sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

FELISBERTA TRABALHOU E CONSEGUIU

A Felisberta era uma rapariga franzina, já com 32 anos de idade, que trabalhava, como moça de recados, numa grande empresa produtora de produtos de consumo. Concretamente, produtos de limpeza. Tirava fotocópias, fazia uns recados e distribuía cafés, no escritório.
Ninguém acreditava nela. E de facto, bastava o nome de Felisberta, para afastar os mais crédulos sobre as capacidades da mesma.
A empresa era uma multinacional de grande prestígio. Os produtos que comercializavam eram, de facto, de qualidade. A maioria dos seus utilizadores preferia os mesmos, aos produtos brancos, normalmente existentes nos supermercados.
A empresa utilizava as mais avançadas técnicas de marketing e vendas. Foi exactamente, num dos cursos de formação que a empresa realizava, cujo título era “The Best”, que Felisberta se mostrou interessada em frequentar. Chegou a falar com o formador, para que a deixasse realizar o curso, não se importando, inclusive, de pagar a frequência do mesmo. Ela estava determinada, a demonstrar a todos os outros, que tinha qualidades e que era capaz de fazer o mesmo ou melhor. Isto é, que seria capaz de vir a ser uma das grandes vendedoras da empresa.
Não a levaram a sério. Só tinha o 12.º ano e por outro lado, nunca tinha feito algo mais do que ser a “paquete” da empresa. Isso a deixou frustrada. Mas não desistiu. Insistiu em fazer o curso, até porque o mesmo era em horário pós-laboral, o que nada prejudicava o seu trabalho normal na empresa.
Acabaram por aceder que Felisberta frequentasse o curso. Ficou radiante pela oportunidade. Por outro lado, estava interessada no programa do curso. Tinha ouvido dizer que era muito motivante, porque iria aprender a contrariar as objecções que tanta utilidade tinha nas vendas como na vida do dia – a - dia.
Iniciou o curso, sentindo algumas dificuldades, mas o próprio formador a incentivou a continuar. Estava de facto admirado com a determinação que Felisberta tinha colocado para realizar o curso. E realizou com êxito. Outras formações se sucederam. A partir daquela primeira experiência era normal verem a Felisberta interessada em ler manuais e livros que abordavam o assunto.
Até que um dia foi convidada, sem compromisso por parte da empresa, a experimentar as vendas. Foi um sucesso. Logo, no primeiro ano, foi a segunda melhor vendedora da empresa. No ano seguinte, já com a confiança de ser capaz, foi lançado um novo produto, este vocacionado para a limpeza de soalhos, em que Felisberta conseguiu demonstrar o que era uma vendedora de excelência, arrebatando o primeiro lugar, tendo ganho uma viagem grátis à Madeira, de uma semana, instalada num dos melhores hotéis, com tudo pago.
Foi uma alegria. Um “Product Manager” da empresa, um jovem licenciado em gestão de empresas, era o seu namorado. Aproveitaram os dois, essa semana de sonho que Felisberta tinha conseguido, com mérito. Tinha sido a melhor vendedora daquele produto, logo no primeiro ano do seu lançamento.
De tal modo foi o sucesso, de Felisberta, que a sua ascensão na empresa, nunca mais parou. Foi convidada a ser formadora. Passou a deslocar-se, inclusive, ao estrangeiro, aos países onde a empresa tinha actividade, dando formação técnica, mas também, relatando a sua própria experiência de sucesso.
Hoje, Felisberta é uma mulher realizada. Consegue compatibilizar a sua vida profissional, com a sua vida pessoal.
Face à necessidade de um novo director técnico para a área de formação de vendas e marketing, Felisberta, foi convidada pela administração, a ser a próxima directora, chefiando um departamento com mais de 14 pessoas.
Diz Felisberta:
“ Estou a ser bem paga e, acima de tudo, a maior recompensa é a enorme satisfação que sinto com a minha carreira e os meus projectos pessoais”. Este esforço deu-me outro sabor à vida. Sou feliz!”

« Fallax gratia, et vana est pulchritudo. » [Vulgata, Provérbios 31.30] A graça é enganadora, e a formosura é vã.

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