quinta-feira, 21 de abril de 2011

Necessitamos, com urgência, de outro regime político!

Em 2 de Abril, de 1976, passou a vigorar uma nova constituição, da república portuguesa. Delega nos partidos políticos, a representação do povo. Por isso, se diz que, temos uma “Democracia Representativa”. À custa deste pressuposto, temos andado, nestes 35 anos, de eleição em eleição, a ser representados por grupos de mafiosos que levaram Portugal ao desastre em que este se encontra. O poder foi-se alternando entre Socialistas e Populares, mais tarde, designados de sociais-democratas, como se isso fosse alguma coisa melhor.
Já os Socialistas arredaram, no tempo de Mário Soares, o socialismo, que foi metido na gaveta e também quiseram ser sociais-democratas. Ora bem…se são os dois sociais-democratas é o suficiente para eu acreditar que a social-democracia ou está enviusada por estes partidos ou então, não serve para nada. A realidade é que qualquer dos partidos conseguiu, ter no seu seio, uma corja de filhos da puta que andaram a vilipendiar o país. Criaram-se Bancos, sem qualquer controlo da entidade fiscalizadora, como o BPN ou o BPP e permitiu-se, no meio de tudo isto que os bancos andassem a emprestar dinheiro que não tinham, sacando à malta juros e comissões agiotas, por tudo e por nada, sustentando salários obscenos, com regalias de “Califas” e, depois de tudo isto, continuam. Tentam passar desapercebidos, no meio da chuva.
Todos andámos a comprar automóveis, casas, a pagar férias no Brasil, em Cuba e noutros lados, televisões, computadores, a remodelar as mobílias de casa e a trocar de telemóvel, todos os anos. O Estado, com as suas obras megalómanas de auto-estradas e outras tais, ajudou a que a dívida, dos bancos e famílias, ultrapassa-se, os actuais 200% do PIB. Ainda me recordo, entre outras obras megalómanas, no tempo de Cavaco Silva, a construção do Centro Cultural de Belém, que dos iniciais 10 milhões de contos, acabou por custar, ao erário público, 40 milhões de contos. E aqui é que está o problema do país. A pouca vergonha que aproveitou a alguns milhares de mafiosos. Agora, novamente, são os portugueses chamados, a pagar com os rendimentos do seu trabalho esta pouca vergonha. Sim…porque os bancos vão ser os únicos beneficiários desta brincadeira. Afinal é bom ser-se accionista de um banco. Quando há lucros, e se distribuem dividendos, são os accionista a “mamar”, quando a banca está rota, são os portugueses a pagar. A todo este desenrolar de acontecimentos, um dos espectadores atentos da desgraça foi o Banco de Portugal e a sua “supervisão”. Bastava encontrar-se o modo de financiamento do capital social e depois era a vilanagem completa. Por outro lado, temos, mais não sei quantas instituições, que vão realizando auditorias e cujas conclusões são postas na gaveta, porque não existem sanções aos políticos. Tem-se encontrado como resposta que os políticos são “julgados” nas urnas. É pena que o mesmo não possa ser adaptado aos gestores das empresas. Terá havido, quem, ao longo dos anos, fosse lendo os relatórios sobre a “Conta Geral do Estado”, do Tribunal de Contas? Não me parece.
Mas, no meio de toda esta vilanagem, tem-se permitido, que um duvidoso, “licenciado em engenharia civil”, venha a ser primeiro-ministro, numa postura de completo narcisismo, ao longo de mais de seis anos. A alternativa que se apresenta, e uma vez mais, é a alternância, pelo outro partido que se diz, também, social-democrata, cujo líder, apresenta uma postura de “cobrador” da Carris. Apresenta propostas, aos portugueses, de mais cortes, aqui e ali, como se andássemos todos nos autocarros, ao longo destes anos, sem pagar nada, até agora.
Portugal está melhor do que em 25 de Abril de 1974? Mal fosse que não estivesse melhor. Bastou a mera evolução do mundo, para que Portugal fosse apanhando alguma coisa, aqui e ali. E uma das coisas que apanhou foi o “desenvolvimento” da banca e da sua capacidade criadora de negócios, muitos deles, completamente agiotas, para que os portugueses tivessem um conforto e um bem - estar, para o qual, nunca produziram a riqueza necessária, porque nunca tiveram um sistema político que fosse capaz de liderar um desenvolvimento económico e social, sustentado. Aldrabou-se o ensino, de tal modo, que o chefe máximo do governo apresenta exames, feitos, por fax. Como diz a publicidade do licor Beirão, “garante-se o diploma de engenheiro a todos os portugueses." Iludiu-se o desenvolvimento, dando a entender que todos poderiam ser proprietários de imóveis. Que todos teriam direito a férias no Brasil, em Cuba, na Jamaica ou em qualquer lado exótico (pode ser na Madeira) ou noutro qualquer país tropical, e que cada cidadão, tinha direito a automóvel, mesmo que fosse para ir para a escola, enquanto estudante. Houve na realidade algo de mérito…O Serviço Nacional de Saúde. Que por várias razões, obscuras, alguns tentam destruir. E começou, muito paulatinamente, logo a seguir ao 25 de Abril, quando se cortou a possibilidade a muitos médicos, que andaram anos a fazer, o P1, P2, P3, P4 e acabaram em clínicos gerais… de irem para uma especialidade. Foi a protecção descarada do “lobby” instalado. E que continuou com os números clausus. Resultado… Hoje, Portugal não tem médicos suficientes, muito menos especialistas em número, capazes de acudir às necessidades do país. E, continua-se a não querer olhar para Inglaterra e perceber como funciona o sistema de saúde deles. Os médicos são pagos por objectivos. Dedicação exclusiva. Mas, não têm falta dos mesmos. Poupa-se muito dinheiro, porque se realiza uma medicina, mais focada na prevenção. Aqui, apostou-se no “apoio” aos laboratórios farmacêuticos. Conclusão…hoje, estamos “à rasca”, porque não temos médicos suficientes e a despesa, com medicamentos, não pára de aumentar. Solução inteligente e rápida…genéricos. É uma parte da solução, mas falta, uma vez mais, aquilo que o sistema político, vigente, não consegue proporcionar.
Mas, na realidade, parece que nada disto está mal no país. Estamos a pedir dinheiro emprestado, temos o FMI a “trabalhar” e a malta “à rasca”, pára o país, quinta, sexta, sábado, domingo e segunda, fora os que meteram férias, antes dos feriados ou que meteram férias, depois dos feriados.
Nestas próximas eleições, depois de nunca ter estado ausente de nenhuma votação, vou aliar-me, aos indecisos. Só volto a votar, quando houver um novo regime político. Até lá, deixo a minha vida aos cuidados do FMI.
Necessitamos, com urgência, de outro regime político!

“Tacens non fatetur, sed nec negare videtur.” [Jur] Quem cala não confessa, mas também não se entende que esteja negando.

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