sábado, 2 de abril de 2011

O País está Falido?



Estamos a chegar à conclusão que o país está falido. Não foi nada que eu já não tivesse dito e escrito, em 2008. Ainda não existia, a tão famosa, crise internacional. Ao longo destes anos fomos ouvindo dizer que o défice agora baixou, depois subiu, e fez-se regabofe, inclusive no parlamento, quando o Senhor Sócrates era um distinto parlamentar. Estão lembrados do caos que era o défice de 6,8%, tinha deixado o governo, o PSD, na altura encomendado a um Senhor, também distinto, que hoje é Vice-presidente do tal Banco que nos está a emprestar a massa para podermos pagar salários? Recordo-me, quando se chegou ao final de 2009, dizia, então, o agora distinto, Primeiro-Ministro que o défice era de 9,3% mas porque “ele” o tinha controlado e feito subir, para ajudar a economia. É um artista, sem dúvida. Ele e os marinheiros de água doce que estão no governo. Hoje, decorridos 3 PECS, afinal, o défice é de 8,6%. Por muito menos do que isto, o Senhor Deputado e seus capangas faziam o alarido que nem os caçadores nas batidas às raposas fazem. Ou seja…a razão, agora apresentada é que os tipos mudaram os critérios. Dá vontade de rir. Então, não foi este mesmo governo, que em relação às autarquias locais, escreveu e disse, que o endividamento das empresas, do universo dos municípios, contava para o endividamento das Câmaras? Quer dizer que os outros levam com a ripa e o governo continuava a “meter” o nosso dinheiro nas empresas públicas que, ao longo de décadas, só dão prejuízo? Poderiam não dar lucro, mas no mínimo o que se exige é que não dêem prejuízo, de modo reiterado, e já com a convicção de obrigatoriedade. E não são gestores que ganham 3.000 euros por mês. Como disse, ainda um dia destes, um notável Secretário de Estado, já reformado, 6.500 euros por mês é razoável. Que dirão as estas asneiradas, os gestores das Entidades Empresarias Municipais, os Presidentes e Vereadores da Câmaras Municipais que, na maioria dos casos, ganham menos que um Director de Departamento de uma Câmara Municipal? O país está falido? De certeza absoluta que não fui eu, nem os restantes dez milhões de portugueses, que pusemos o país na falência. Foram os iminentes políticos, muitos deles quase engenheiros e outros, distintos professores de Economia e Finanças que não conseguiram, durante trinta anos, fazer o que qualquer guarda-livros conseguiria fazer…que a despesa não fosse superior à receita. Nunca ao longo destas décadas se ouviu falar em Superavit. Todos os anos se falou de défice. E alguém com a quarta classe antiga, sabe que somando défices todos os anos, chega-se a um momento que é preciso pagar o dinheiro emprestado. É claro que como não existe plano nenhum para organizar o país para aumentar os seus rendimentos, vai-se chupando o único rendimento ainda disponível que é o de quem trabalha. Empresários e trabalhadores. E se estes não pagarem, por qualquer vicissitude, vão para uma lista negra. Aquela em que está o Estado Português… a lista dos relapsos e maus pagadores, porque tem-se andado a viver à custa do dinheiro dos outros. Declare-se, de uma vez por todas, a insolvência do Estado Português e que alguém tome conta disto…só peço, que se for possível, que seja de uma vez por todas. É que estou farto, também, de emprestar dinheiro a estes incompetentes que não sabem mais que um guarda-livros.

"Magis adducto pomum decerpere ramo, quam decaelata sumere lance, iuvat." [Ovídio, Ex Ponto 3.5.19] É mais agradável colher o fruto do ramo puxado que tirá-lo de um prato cinzelado.

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