quarta-feira, 21 de outubro de 2009

QUEM VIER ATRÁS QUE FECHE A PORTA


Os regimes políticos são fórmulas transitórias e progressivas, e valem praticamente menos pela doutrina e essência teórica que pela adaptação feliz ou descabida ao modo de ser psicológico, tradições, grau de educação cívica; todos igualmente bons, todos igualmente maus, conforme aquelas circunstâncias e o uso que deles se fizer, pois uns e outros têm presidido aos destinos de povos que sobem ao seu apogeu ou descem à ruína e definhamento.

No caso português temos particularidades que nos afastam de outros povos, onde a incerteza dos novos tempos se colocam. Somos egoístas, desorganizados e gostamos pouco de trabalhar.

É uma questão de atitude. E esta passa pela ética, como base, a integridade, a responsabilidade, o respeito pela Lei e pelos regulamentos, o respeito pelos direitos dos outros cidadãos, o amor ao trabalho, o esforço pela poupança e pelo investimento, o desejo de superação e a pontualidade.

Bom, quanto à integridade, estes últimos casos decorridos entre alguma banca, dão-nos um pouco a ideia, do país onde vivemos. De um modo apático, vamos assistindo a todas estas situações.
O desejo de superação não é característica dos portugueses. Basta olharmos para a selecção nacional de futebol.
Há países, como o Japão, que tem uma orografia bem pior que a portuguesa, em que 80% do seu território não é minimamente arável e que consegue ser a segunda economia mundial.
Temos mais exemplos! Mas, como somos o que somos, desabafamos no final, a dizer que somos um país pobre sem recursos.
A riqueza de um país está no seu povo.
E o que fizeram os nossos governantes nestes 35 anos de democracia? Destruíram na educação o que era positivo e foram semeando a irresponsabilidade.
Depois de tão bem arada, mondada, adubada e regada, aí temos a colheita - um país tão miserável que o estrangeiro nem, ao Banco do Estado, quer emprestar dinheiro, mesmo com um “spread” elevadíssimo e que nos vai onerar cada vez mais, para injectar em Bancos falidos por má gestão ou ambição desmedida.
Para minimizar estas escandaleiras, são criados apoios aos pobres, aos necessitados e aos que não querem trabalhar.
Ora bolas, lá se vão os impostos que me vêm “sacando” nestes últimos anos.
Não vou desrespeitar as Leis e Regulamentos, mas, confesso… estou cansado de ser assaltado à mão desarmada!
Ainda o Governo não tomou posse, e já os “opinadores” de televisão, vão dizendo como é que é possível continuar as reformas do Estado.
Quais? As da segurança social? As da educação? As fiscais?
Eu gostaria de saber é que “planos” existem para a economia e como é que vamos produzir mais e como vamos aumentar a exportação de bens transaccionáveis.
Durante estes anos, nenhum Governo foi capaz de o fazer. Nenhum!
Continuamos a ter Governos para gerir Finanças. Isto é, para determinar qual é a diferença entre o deve e o haver.
Para isto, sinceramente, não era preciso tanta gente no Governo e no Parlamento.
Temos pela nossa frente, mais quatro anos de aumento do défice público.
O Governo limita-se a ser, como uma "pessoa" que vai contraindo empréstimos, para pagar outros empréstimos, endividando-se, cada vez mais. E tudo isto é feito em proveito de um “futuro” melhor para os nossos filhos. Desgraçados! Vão ter uma “pesada” herança. Porque a “pesada” herança que a minha geração herdou, já saiu do Banco de Portugal, vendida para pagar os desaires deste regime político, onde ninguém tem responsabilidade por nada. E é verdade! Os únicos responsáveis, são os portugueses, com a sua atitude.
Nesta legislatura existe a oportunidade de rever a Constituição da República…tudo se vai manter, com a diferença de alteração na redacção de algumas normas. E assim segue a democracia que no verso da sua medalha retrata, hoje, uma perfeita demagogia.
Quem vier atrás que feche a porta!

"Rustica veritas." [Marcial, Epigrammata 10.72.11] A rude verdade. ■A verdade nua e crua.

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