sexta-feira, 6 de novembro de 2009

MÊ QUERIDO FILHO

Que alegria que dás à tua Mãezinha. És novamente ministro.
Acho que aproveitaste bem os conselhos que te dei, mê filho. Foste mais simpático, embora ainda deixes, aqui e ali, alguns laivos da tua arrogância. A mim, é que tu não sais!
Não te preocupes com essas coisas que andam para ai a dizer da “Face Oculta”. Há quem já dissesse que isso levava para ai 7 ou 8 anos. Até lá, já tu não estás nesse lugar.
Enquanto puderes, mê filho, aproveita e goza o que nunca pensaste ter na vida.
Não te preocupes com os que dizem que a Pátria está a saque. Que é corrupção, pedofilia, homossexualidade exibicionista que, tu aliás, levaste, e muito bem, para S. Bento.
Se isto não anda e se somos um País adiado, isso é lá com eles. Quando te aborrecerem só tens que dizer que a crise é mundial e pronto.
Sim, eu sei que há aqueles que comparam isto à 1.ª República e que dizem que isto está uma bandalheira. Aqui para nós, mê filho, que ninguém nos ouve, isto está pior que uma pocilga. É um reboliço onde os porcos se amontoam, em varas, a chafurdar. Vivemos na lama!
Mas, um dia, alguém há-de “pegar nisto”.
Aliás, se te aborrecerem muito, a dizer que o país está numa profunda crise financeira e económica, só tens que dizer, que segundo reza a história, que desde o século 14 até aos nossos dias o país já faliu sete vezes e continua a ser país. Portanto não venham para cá com essas tretas.
Mê filho, vai dando noticias, que eu gosto muito de te ver!
Beijinhos

PS: Fica descansado que eu não tenho saído para ir às compras.

« Potior sit qui prior ad dandum est. » [Terêncio, Phormio 533] Tem preferência o que pagar primeiro.

4 comentários:

Anónimo disse...

Caríssimo,

Com um endividamento de 61 milhões de Euros/dia, nada do que se diz importa. Os partidos políticos são meros canais com programas de entretenimento... para "cegos" e para entreter "patetas".

Não há dinheiro. Os impostos são elevados. E ainda mais se elevarão, quando começar a faltar dinheiro para subsídios, pensões... ordenados para a Função Pública, obras, dinheiro para as autarquias, etc.

Tudo o que produzimos apenas dá para pagar os juros da dívida externa.

Não exportamos o suficiente para equilibrar a Balança Comercial.

Quando se nos acabar o crédito, como vai ser?

Mais quanto tempo aguentamos no Euro? Vamso sair do Euro, ai vamos vamos. Há já várias pessoas experts na matéria a dizer isto, cada vez com mais certeza, e não é o Medina Carreira apenas que o diz.

Os programas políticos já não interessam nada, os programas são completamente irresponsáveis, PS ou PSD vai dar tudo ou mesmo... O país caminha, cada vez mais depressa, para o abismo.

Pessimista Realista disse...

De facto, depois de ver o primeiro programa da Sic Noticias, o "Plano Inclinado", moderado pelo Mário Crespo, pensei que, para quem dizia que Medina Carreira era um pessimista, ficou a saber que ele até, na verdade, é um optimista! Se não vejamos...

Henrique estimava, há uns meses, que o endividamento do País se mantivesse nos "níveis catastróficos", da casa dos 50 milhões / dia (pouco mais de 2 milhões por hora), pelo que as políticas irresponsáveis dos Partidos e nossos representantes da política não resolveriam nada, mas antes faziam manifestações de show-off com "Magalhães" e "Cartões de Cidadão". Ora, a realidade é bem mais "pessimista": o tão falado endividamento está, hoje, já, em 61 milhões / dia. Por esta perspectiva, ele só pode ser um optimista, não é assim?

Então qual é mais "pessimista", ou "optimista"? O Medina Carreira ou a Realidade?

Cá para mim, vejo mais o Medina como um "realista visionário" que se provou ser até optimista nessa questão do endividamento. António Oliveira Salazar era um visionário realista: tinha uma espécie de "presciência" que lhe permitia ver as coisas a longo-prazo (e nem sempre gostava do que via). O que ele faz é simplesmente ler os números estatísticos e compará-los com períodos da nossa passada História para projectar o futuro.

É hábito ouvir os "politiquistas" dizerem que quando alguém alerta para uma catástrofe eminente e bem real que esse alguém é um "pessimista". Mas a verdade é que, ou a realidade é de facto, também ela, pessimista, e então estamos todos de acordo na utilização dessa qualificação de "pessimista" (que é outra forma de chamar "realista", uma vez que a realidade, por redundância verbal, é sempre realista, ou não se chamasse, ela própria, Realidade), ou então o termo está mal empregue pelos "politiquistas". Ou seja, eles querem fazer-nos de "parvos" e levar-nos a acreditar que eles estão a fazer pelo bem do País e que nada de muito mal se avizinha ao contrário do que os "pessimistas" auguram, e, portanto, "passa para cá mais uns votos" que é para manter os "jobs" desse "pessoal politiquista. A "realidade", essa, não interessa nada a quem está a beneficiar da política, claro está.

O que é mais arrepiante neste panorama da dívida externa é que pouco se pode fazer para inverter a "catástrofe", pois o que foi feito foi muito mal feito e foi feito durante muito tempo, demasiado tempo.

Pelo final do programa da SIC Noticias, após aquela hora e alguns minutitos, constatou-se que Portugal já estava endividado em mais 2 milhões e meio de Euros após aquela conversa a três. O que produzimos em Portugal mal deve dar para pagar os juros das nossas dívidas. Algum estado aguenta isto por muito tempo? Vamos ser mesmo "varridos" do Euro? O que vai acontecer e o que se pode fazer para minimizar os prejuízos?

Enfim, os "politiquistas" são uns "optimistas"; o País é que é "pessimista"...

Cumprimentos do "pessimista"...

Anónimo disse...

A análise é simples como água, nem vale a pena grandes conversas... O que vai acontecer é isto:

1.º Dentro de pouco tempo (um, dois, três anos...?) Portugal vai entrar na bancarrota, quando se nos acabar o crédito;

2.º Num segundo tempo, com a ingerência da situação económica e desrespeito pelos critérios de convergência do déficit, Protugal vai ser expulso do Euro.

Tão simples (e catastrófico...) quanto isto...

É uma simples questão de tempo, já que a política é uma complexa questão de interesses!

Anónimo disse...

"Está-se a adar uma aspirina a um sujeito que tem um cancro no cólon"

MEDINA CARREIRA in "Plano Inclinado", 14/11/2009



"Prodigere est, cum nihil habeas, te irrideri." (Ser pródigo, quando não se tem nada, é expor-se ao ridículo.)