sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Caro Álvaro





O crescimento da produtividade não acontece por se dar mais meia hora de trabalho, nem tão pouco é uma questão de “atirar recursos ao problema”.
Mais importante é a questão de usar bem os recursos. E não me parece que seja “lançar” a confusão, indo por uma política popularucha que satisfaz meia dúzia de invejosos. Sim, porque essa é umas das características dos portugueses. Em vez de fazerem alguma coisa pela sua vida, passam a vida com inveja da vida dos outros.
Ou seja, os países só saem da pobreza quando se tomam medidas para lá das medidas monetárias e financeiras estruturais, ou seja, fazendo uma reforma por grosso. Nos últimos anos. Muita atenção e preocupação moral têm sido dedicados aos problemas da pobreza persistente, quer em Portugal, com a atribuição de subsídios de rendimento mínimo e outros, tal como em África. Isto tem um aspecto positivo, porém, a pobreza persistente, além de ser um problema moral, é um problema prático, daí que não se ganhe nada em nos concentrarmos nos nossos desaires morais, ao invés de abordar as insuficiências práticas. Álvaro, os pobres só saem da pobreza quando os seus governantes, que é o teu caso, criam um ambiente no qual os trabalhadores com formação e os capitais têm ao seu dispor infra-estruturas físicas e legais que facilitem a criação de novas empresas, o acesso ao capital e a criação de uma classe empreendedora.
E isso passa, como prioritário, por uma justiça mais justa numa sociedade injusta, com processos acelerados e onde, os magistrados não passem a vida a tirar e a pôr a “beca”, de cada vez que dá jeito ir passear à política. A falta de uma justiça correcta, realizada em tempo útil, permitira “per si”, um crescimento de mais de 7% do PIB. Não pode haver a criação de empresas na hora e ter um Tribunal de Comércio que leva dois anos para dar o primeiro despacho sobre uma providência cautelar.
Não pode haver divórcios, sem consentimento da outra parte, que levem um ano para um Juiz solicitar um “assento de casamento”, em falta.
Não pode haver justiça quando um processo de partilhas leve mais de dez anos a dirimir num tribunal. Um país sem justiça, tempestiva, não pode ser um Estado de Direito. Sem justiça atempada, não pode haver crescimento económico, porque ninguém confia os seus investimentos num Estado que não funciona.
E até agora, a sua colega da justiça, com o seu ar de “rezingona” só vai é hostilizando os operadores de justiça, quando necessita deles para poder resolver um problema que é dos mais graves do país…a troika está-se nas tintas para isso.
E enquanto o Álvaro vai andando por ai, com notícias para os jornais e redes sociais, com medidas, a ver se pega, o Gaspar vai tramando o país com impostos e mais impostos.
Álvaro, o ordenado mínimo em Portugal representa pouco mais de três euros à hora, quando a China já pratica quatro euros e meio à hora. Pensa nisto…e diz ao Portas para ver se consegue a deslocação das empresas chinesas para Portugal. Era melhor para eles. Não só, nós trabalhamos mais e melhor, temos mais produtividade, que os chineses, como eles poupavam nos transportes. Estavam mais perto da Europa, que vocês ajudaram a ir ao fundo, com a falta de um Presidente na Comissão europeia e de dois gajos que não são capazes de aguentar os seus próprios países, Alemanha e França, mas que pretendem governar os 27.
Álvaro… fico à espera que tenhas estudado esta matéria no Canadá.
E bom trabalho, para os teus “ensaios” académicos.
Até lá, saudações académicas!

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