segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

VIVA A REPÚBLICA


Mê querido filho.
Recebi a tua cartinha que muita alegria me deu.
Vi-te na televisão a fazer aquele discurso sobre o 31 de Janeiro de 1891 e não gostei muito. Falaste como se a República estivesse à tua espera para conseguir os seus objectivos. Olha que não foi…Podias era ter aproveitado para falar do “Magalhães”, pois um dos objectivos da “república” era a educação para todos.
Depois distribuías os “Magalhães” àqueles meninos que estavam a cantar a “portuguesa”. E que bonitos que eles estavam! Até me fez recordar aquelas visitas organizadas pelo Américo Tomás, às escolas, no tempo do Estado Novo.
Não aproveitaste a oportunidade de falar do tê grande projecto das “novas oportunidades”, em que em três meses toda a gente faz o 12.º ano.
Mê filho! Em cem anos nunca ninguém se lembrou destas tuas ideias e tu desperdiçaste a oportunidade? Nem parece teu!
Sim, porque se não fosses tu e esta “república”, não estava com dois milhões de pobres, mais de seiscentos mil portugueses no desemprego, com um défice de 9,3%, com uma divida pública de mais de 85% do P.I.B. Mê filho, tens sido um dos grandes obreiros desta “república”. Não te esqueças. Estes números são bem esclarecedores do bom trabalho desenvolvido.
O que mais gostei foi do tê “camarada” Alegre a colar-se com uma pinta ao evento, com um almocinho no Porto. Carago! Isto é que é genialidade. Já estou a ver que estás é empenhado nas presidenciais! Também é o que te resta, mê filho, depois de teres empenhado o país.
Viva a República laica, onde todos os portugueses têm novas “oportunidades” e onde se caminha para uma maior desigualdade.
Para a próxima, mê filho, não dês tanto nas vistas!
Beijinhos da tua mãezinha!

“Res, non verba.” ■Actos, não palavras. ■Falar, falar não enche barriga

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