sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

DEVE-SE TER MAIS CONFIANÇA NOS OLHOS DO QUE NOS OUVIDOS

A obra política é sobretudo obra de resultados.
É fácil criticar, até porque o retrato do português comum é de uma verticalidade singular - não é eivado de individualismo, nem tem com a autoridade senão relações baseadas na confiança.
É mister desenraizar os defeitos de uma educação viciosa que não tem dado o rendimento preciso. Parece que o português comum é um cidadão exemplar, que não procura contornar as leis, que tem sempre uma postura correcta com o seu patrão, não faltando ao trabalho com falsas baixas, que não esconde alguma coisa dos seus rendimentos ao fisco. Vive preocupado com o seu país, com a comunidade que o rodeia e que só depois de tudo isto é que se preocupa consigo.
A realidade é que ao longo dos tempos se verifica, que os homens mudam pouco e então os portugueses, quase nada! E no que diz respeito a esta atitude de individualismo e maledicência, os portugueses nada mudaram.
Mas, por outro lado, o português comum é generoso, afectivo, emocional. E é precisamente esse lado emocional que pode arrastar o português a vibrar em volta de um facto, de uma ideia, de uma personalidade. Em tais períodos, o espírito generoso do português comum leva-o a perder o seu habitual sentido das realidades.
Dizemos mal dos clubes, dos árbitros, dos políticos, dos partidos. É um nunca mais acabar. Nem sei por que razão continuamos a ter eleições!
Em vez de andarmos a criticar e na maledicência, necessitamos de algum tão simples como a formação das vontades para dar continuidade à acção.
Ultrapassar o individualismo e a característica de maledicência passar a raciocinar com a razão e deixar de parte a emoção!
Porque se não, não passaremos de um povo de conversadores… inúteis, sobretudo quando não somos espirituosos.
Porque a obra política é sobretudo obra de resultados, se no país, infelizmente, tal não acontece, existem excepções que são de louvar e uma delas, é a evolução, a modernização e a qualidade de vida atingida, nestes últimos vinte anos, no concelho de Oeiras!

“Oculis magis habenda fides quam auribus”. [Erasmo, Adagia 1.1.100] Deve-se ter mais confiança nos olhos do que nos ouvidos

8 comentários:

Anónimo disse...

O espírito do post enquadra-se perfeitamente no aforismo "em equipa vencedora não se mexe"...

Sem embargo ao cariz, porventura mais político/sectarista, e transpondo os princípios da dinâmica económica para a política propriamente dita, hajam muitos projectos e ideias inovadoras "concorrentes", pois só uma forte e boa "concorrência" pode melhorar a qualidade e dinâmica do "mercado", dos "produtos oferecidos", e impedir que os "instalados", outrora eleitos em plebiscito, deixem de lutar sempre por melhorar o status quo pelo qual foram ou são responsáveis, por melhor que ele, status, possa ser. Isto, mesmo que, à partida, a vitória destes últimos possa parecer (ou mesmo ser) um dado praticamente adquirido.

O outro problema, que é geral na vida política tanto nacional como nas democracias a nível global, prende-se com a incapacidade dos eleitores, na sua generalidade, em compreenderem o que é melhor para o interesse colectivo. Deixam-se, antes, levar pelo calor das campanhas, o que é particularmente eficaz numa altura de frio como esta! E quem "pode" manda... Como tal, o acto eleitoral - sem lhe retirar o devido mérito democrático que a ele subjaz - é assim frequentemente eivado pela falta de capacidade de discernimento qualitativo do rol de "projectos" apresentados. E isto, ainda que democrático, é porventura obnóxio para a prosperidade da qualidade da própria Sociedade e do próprio espírito Humano. Mas é assim em Democracia...

A concorrência é um motor da produtividade e da eficiência, em qualquer "mercado", seja ele o Económico ou o Político.

Anónimo disse...

Nem sempre, muita concorrência, resulta em mais vantagem para o "consumidor"! Temos disponíveis, 1,2,2,4,5, mais alguns à mistura e a qualidade do produto e do serviço é muito mau! Só que é um oligopolio e nada se pode fazer. Paciência. Espero que quando passarem 48 anos e só levamos 34, aconteça algo que se torne uma nova esperança! Quid juris!

