terça-feira, 30 de junho de 2009

MÃEZINHA, A VIDA ESTÁ TÃO DIFICIL

Mãezinha!
Como deves calcular estou triste…e por esta razão, tenho andado recolhido. Por outro lado, nem vontade de te escrever tenho, para não te preocupar mais com as minhas coisas.
O Vital lá vai para Bruxelas, mas deixou-me isto, de pantanas. Nem imaginas o que se passou por aqui.
Eu que me esforcei tanto nestes últimos quatro anos e estes ingratos estão com vontade de me pôr na rua. Se isso acontecer, nem sei o que hei-de fazer, pois o Barroso vai voltar a ocupar o lugarzito na Comissão (coitado, o esforço que ele fez. Se não fosse o seu espírito de sacrifício pela coisa pública, nem sei como ele aguentaria). Ainda te lembras do sacrifício que ele fez, para eu poder ocupar o lugar dele. Passou uma rasteira ao Pedro e pimba. Só assim é que tê filho conseguiu lá chegar. Andei tão atarefado que até me esqueci, nestes anos, de actualizar a informação dos meus rendimentos. Também, esta gente nunca mais acaba com a mania de se quererem meter na vida dos outros. O Guterres fugiu para a Comissão dos Refugiados e já nem quer voltar. Diz, que lá é que pode papaguear à vontade. Todos o ouvem. Também pudera, estão sempre à espera de receber alguma coisa. De outro modo, estou convencido que ninguém perdia tempo a ouvi-lo.
E eu? Ando mesmo cabisbaixo…nem vontade de falar tenho, quando vou à televisão. Os meus assessores, por outro lado, aconselharam-me a fazer de coisinho. Dizem que o povo tem pena dos coitadinhos e pode ser que assim me volte a safar.
O que é que tu achas? Mãezinha conheces-me bem. Sabes que de ambicioso e arrogante não tenho nada. Não é?
Ainda agora, estava a ver se dava uma ripada naquele da televisão, mas não é que descobriram tudo? E pronto, tive de voltar atrás. Não me deixam em paz!
Olha, Mãezinha! Vai cuidando das nossas propriedades, pois tenho medo de que daqui para a frente já não consiga comprar mais nada.
Mãezinha, a vida está tão difícil. Não, não é isso…é a crise mundial. Portugal até não está nada mal. Não ouviste o Teixeira a dizer que estamos a sair da crise? E olha que ele andou mesmo na universidade. Sabe o que diz.
Por hoje é tudo. Recebe beijinhos deste tê filho, que te quer muito.

“Maiore tormento pecunia possidetur quam quaeritur.” [Sêneca, Epistulae Morales 115.16] A posse de uma fortuna representa maior sofrimento do que a sua aquisição

sexta-feira, 12 de junho de 2009

NÃO ME DEMITO!

Não, e não e não. Não me demito!
Este podia ser o início da letra de uma canção. Nem eu me demitia, ora essa. Duzentos e cinquenta mil palhaços por ano, mais cem mil que o Governador do Banco Federal Americano? Era o que faltava.
Todos nós sabíamos, desde 2001 que o BPN andava mal. Comentava-se à boca cheia, o que de facto não é muito correcto…falar de boca cheia, que o BPN andava com problemas. Tanto é, que os auditores eram trocados amiúde, sempre que pretendiam dizer algo que não estava bem. Só aqui ,dava para desconfiar.
Mas se havia desconfianças, então porque não se realizou por parte do Banco de Portugal, uma auditoria, a expensas do auditado, como faculta o Regime Jurídico das Sociedades Financeiras?
Por muitos afazeres, na determinação dos rácios e projecções a fornecer ao Governo que, por acaso, falharam sempre. Mas dão trabalho. É verdade. Só que depois, estas faltas de tempo, estão a custar uma pipa de massa ao erário público.
Não se demita, Sr. Governador. O que eles têm é inveja. São uns invejosos. Se perguntarem a algum português, se em situação semelhante, se demitiria, quase de certeza que nenhum responderia afirmativamente. Já do Ronaldo não têm eles inveja…uma pipa de massa e não marca golos na selecção nacional. Mas, como diz o Carlos Queiroz, jogámos bem contra a quê? Letónia? É.
E veja lá, se ele se demite. Lá por um tipo fazer uma data de asneiras, não significa que se tenha de demitir. Se não, onde é que iríamos parar? Começava logo pelo Governo. Dia sim, dia não, estava um Ministro ou Secretário de Estado a demitir-se. Não pode ser!
Faz muito bem em não se demitir!

