segunda-feira, 7 de junho de 2010

Mê FILHO, PRECISO DE IR ÀS COMPRAS


Mê rico filho!
Noutro dia fui a banco, para ver se me emprestavam um dinheirito, pois queria fazer uma compras, porque não dá jeito nenhum está a tirá-lo do offshore.
Tenho de estar a mandar mails para as Caimão e primeiro que cá chegasse era uma chatice.
Mas não é que o gerente, do Banco onde eu fui, muito simpático, me disse: minha senhora, lamentamos mas não temos dinheiro para emprestar.
E eu disse-lhe: mas o meu filho tem dito que isto está uma maravilha e que até no primeiro trimestre a economia estava a crescer, como é que o senhor me diz uma coisa destas?
- Mas quem é o filho da Senhora? Não me diga que é o primeiro-ministro? É sim senhor, respondi eu! E, então, a Senhora que é mãe dele ainda acredita no que ele diz?
Irritei-me com aquilo e disse-lhe: Olhe lá meu senhor, acredito eu a mais trinta e tal por cento de portugueses que votaram em mê filho. E não estão nada arrependidos, porque segundo as sondagens esses trinta e tal por cento vão continuar a votar nele.
Se o senhor não tem dinheiro, porque está aflito, tudo bem. Mas não me venha dizer que a culpa é dele.
Nem deles nem daquela rapaziada que anda a mamar atrás dele. Sim, porque mê filho sempre foi muito protector dos seus amigos. Até vai apoiar o Pateta Alegre como candidato à Presidência da república e vai ter o apoio do Bloco de Esquerda. Na segunda volta, ainda vai ter apoio do PCP.
E vai ver, que ainda vamos ter um Presidente e um Governo Socialista. É só ele prometer mais cento e cinquenta mil novos empregos e esta rapaziada acredita nele.
Então, diga-me lá: quando é que o senhor espera voltar a ter mais mercadoria para vender? É que sem mercadoria, vai ter de fechar o negócio.
Olhe, se isto está assim, quem não tira o meu lá do Caimão, sou eu! E mais, vou dizer aos meus vizinhos para porem a massa lá fora. Chiça….ficar sem o mê dinheirinho é que não. Mê filho está farto de trabalhar para ficar com os bolsos rotos.
E não vai ser com a reforma que ele se vai safar…muito menos agora!
Já foi um sacrifício pagar os apartamentos ao offshore!
Olha mê filho, vê lá se me empresta algum. É que preciso mesmo de ir ás compras. Sinto-me de tal modo tão deprimida, com esta merda toda no país, que preciso de ir espairecer ao El Corte Inglês.
Fico à espera. Não te esqueças do pedido da mamã. Beijinhos!

« Miserum istuc verbum et pessimum est ‘habuisse’ et nihil habere. » [Plauto, Rudens 1243] É triste e muito ruim essa expressão ‘ter tido’ e não ter nada. ●

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