domingo, 26 de junho de 2011

Ò PATEGO OLHA O BALÃO

Estamos a acabar a época dos santos populares, mas mesmo assim continuamos no esplendor da folia e da festa, em que o sonho acompanhado da música e dos balões, deu a apresentação de um grupo em Oeiras –“ MovOeiras”.
Um grupo liderado por um chover de mini – autocarros da freguesia de Cruz Quebrada. Deve ser e de acordo com o nome, a criação de um novo serviço de transporte, em que 16 figuras deram, com a sua presença, o voto a um novo transporte para o mundo da fantasia e da música, com campeonatos de futsal pelo meio.
Já nada me espanta, nem mesmo ver, de novo, o jornal Sol a dar corpo a uma notícia que, por si só, não venderia, rigorosamente, nada, mas que tem como mote, o nome do actual Presidente de Câmara, Isaltino Morais.
Nem sei como é que a notícia, por ser tão importante, em vez de aparecer com uma “caixa”, na primeira página e depois, meia página no seu interior, não esteve em pleno, logo na primeira página, com “caixa alta”.
Na minha modesta forma de pensar, sou levado a crer que tudo isto continua a ser o contágio das festas dos santos populares, em que o “populismo” de uns e o péssimo jornalismo, de outros, dão cobertura, a saltimbancos.
Até lá…ao dia em que o rei fará anos, ò Patego olha o Balão!

“Mater artium est necessitas.” [DAPR 476] A necessidade é a mãe das artes.

sábado, 25 de junho de 2011

A INDULGÊNCIA NACIONAL

Depois de anos e anos a gastar o que não tínhamos, num “forrobodó” que levou a escândalos, como o do BPN, entre outros, andamos numa febre de ética e de boas maneiras. Até trocamos bilhetes de avião de 1.ª classe, para 2.ª classe, quando não se pagam, nem uns, nem os outros. Tenham dó…o povo português não se manifesta, porque é indulgente, mesmo para consigo próprio.
Não bastando isso, serve de conversa, a nomeação de um filho de um presidente de Câmara, como Adjunto do pai, numa terra do Alentejo. Este lugar é político, mas mais do que isso é de confiança pessoal. Não está sujeito a concurso…é de nomeação e da exclusiva competência dos autarcas. Mas, como estamos, numa de pudicos, serve para mais um chorrilho de comentários, por aqui e por ali.
Parece que ninguém se preocupou tanto com os verdadeiros escândalos nacionais que foram e são as “novas oportunidades”. Ninguém se preocupou, com o escândalo de parcerias -público privadas, negociadas por ministros que são hoje, presidentes dessas mesmas empresas com que negociaram as parcerias.
Ninguém se preocupou tanto com as “burlas” do BPP e do BPN. Ninguém se preocupou muito, que empregados de balcão de bancos fossem administradores. Que projectos de licenciamento, antes proibidos, fossem, depois, licenciados para grandes projectos de “Mega Stores”.
Quando essas coisas eram faladas, aqui del –rei! Eram as grandes linhas mestras de uma política, que ao fim e ao cabo, nos premiou, pela indulgência e obsessão partidária que muitos possuem.
Resultados? Redução nos vencimentos, redução nas pensões de reforma, menos deduções em sede de IRS, aumento dos transportes que vêm por ai, etc. Em suma…mais desemprego. Mais famílias a passarem mal. Algumas em desespero. E os “media” ocupam-se da troca de bilhetes de avião que até não são pagos (são suportados pela empresa pública –TAP) ou pela nomeação de um filho para o lugar de Adjunto do Presidente da Câmara.
Até lá, vamos andando nas fofoquices, gozando a praia, vivendo de “habilidades” e cansados de trabalharmos muito, a fazer “pontes”. Tenham paciência! Chega de tanta indulgência, para justificar uma passividade que tem resultado num país sem futuro que compromete todas as gerações e as que hão-de vir.

“Ignoscas aliis multa, nihil tibi.” [Ausônio, Sapientum Sententiae, Cleobulus 3.4] Aos outros desculparás muitas coisas, a ti, nada.