“Durum est natare contra impetum fluminis.” [Bebel, Adagia Germanica] É duro nadar contra a corrente do rio.

Cumpra-se a vontade do Povo

Quando do 25 de Abril de 1974, um dos “slogans” mais gritados, era um refrão, de uma música do José Afonso…”O Povo é quem mais ordena”. Mas não é.
Mais do que nunca, verificámos, nestas eleições, que o “povo não é quem mais ordena”.
Se não, vejamos:
- Cerca de 5% de votos brancos. Ou seja, 5% dos votantes manifestaram-se em branco. Era essa a sua vontade. E o que é que fazem? Põem de parte os 5% e continuam a eleger deputados…não está certo, pois estes lugares deveriam ficar em branco!
- Cerca de 63% dos inscritos não votaram, isto é, abstiveram-se. E o que é que fazem? Põem de parte estes 63% de eleitores e preenchem os lugares no Parlamento, quando os mesmos deviam ficar vazios.
É que existem 63% dos eleitores em Portugal que não querem que ninguém vá para o Parlamento. Certo? Mas não. Põem, também de parte a vontade destas pessoas e distribuem na mesma os lugares, por deputados que sabem que estão a representar os abstencionistas.
Só que eles chegam lá, ao Parlamento, e não se abstêm de votar. Votam e pronto. Vai contra aquilo, que o povo ordenou.
Já chega de andarem não sei quantos tipas e tipos a tentar interpretar aquilo que é a vontade do povo. Será assim tão difícil de compreender? O povo quer-se abster de gastar dinheiro com esta malta. E depois são quase sempre os mesmos. É que nem aí, o povo pode escolher porque, os candidatos a deputados, são escolhidos pelos directórios dos partidos. Mas isto tem lá jeito? Então, uma pessoa vai votar num tipo que o partido achou por bem colocar como candidato, sem perguntar, ao menos, dentro dos partidos se apoiavam os candidatos? E depois, estranham que existam 63% de abstenções!
Bem-feitas as contas, só 30% dos candidatos é que deviam ir para o Parlamento, ficando o restante das cadeiras vazias e outras em branco.
Cumpra-se a vontade do povo!
"Pabula da corvis, dement tibi lumina corvi. "[FV y MB, Colección de Refranes 271] Dá de comer aos corvos, eles te arrancarão os olhos.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

E ASSIM, SE TENTA ENGANAR OS TOLOS!



Foi assim que encontrámos o candidato do PS às eleições europeias, depois do fatídico 1.º de Maio de 2009.
Ficámos com dúvidas se o mesmo foi agredido, deste modo infame, por ser simpatizante do Benfica ou candidato do PS.
Era importante perceber, pois, deste modo, a polícia poderia tentar identificar o agressor. Porque na eventualidade de ter sido agredido por ser do Benfica, poderá ter sido um agressor apolítico, isto é, sem filiação partidária. E porque é que nos inclinamos para esta hipótese? Atendendo às projecções, 70% dos portugueses não vão votar, o que leva a concluir que o mesmo foi agredido por um qualquer adepto de outro grupo de futebol.
E teve muita sorte, porque se não fosse o amigo que o acompanhava, a ajudá-lo, imaginem o que poderia ter acontecido.
Ainda bem que não ficou intimidado e que o partido o tem acompanhado, fazendo deslocar camionetas de aficionados, em romaria, por todo o país.
Por um lado, não se sente sózinho quando abre a boca e larga insultos aos adversários políticos, demonstrando desta maneira ,que apesar do acontecido, se mantêm firme e que não tem medo…por outro lado, sempre tem os mesmos acompanhantes para bater palmas e abanar as bandeiras, dando a sensação na televisão que está numa campanha política em crescendo.
E assim, se tenta enganar os tolos! Só que os tolos irão abster-se de votar, em cerca de 70%, demonstrando que não são tão tolos como os querem fazer crer.

"Tui cum sitiant, ne agros alienos riga." [Publílio Siro] Enquanto os teus campos têm sede, não vás regar os alheios