Anónimo disse...

Concordo, professor. De facto, o particularismo da lógica comercial de um oligopólio pode ser não muito diferente, na prática, da de um monopólio puro.

Mas é sempre preferível, para o "consumidor", poder decidir que "produto" comprar de um rol de ofertas diferentes. E isso é um estímulo à dinâmica produtiva e comercial, resultando concretamente numa necessidade de aumento da eficiência empresarial e da qualidade dos produtos/serviços oferecidos.

Todavia, a partir de um certo nível, quando os níveis de eficiência atingem o seu limite, a concorrência, excessivamente agressiva, pode não conseguir mais promover a diferença qualitativa entre "empresas" fornecedoras de "produtos" concorrentes. Mas a tendência, de per si, é positiva para o "consumidor" e para o "mercado"...

É por haver ofertas diferentes de concorrência que eu posso escolher entre ter "NETCABO" ou "TELEPAC" ou "MEO", apesar de estarem subordinadas ao mesmo grupo económico.

Um opinião de um aluno sempre atento aos doutos ensinamentos do nosso Professor... :)

Anónimo disse...

PS:

Em mercado, a concorrência tende a promover não só o aumento da qualidade dos produtos como também a redução dos preços. São estratégias diferentes, claro está, mas ambas estimuladas pela concorrência.

Também, a concorrência, por outro prisma, é uma Força contra o absentismo, falta de pontualidade e consequente falta de produtividade nas empresas, o que é muito comum em Portugal.

De princípio, as empresas que "vencem", sem "ajudas suplementares" nem "injecções financeiras periódicas" não são aquelas em que os seus trabalhadores chegam ao seu posto de trabalho e vão, em tempo de trabalho, começar logo por tomar café, fumar e conversar com os colegas... e o trabalho fica para o fim. Uma empresa destas, sem concorrência, pode manter-se; em concorrência, um trabalhador assim com contrato de trabalho ou a recibos ou avenças é tendencialmente posto logo no seu devido lugar... no "olho da rua"... Ou pelo menos é uma Força adicional favorável no sentido da eficiência.

Anónimo disse...

Oeiras é sem dúvida um concelho em que o povo não é analfabeto. Prova isso o facto de apostar no Isaltino, não dando ouvidos
às más linguas. Concordo com o professor sem dúvida, quando diz, temos de confiar no que os olhos vêm.

Anónimo disse...

Moral do post:

Apostar no trabalho já feito, que os olhos VÊEM, em vez de arriscar em trabalho por fazer, que apenas os ouvidos OUVEM...

Eh!

Anónimo disse...

Muita concorrência nem sempre é salutar. Quando vem a crise, lá temos de fazer fusões. Desperdicio de dinheiro e de recursos. Principalmente humanos.E não estamos sempre a falar de pessoas? Será que para o bem de alguns temos de sacrificar os outros? Que raio de democracia é esta?

Anónimo disse...

Com certeza, Professor. Como diz o adágio, tudo o que é em excesso é demais.

Eu apenas, como consumidor do Mercado e como consumidor da Política - apesar de estar cada vez mais como o Professor Medina Carreira, que não se revê em nada nas actuais políticas e politiquices dos principais partidos políticos existentes em Portugal - defendo alguma concorrência.

Já se eu for gestor de uma empresa, defenderei o monopólio (da minha empresa, claro está...)

Um exemplo em como o excesso de concorrência é nefasto é manifestamente o que se passa com as companhias de aviação: os níveis de eficiência estão já no máximo; os custos operacionais estão a aumentar devido ao aumento dos preços dos petróleos e, por conseguinte, dos custos com combustíveis; perante uma concorrência agressiva, as companhias tendem a não subir os preços das tarifas, a postergar aumentos necssários... até níveis insuportáveis... até à falência técnica... até à sua compra por outra companhia concorrente mais forte ou até mesmo à sua extinção. Isto porque, as companhias que sobem as tarifas perdem nas vendas para as que não sobem...