segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

É PÁ…SOU O MELHOR DA MINHA RUA

A demagogia é uma das consequências da democracia.
Principalmente, quando são ignorantes, as pessoas que estão à frente das instituições. Porque a ignorância é atrevida.
Imaginemos que uma instituição tem mais ou menos 2.000 sócios. Existe um acto eleitoral, com uma só lista (até parece a União Nacional) e votam pouco mais de 60 sócios. Ora, isto dá uma percentagem de cerca de 3% dos sócios votantes. Como é que alguém pode, arvorar para si, que o referido acto eleitoral é algo de expressivo?
Se é feita a propaganda de que a instituição, possui toda esta catrefada de sócios e estes não votam é porque não acreditam nas pessoas que constituem a lista única. Ou, então, tal como na União Nacional, encaram o acto eleitoral, como um
“plebiscito”.
Salvo melhor opinião, estes números retratam um completo desinteresse dos sócios pela instituição, o que, a alguém que fosse sério, preocuparia de certeza.
Instituições que vivem com dinheiro do erário público deveriam ser vigiadas. Até que ponto é que instituições que são dirigidas por uma direcção eleita por 3% ou 4% dos sócios podem ser transparentes?
O facto de não se ter prejuízos, não significa que os dinheiros públicos sejam utilizados de modo adequado, com eficácia e de modo eficiente. E que todos os negócios sejam transparentes.
Muitas das vezes, nestas instituições, personalizadas, se as entidades que atribuem subsídios quiserem verificar as decisões das direcções, nem actas de reuniões existem.
Logo, concerteza, existirão “contratos”, que são do completo desconhecimento dos restantes directores e dos sócios, em geral. E quem sabe, se algumas decisões, não ultrapassam as competências de uma direcção e não teriam que ser propostas e votadas em Assembleia de Sócios? Logo, ilegais!
Se fosse presidente de uma instituição, em que só 3% ou 4% dos sócios é que votavam, nunca assumiria o cargo, pois, de modo nenhum me sentiria à vontade, para “comandar” uma instituição, em que os próprios sócios, de uma forma expressiva, me não tivessem elegido.
Nunca encararia o assumir de um lugar, numa direcção, por mero “narcisismo”. Se o fizesse, pediria ajuda a um amigo, para que este me recomendasse um psiquiatra.
E depois de curado, procuraria pôr de lado a “mania das grandezas” e ir junto dos sócios e envolvê-los, na vida da instituição. Porque não basta, ter-se boas instalações, pagas com dinheiros públicos, para que se possa dizer que se é o melhor do mundo.
Melhor dizendo, da freguesia.
Tal como se dizia…”é pá, sou o melhor da minha rua”, porque não há lá mais ninguém!

“Malis mala succedunt”. [Erasmo, Adagia 3.9.97] ■Males a males sucedem.

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