terça-feira, 21 de junho de 2011

MENTIDEROS NACIONAIS

Por várias razões de ordem pessoal, tenho estado ausente dos “mentideros” nacionais.
Ouvi dizer que o Nobre não foi cooptado, entre os seus pares, para ser o “maestro”, na Assembleia da República. Que chatice, dirão uns. Bem feito, dirão outros. O que é curioso, e começa-me a saber bem, é que nada disto afectou a minha vida pessoal. Continuo a ter as coisas boas e más da vida.
Portanto, quanto ao Nobre, adiante. Tanto se me faz que seja o Nobre ou qualquer outro “nobre”, que pulula na Assembleia da República.
Quanto aos membros do governo, se fosse o Prof. Marcelo, diria que todos eles teriam nota dez e teriam que se sujeitar à prova oral. Mas, como estamos, em termos modernos, em que a educação evoluiu para a excelência, no que a rapidez diz respeito, em vez de os estar a sujeitar a uma prova oral, mete-os, nas novas oportunidades.
E quanto às oportunidades, não vão ter muitas…isto está no limite. Não dá para dar música aos portugueses, com variações em dó menor. É que menor que isto, só na Somália.
Portanto, vamos ficar expectáveis e tentar observar, qual vai ser a capacidade de execução dos ministros “técnicos” e dos “ministros”, melhor dizendo, “ministras assertivas”, na capacidade de diálogo, com os “lobbies” intervenientes, em cada um dos sectores da sociedade.
Dentro da agonia vivida numa casa onde não há pão, vamos ficar expectáveis, para ver o que será feito, para no futuro colocar o país no seu devido lugar, e por consequência, proporcionar aos cidadãos um futuro promissor, onde a insegurança de vida não seja o apanágio.
Porque, a experiência nos ditou que depois da última coligação, onde esteve o “prestigiado” estadista, Paulo Portas, como ministro da defesa e foram adquiridos dois submarinos, se não vamos ter, desta vez, dois torpedeiros. Se assim acontecer, talvez deste modo, possamos jogar à batalha naval, no futuro mais próximo, porque é o que vai restar a todos nós.

“ Perditis rebus omnibus tamen ipsa virtus se sustentare posse videatur. “ [Cícero, Ad Familiares 6.1.4] No meio da ruína total, só a virtude parece capaz de se sustentar.

sábado, 18 de junho de 2011

Vamos vivendo e esquecemo-nos que temos de morrer.

Vamos vivendo e esquecemo-nos que temos de morrer.
Fui, penso eu, um grande amigo dele. Uma vida cheia de peripécias, entre as quais a contradição entre a profissão que tinha e a sua própria vida.
Foram catorze anos de sofrimento. Os primeiros anos foram levados com a esperança, que um dia, seria possível, se houvesse um transplante, viver melhor. Esse dia nunca chegou, pelo contrário. Tocou o telefone…era o filho que trazia, em primeira mão, o desfecho que nunca se quis interiorizar.
Tantas vezes, parado no trânsito medonho, da segunda circular, logo pela manhã, via aquele edifício alto e pensava nele e pedia, de modo egoísta, que nunca tal me acontecesse.
Nos últimos e escassos anos do resto da sua vida, realizou um sonho…comprar um barco. Fê-lo com grande prazer e satisfação. Entregava-se ao prazer da “sua embarcação”. Mas, tantas vezes sozinho e entregue à sua vida, sentia necessidade de me convidar para estar com ele ou realizar um passeio no barco, até Cascais e voltar à marina de Oeiras.
Entre o sofrimento, mesmo assim, vamos vivendo e esquecemo-nos que temos de morrer.
Até um dia…em que tudo se vai tornando cada vez mais evidente…Nasce-se e morre-se, sozinho. Até lá, vamos procurando esquecer, com barcos ou sem barcos, com isto ou com aquilo que nos dá prazer, que temos de morrer.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

OS BANDOLEIROS DA POLITICA



As jogadas políticas de determinados “malandrecos”, faz-me lembrar aqueles meninos que pareciam bem comportados, mas que passavam os exames a copiar. E quando o professor descobria, ainda se faziam de virgens violadas no seu pudor e castidade.
Os partidos estão repletos destes “malandrecos” que à custa de habilidades, parecem bons alunos, bem comportados, mas que na realidade não passam de uns cábulas habilidosos.
Aproveitam-se da falta de experiência e da ambição desmedida de jovens, alguns deles que se encontram na comunicação social, para na sua ambição descontrolada, serem utilizados e manipulados, na realização de pseudo-noticias ou mesmo na criação de notícias.
Primeiro, dão-lhes lugares de “mandatários para a juventude” e depois pedem-lhes os favores.
No caso concreto estou a escrever sobre os “audazes bandoleiros", que circulam, desde o inicio, `a volta do novo líder do PSD, fazendo, os que eles acham de política de meninos malandrecos, mas que não passam de cábulas refinados. Alguns deles, já com largos anos de PSD. Mudam os líderes e eles continuam a frequentar, nesta altura do campeonato, a universidade sénior de verão, do partido.
E é com estas habilidades que se vão queimando, pouco a pouco, os líderes…estes tipos, são como a nova bactéria de E. Coli…não se sabe se vêm dos pepinos ou dos tomates.
Mas, pelo seu “modus operandi”, sou levado a acreditar, que dos tomates não é, porque não os têm…resta-lhes os pepinos que vão comendo por aí.
Fazem-se assim políticos e desfazem-se assim, políticos. É este entendimento que existe entre alguns políticos e alguns jornalistas, que permitem a esses primeiros, manterem-se na proa dos partidos, fazendo e desfazendo políticos, desde que eles, utilizando as cábulas, vão fazendo as “cadeiras” que precisam, para se realizarem na vida.

