quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

TRISTEZA

Tristeza é quando chove ou quando está calor demais.
Quando o corpo dói ou não dói e os olhos pesam ou não pesam.
Tristeza é quando se dorme pouco ou quando se dorme muito, quando a voz sai fraca, mas também pode sair forte, quando as palavras cessam ou quando elas abundam, mas se o corpo desobedece, que se há-de fazer? Uma dose de vitaminas!
Tristeza é quando não se acha graça a nada, quando nos tornamos chatos para burro. Chateamo-nos a nós e aos outros.
Quando não se sente fome ou quando nos dá um apetite dos diabos.
Quando qualquer brincadeira é uma chatice e nos pomos com a pieguice de chorar. Tristeza só dura enquanto a gente quiser.
Se quisermos ela vai acabar.
Não importa se és do tipo de pessoa que procuras ajuda, ou daquelas que preferem isolar-se. Podes sim, fazer algo por ti. A primeira coisa importante é lembrares-te que na vida tudo passa, então, em breve, essa tristeza terá passado também. Lembrarmo-nos disso faz com que consigamos colocar a tristeza em seu devido lugar, diminui a sua intensidade e ajuda-nos a observá-la de fora.
Enfim…a deixarem de ser chatos! Porque a vida não se compadece dos chatos! A partir de determinada altura já deixamos de dar atenção ao modo reiterado, daqueles que estão sempre chateados!
Há quem tenha por hábito chatear-se, por isto e por aquilo. Que veja em tudo maldade. Que não acredite nos outros.
Ah, e quanto a sentimentos, nem falar! Pois, aí, é possível toda a especulação. Criam-se factos, utilizam-se argumentos para esgrimir as nossas razões. Uma vez mais, estamos a ser chatos.
Penso que, em vez de sermos chatos, vale a pena sonhar. Idealizar ou desfrutar os prazeres já vividos. Os momentos que nos deram felicidade. Quando isto acontece, ganhamos forças para ultrapassar o momento de sermos chatos. O momento em que nos parece que tudo na vida nos cai em cima.
Sim…há coisas bem pesadas na vida e eu tenho tido experiência delas. E algumas, consomem-nos e acompanham a nossa vida, até que se faça luz.
E, a mim, aconteceu-me! Então, pus-me a pensar e fui direito ao norte!
Imaginei que tinha como cenário o mar, com as suas ondas tocadas pelo vento. E por acaso, o vento sopra lá fora, bem forte. Vento de inverno…que traz chuva, muito chata. Esta sim é chata. É chata porque nos obriga a andar de guarda-chuva. É chata porque nos molhamos, é chata porque nos retira mobilidade. Até para secar a roupa é chata. A roupa continua molhada.
Mas aqui, também devemos parar e pensar que se pode desfrutar, desta chuva chata, tirando algum prazer, com o sonho dos dias de sol. Mas, quando não há calor demais…senão, é chato e é tristeza.

A natureza é assim mesmo. Uns dias chovem, outros fazem sol. E o mesmo se passa connosco. Uns dias chovem, outros fazem sol.
Temos é que pensar e acreditar que o modo como vemos a vida é problema criado por alguém que está a ser chato. E esse alguém, somos nós!

Porque não gosto de ser chato, vou acreditar que posso e tenho o direito de não ser chato e viver, o que de bonito tem o triângulo, que tenho procurado construir, onde possa reinar a paz, o amor e o silêncio.

« Modus omnibus in rebus optimum est habitu. » [Plauto, Poenulus 238] É bom ter medida em todas as coisas. ■Em tudo convém medida. ■Nem oito nem oitenta.

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