quinta-feira, 3 de novembro de 2011

CRESCIMENTO, CRESCIMENTO, CRESCIMENTO

Foi com este título que o Álvaro entusiasmou quem leu o seu livro.
Ele estava a pensar, concerta, no que foi Portugal, entre 1945 e 1974, onde o crescimento anual real do PIB era, em média, de cerca de 6%. Não houve, nunca, na história de Portugal um período como este.
A Agricultura que empregava 40% da população activa em 1945 passa a ocupar 16%. Na Indústria, bem como nas obras públicas inverteu-se os números de 23% para 40%.
Entre o que se importava e exportava, em 1974, o saldo positivo de contribuição para o PIB era de 40%, contra os 24% de 1945.
Nunca Portugal conheceu um desemprego tão baixo - entre 1,8% e 2,4% da população activa. É evidente que a emigração contribuiu, também, para este performance. Mas, um número que nunca mais se voltou ou voltará a repetir. Não se pode esquecer que nesta altura, houve um crescimento assinalável da população de 6.700.000 para cerca de 10.000.000. Ou seja, um crescimento de 49% da população.
Nesta altura o PIB per capita passa para mais do dobro.
Foi um período onde houve estabilidade da moeda, a afluência de grandes capitais, a estabilidade do regime, o respeito do Governo português pelas leis e pelos contratos, tornavam o país interessante em matéria de investimento. Ou seja, nos dias de hoje é exactamente o inverso. Não existe estabilidade política, não há respeito pelas leis e pelos contratos e mais grave do que isso é que a justiça está a cair aos bocados. Lenta, preguiçosa e incompetente.
Portugal tinha aderido às grandes organizações económicas internacionais. Já ouvi dizer, que Portugal estava só na Europa… não sei se o facto, de termos aderido à OCDE, em 1948, à EFTA, em 1959, ao GATT, em 1962, ao FMI e ao BM, são sinónimos de que Portugal estava isolado…
Este período significou a segunda industrialização de Portugal. Daqui resultaram os Planos de Fomento (primeiro plano 1953-1958), foi o grande desenvolvimento na área eléctrica, nos transportes, comunicações e que continuaram a serem contemplados no segundo Plano de Fomento de 1959-1964. Quem não conhece a rede de hidroeléctricas nacionais? A rede escolar? Os Hospitais? É de notar que da primeira república, só tinham ficado dívidas e um país sem qualquer infra-estrutura, com 85% de analfabetos. Verdade que Salazar poderia ter feito mais e melhor na área da educação, mas, permito-me perguntar, com a redução do analfabetismo, qual é o nível de iliteracia de hoje?
Em conclusão, parece-me que esta época não tem merecido a atenção que merece, nem tão pouco se fala a verdade, para justificar, tudo a que chegámos…um país descredibilizado, na bancarrota, com uma classe política sem escrúpulos, uma justiça feita em cacos, como nunca se viu, nos últimos 300 anos de história deste país.
Só que o Álvaro, ainda não nos disse qual era o remédio para esta situação em que nos encontramos…nem vai dizer. O seu livro é um conjunto de ideias repassadas, gastas e que no concreto, nada diz.
Até lá, vamos esperando, que no meio de tanta incompetência, onde a economia se sobrepõe à política, haja um milagre do lado das europas, que nós andámos a encher o bolso, com o consumismo que andámos a fazer…Estado e privados!
Pena é que seja a classe média, e em particular os trabalhadores e reformados, que sejam, os confiscados, dos seus rendimentos do trabalho. Apetece-me dizer… que estamos numa revolução “bolchevique”, de sinal contrário.
Estamos a crescer, mas é para a miséria!

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