sábado, 25 de junho de 2011

A INDULGÊNCIA NACIONAL

Depois de anos e anos a gastar o que não tínhamos, num “forrobodó” que levou a escândalos, como o do BPN, entre outros, andamos numa febre de ética e de boas maneiras. Até trocamos bilhetes de avião de 1.ª classe, para 2.ª classe, quando não se pagam, nem uns, nem os outros. Tenham dó…o povo português não se manifesta, porque é indulgente, mesmo para consigo próprio.
Não bastando isso, serve de conversa, a nomeação de um filho de um presidente de Câmara, como Adjunto do pai, numa terra do Alentejo. Este lugar é político, mas mais do que isso é de confiança pessoal. Não está sujeito a concurso…é de nomeação e da exclusiva competência dos autarcas. Mas, como estamos, numa de pudicos, serve para mais um chorrilho de comentários, por aqui e por ali.
Parece que ninguém se preocupou tanto com os verdadeiros escândalos nacionais que foram e são as “novas oportunidades”. Ninguém se preocupou, com o escândalo de parcerias -público privadas, negociadas por ministros que são hoje, presidentes dessas mesmas empresas com que negociaram as parcerias.
Ninguém se preocupou tanto com as “burlas” do BPP e do BPN. Ninguém se preocupou muito, que empregados de balcão de bancos fossem administradores. Que projectos de licenciamento, antes proibidos, fossem, depois, licenciados para grandes projectos de “Mega Stores”.
Quando essas coisas eram faladas, aqui del –rei! Eram as grandes linhas mestras de uma política, que ao fim e ao cabo, nos premiou, pela indulgência e obsessão partidária que muitos possuem.
Resultados? Redução nos vencimentos, redução nas pensões de reforma, menos deduções em sede de IRS, aumento dos transportes que vêm por ai, etc. Em suma…mais desemprego. Mais famílias a passarem mal. Algumas em desespero. E os “media” ocupam-se da troca de bilhetes de avião que até não são pagos (são suportados pela empresa pública –TAP) ou pela nomeação de um filho para o lugar de Adjunto do Presidente da Câmara.
Até lá, vamos andando nas fofoquices, gozando a praia, vivendo de “habilidades” e cansados de trabalharmos muito, a fazer “pontes”. Tenham paciência! Chega de tanta indulgência, para justificar uma passividade que tem resultado num país sem futuro que compromete todas as gerações e as que hão-de vir.

“Ignoscas aliis multa, nihil tibi.” [Ausônio, Sapientum Sententiae, Cleobulus 3.4] Aos outros desculparás muitas coisas, a ti, nada.

Sem comentários: