terça-feira, 10 de novembro de 2009

JACÓ E SUAS DUAS MULHERES

Cena bíblica: Jacó e suas duas mulheres

Estando na ribalta os casamentos homossexuais, tenho-me posto a pensar nas minorias que se sentem discriminadas, não sendo respeitada a constituição. Por um lado, temos os bissexuais que pretendem viver dois amores em comunhão de mesa e de habitação, não preterindo nenhum dos parceiros e que a lei não deixa casar. Por outro lado, os que podem ser a favor da Poligamia.
Em qualquer das situações, e indo o Governo aprovar o casamento entre homossexuais, não vejo por que há-de continuar a discriminar-se as restantes minorias. Quanto à Poligamia, que vem do grego: muitos matrimónios, a mesma é um tipo de relacionamento amoroso e sexual entre mais de duas pessoas, por um período significativo de tempo ou por toda a vida. É permitida por algumas religiões e pela legislação de determinados países.
Se o argumento de que o casamento só foi regulado na Lei, vai para cem anos, gostaria de saber como defenderiam a poligamia, pois esta já foi regra nos grupos humanos em estado natural. Durante a história, a poligamia foi amplamente usada, tendo como principal causa a grande diferença numérica entre homens e mulheres ocasionada pelas guerras. Ora, esta realidade não se mantém? Porque terá de haver pessoas a viver infelizes?
A questão sempre esteve também no centro do debate religioso. O Velho Testamento fala de um personagem como Jacó, que teve duas mulheres e treze filhos (vários deles com servas). Essa prole viria a dar origem às doze tribos de Israel. Vejam que neste caso, a sua existência já tem mais de dois mil anos. Falta agora, consagrar em Lei, o desiderato, dos que pretendam ter mais de uma mulher ou homem. Por favor acabem com esta injustiça. Não existe inclusive um défice entre natalidade e mortalidade? A população não está a envelhecer? Vamos pois, procriar, mas dentro da lei.Com direito a abono de família, direito à habitação, direito ao subsídio de funeral, aos dias de folga para apoio à família, etc.
Vejam bem…uma pessoa é casado com uma pessoa e vive em concubinato com outra. Morre a concubina…(Deus nos perdoe), mas o que fica, não tem direito a nada. Sofre, e de que maneira, e o Estado, nem a pensão de reforma paga. Não pode ser. É injusto! Porque é que o casamento, como dizem que é um contrato e não passa disso, tem de ser um contrato bilateral, que na maioria dos casos nem é sinalagmático, pois há sempre uma parte que dá mais que a outra, e não pode ser um contrato plurilateral? Por último, criou a sociedade o conceito de infidelidade, como se ao longo dos tempos, mulheres e homens não tivessem mais que um parceiro. Mas às escondidas. Eram reprimidos, socialmente censurados. Se é verdade para os homossexuais, é verdade para as outras minorias. Ou não? Qual é a moral que suporta outras razões? E parece que nos dias de hoje, segundo as estatísticas, as mulheres estão a ser tão “infiéis” como os homens.
No Islão, por outro lado, a poligamia tem sido praticada desde sempre (o próprio profeta Maomé teve 16 casamentos simultâneos). Hoje, continua a ser adoptado em alguns países muçulmanos e em processo de adopção, em outros e o costume é regulamentado pelo Alcorão que tolera a poligamia e permite um máximo de 4 esposas. Ora, quando sabemos que no mundo ocidental, existem cada vez mais cidadãos muçulmanos, por que razão devem estar estes impedidos de ter mais do que uma mulher? Então, isto não é discriminação religiosa e sexual? Não é atentar contra os direitos do cidadão?
Uma das doutrinas adoptadas pelos Santos dos Últimos Dias, fundada por Joseph Smith, foi a lei da poligamia, ou casamento plural, pivô de muitos transtornos e perseguições contra os membros da Igreja naquela época. Os Santos dos Últimos dias acreditam que Joseph Smith foi inspirado por Deus a instituir esta Lei, além do conteúdo doutrinário, citando exemplos do velho testamento, onde Abraão e outros personagens tiveram muitas esposas por mandamento de Deus.
Em razão da forte pressão por parte das autoridades norte-americanas e da perseguição sofrida, esta prática foi abolida pela Igreja na presidência de Wilford Woodruff em 6 de Outubro de 1890. A mudança doutrinária deu-se na época em que o território de Utah, onde se concentrava a grande maioria dos membros da Igreja, se candidatava à condição de estado americano e a manutenção de um hábito contrário à opinião pública poderia impedir a pretensão de se estabelecer um "estado mórmon".
Hoje em dia, a prática persiste apenas em grupos dissidentes isolados e não filiados à igreja maioritária, denominados de "mórmons fundamentalistas". Os mesmos vivem em comunidades isoladas no estado americano de Utah e arredores e foram excomungados da Igreja maioritária.
Será que o Governo português está a prever esta possibilidade de existirem alguns lugares desertos de Portugal onde possam viver os Poligâmicos?
Já estou a ver as aldeias interiores do país, a serem repovoadas, graças a esta medida. Meus senhores, acordem…são mais impostos a médio prazo e um modo de cobrar mais IMI com a ocupação das centenas de habitações, hoje abandonadas, no interior do país.
“Aspice, respice, prospice.” [Inscrição em relógio solar] Olha o presente, recorda o passado, olha o futuro.

Sem comentários: