quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Prejuízos da RTP em 14 milhões de euros

Empresa não dá prémios a gestores, mas vai distribuir por trabalhadores

A RTP atingiu um resultado líquido negativo de 13,8 milhões de euros em 2009. As contas da estação pública continuam a ser afectadas pelo endividamento, que excede os 800 milhões de euros.
Já em termos operacionais, os lucros chegaram aos 13 milhões de euros.
«O resultado líquido não tem significado para a RTP enquanto os capitais próprios forem negativos», explicou o presidente da empresa, Guilherme Costa. Pergunto eu, na minha ignorância, até quando, é possível, uma empresa, ter os seus capitais próprios negativos?Penso, salvo melhor opinião, que estamos a falar da desconsideração da personalidade jurídica. Mas, a lei não é igual para todos. Estamos a falar de empresas públicas com determinada projecção. Os custos da empresa também subiram para 295 milhões. A justificar esta subida está um maior investimento na grelha e o programa de rescisões que a RTP abriu em 2009.
Será o investimento no futebol? Ou no "preço certo"? Tenham dó…é para isto que ando a descontar, do meu salário? É que já estou um bocado aborrecido com isto. Para 2010, o orçamento apresentado pela RTP estabeleceu uma meta mais modesta: lucros operacionais de 9 milhões de euros, num ano que «continuará» a apresentar «dificuldades». Os objectivos da estação pública vão no sentido de «conter os custos de estrutura». Guilherme Costa frisou, no entanto, que «não é reduzir custos, é conter». Resta saber, visto que estão quase a aparecer os resultados de 2010, se depois de os custos terem aumentado 295 milhões, se é para conter. Conter antes do aumento dos 295 milhões ou com estes incluídos? E quem paga esta treta? Não é o Zé. É a maralha que pôs o Zé no poder mais aos seus amigos.
Gestores não recebem prémio, mas trabalhadores sim

Conforme está previsto pelo Governo, este ano a RTP não dá aumentos nem prémios aos gestores, mas os trabalhadores podem contar com uma remuneração extra. Quanto à hipótese de uma futura privatização da empresa, a administração escusou-se a comentar decisões políticas. Estão no seu direito. Mas também poderiam dizer que como administração não estão contentes de gerir uma casa falida. A não ser que sejam administradores de “massa falida”. Isso, já outra coisa. Mas nesse caso, por favor, não dêem prémios aos trabalhadores, porque eu estou à rasca de massas.
Não obstante estes números, aqui apresentados, pagos por todos os contribuintes, verificamos, hoje, no CM, que os vencimentos de alguns “funcionários”, medem meças aos salários de muitos gestores públicos. Salários que entre o base e os subsídios, rondam os 14 mil euros mês. Será que vale a pena assumir-se responsabilidades civis e criminais, como político ou como gestor de algumas empresas públicas? É que depois a demagogia, tenta meter tudo dentro do mesmo saco, porque, até dá jeito. No final, ainda se fala em dar prémios aos trabalhadores. Já os trabalhadores de outras empresas públicas, cujos resultados são positivos e que nada devem, porque se bastam a si próprios, com as suas receitas, ficam a ver navios.
Até quando é que estas e outras empresas vão continuar a custar tanto dinheiro ao erário público? É óbvio que esta pergunta não tem resposta, nesta alternância de poder instituída, por uma pseudo democracia representativa, em que os que militam nos partidos, na sua maioria, vivem à custa deste sistema. Disse!
« Omnis enim lex est praeceptum, sed non omne praeceptum est lex. » Toda a lei é uma ordem, mas nem toda a ordem é lei.

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