domingo, 27 de maio de 2012

COELHO ESCREVE AO NHECAS



Nhecas! Espero que estejas bem. Eu cá vou andando, embora com alguma dificuldade, porque ando com um calo,num dedo do pé, que me atrapalha a vida, quando vou e venho, para tomar o comboio, na estação de Massamá. 
Não te vou escrever nenhum e-mail, nem enviar SMS, porque andas a ser observado. Eu, que tinha tanta confiança, em ti, que apostava na tua pessoa para apagares fogos, acabaste no papel de incendiário? Agora, ainda estou para ver como vai ser esta coisa das freguesias. Sim, Nhecas! A história em que tu começaste a dizer que eram para se extinguir, depois mudaste para a ideia das fusões e acabaste nas agregações. Se bem me parece, ainda vai ser o “nosso” governo a decidir sobre as freguesias. A maioria delas, não vão nas tuas cantigas de se proporem auto- destruir. E quem é que vai ficar com a batata quente na mão? Vai ser o governo e não sei se tu vais estar aqui, ainda.
Depois, ainda, acabaste por apresentar uma proposta de lei, que vai, também, fechar mais de 50% das empresas municipais e intermunicipais. Quase que conseguiste transmitir a ideia que as autarquias é que eram responsáveis pela divida do país.
Nhecas! Sabes que sou teu amigo e que me davas jeito, com esse teu ar habilidoso, no governo. Só que não sei por quanto tempo te vou conseguir aguentar, no governo. E afinal, Nhecas, como é que vai a situação da RTP? Por este andar, ainda vamos ter de meter mais uns centenas de milhões. O quê? A culpa destes atrasos é dos autarcas que te têm complicado a vida? 
“É Coelho! Os gajos são uns esquizofrénicos!”
Mas… ou Nhecas! Acabaste por não ter uma visão da política global desta coisa. Pois não? É que acabaste numa guerra com os jornalistas. E eu que acreditava que tu eras um “mestre” nestas coisas…
"Coelho, lembraste quando ficámos presos num elevador durante quatro horas?" "Oh, Nhecas, como posso esquecer!" “Ainda não tinham passado três horas e nós já tínhamos chegado a acordo de quem comeria quem, se a situação se prolongasse e o canibalismo se tornasse essencial à sobrevivência. Não foi em vão que ficaste dentro do partido com a alcunha do “Febras”.”
Obrigado, Nhecas. Nunca duvidei da tua amizade e entrega ao partido, ao país e, nunca duvidei da tua lealdade à minha pessoa.
Agora, vou almoçar e se tiver que ser, lá terei que almoçar uma “Febra”.

1 comentário:

Bartolomeu Dias disse...

Ainda me estou a rir!!!...
A sátira inteligente faz mais efeito que 20 discursos!