terça-feira, 7 de junho de 2011

O novo governo não vai ter tarefa fácil

O novo governo não vai ter tarefa fácil. A chamada esquerda foi-se mantendo mais ao menos quieta, nas suas movimentações sindicais. O país só começou a assistir a algumas greves, e nos sectores dos transportes, que são aqueles que mais impacto, têm, junto da opinião pública, nos últimos meses do governo socialista. Mas, estas, não foram greves para pressionar o partido do governo na altura, mas sim para preparar o clima propício, às greves que se irão fomentar, com o novo governo, que vai ter a espinhosa missão de pôr o país dentro dos números exigidos pelas corporações financeiras internacionais.
É evidente que o caos a que chegámos, não tem como único responsável, estes últimos governos, liderados por José Sócrates. A responsabilidade é de todos os governos, que foram passando, principalmente, nestes últimos vinte anos. E aí, temos o partido socialista com a grande responsabilidade de ter quase quinze anos de governo sob a sua responsabilidade.
A crise actual, independentemente das questões estruturais que são inerentes à ineficiência e às políticas protectoras, dos grandes países da União Europeia, para manterem o seu nível de rendimento, independentemente, dos restantes países que fazem parte da União, tem a ver com uma crise de regime.
Portugal terá de assumir mudanças radicais, e o mais rápido possível, para modificar o regime existente. É necessária uma nova Constituição da República. Sem esta não será possível dar os grandes passos que o país necessita.
É fundamental, redesenhar o papel dos partidos políticos na “representação” do povo. É fundamental que os governos não estejam dependentes da votação em partidos políticos, mas sim direccionadas para um Presidente da República que tenha como missão, formar o seu governo. Mesmo que para tal, tenha de nomear um Presidente do Conselho de Ministros. Este poderá ser apoiado por partidos políticos, aliás como foram todos os Presidentes da República, até à data, mas resultará deste método que qualquer candidato que se proponha a tal missão, o possa fazer, independentemente, de partidos políticos.
Tem de passar a haver um responsável que responda perante o país pela sua conduta, versus o seu programa eleitoral. Que a culpa não morra solteira, como tem morrido até aqui, permanecendo a alternância dos mesmos partidos no governo.
Hoje temos os partidos que governam alternadamente e temos os outros, que nunca governam, mas que são o elo fundamental das pressões políticas, como as greves, para tentarem perpetuar aquilo, que chamais será exequível, no futuro… a manutenção de um Estado Social distributivo, em vez de um Estado Social redistributivo, em que todos ou quase todos pagam, o que só alguns recebem.
É esta realidade que todos temos de assumir, para o futuro, se pretendermos que aqueles que hoje contribuem possam um dia, serem beneficiários do que vão contribuindo.

“Molestus interpellator venter.” [Erasmo, Adagia 3.10.9] O ventre é um cobrador incômodo. ■Não há prazer onde não há comer.

domingo, 5 de junho de 2011

Mãezinha… estou de volta





Mãezinha… finalmente vamos ter tempo para conversarmos, frente a frente. Vou passar mais tempo contigo. Eles que se amanhem com as dividas que eu deixei. Uma coisa é verdade…o povo português, ainda vai ter saudades do meu tempo, como primeiro-ministro. Vão deixar de andar a contrair empréstimos para fazer férias nas Caraibas, comprar casas novas, etc.
Do que eu tenho pena é dos “camaradas” que vão deixar de passar recibos verdes. Vai ser para eles um tempo difícil.
Ainda não sei bem o que irei fazer, pois como engenheiro estou tramado, porque a Ordem não aceita a minha inscrição. Como tenho férias para tirar, é o que vou fazer agora.
Mas, deixa-me dizer-te…este povo é muito ingrato. Depois de tudo o que fiz por eles. Até tentei, com todas as minhas forças, que não viesse o FMI e eles não foram capazes de ver que o culpado era o PSD.
Deixa para lá, mãezinha. Cá se fazem, cá se pagam!

“Pallentes procul hinc abite curae!” [Marcial, Epigrammata 11.6.6] Fora daqui, sombrias preocupações!