sábado, 28 de março de 2009

ACUSAÇÕES PELA METADE

É interessante, ouvir da parte do Ministério Público, representado pelo procurador, Luís Eloy, que só metade da acusação está suportada documentalmente, realçando que esta não se baseia em "escutas espampanantes". "O arguido [Isaltino Morais] vem dizer que o dinheiro resulta de poupanças, um verdadeiro milagres dos pães", ironizou Luís Eloy, em cuja fileira de testemunhas arroladas por si se inclui Paula Nunes, a ex-secretária do autarca que terá servido como intermediária em alguns dos depósitos realizados.
Então só metade da acusação é que está suportada documentalmente?
Então, para que é que está no processo a outra metade? Então, isto vai às metades?
Temos que ter cuidado a realizar depósitos bancários, pois nunca saberemos quando é que alguém nos vem pedir contas!
Ainda por cima, se pedirmos a alguém, para fazer esse favor.
Estas são as provas do Ministério Público…depósitos bancários?
Ninguém me peça para fazer depósitos bancários que eu não faço!
Quanto à multiplicação dos pães, apetece-me ironizar também, com a história da Rainha D.ª Isabel, quando no seu regaço levava pães e foi interpelada por D. Diniz, lhe respondeu: “ São rosas senhor… são rosas”.
Neste caso, nem são pães, nem rosas! É algo que cheira…às muitas acusações que são alimentadas por meras suposições e presunções! É o que resulta de uma inabilidade inata nas investigações e quando não se ouvem as pessoas envolvidas.
Tiram-se deduções e pronto! Fica-se à espera que sejam as pessoas ouvidas que venham dizer, o que o Ministério Público não conseguiu saber ou que nada havia para saber!
E depois, continua-se a ironizar, das pessoas andarem com dinheiro ou de terem dinheiro na sua casa? Normalmente quem não tem dinheiro e necessita de utilizar cartões de crédito, para as suas aquisições é que ironiza deste modo!
Só quem nunca viveu, a não ser em Lisboa é que não sabe que se fazem milhares de transacções em dinheiro.
Estou recordado duma pessoa que comprava camiões de ração, para revender, e que pagava, à porta da fábrica, com o dinheiro que trazia, num saco de plástico. Estamos a falar de compras de 5.000€ de ração. E como lá ia, várias vezes ao mês, o homem andava a branquear dinheiro. Só pode! Agora, passados estes anos é que eu estou a ver! O bom do homem, que passava a sua vida a carregar e descarregar camiões de ração e cereais, a trabalhar que nem um escravo, afinal, andava a branquear dinheiro.
Razão tinha ele para andar sempre com o dinheiro no saco de plástico, se não hoje, estava tramado.
Tramado estava, se tivesse optado, por andar a depositar o dinheiro.
Porque com o que trabalhava, restava-lhe pouco tempo para andar nos bancos! Logo, ainda tinha de pedir a alguém que o fizesse, e pimba, estava feito. Se não fosse acusado por pagar em dinheiro, era acusado por depositar dinheiro!
E assim vai o Ministério Público, com a devida vénia!

“Muscae sitientes importunissimae.” [Gaal 945] Moscas com sede incomodam muito.



1 comentário:

Anónimo disse...

Não tendo conhecimento profundo do caso em julgamento, apetece-me dizer: Justiça por suposição ou justiça por interrogação?
A nossa justiça por vezes só tem nome de justiça, porque na prática é uma entropia ao sistema.