desenvolvido.
O que mais gostei foi do tê “camarada” Alegre a colar-se com uma pinta ao evento, com um almocinho no Porto. Carago! Isto é que é genialidade. Já estou a ver que estás é empenhado nas presidenciais! Também é o que te resta, mê filho, depois de teres empenhado o país.
Viva a República laica, onde todos os portugueses têm novas “oportunidades” e onde se caminha para uma maior desigualdade.
Para a próxima, mê filho, não dês tanto nas vistas!
Beijinhos da tua mãezinha!

“Res, non verba.” ■Actos, não palavras. ■Falar, falar não enche barriga