Foi aprovada na última
reunião, de Câmara, uma proposta de deliberação para concurso de arrendamento,
pelo melhor preço, dos dois novos centros geriátricos, em Oeiras. Um localizado
na Lage e outro em Porto Salvo.
Qual não foi o meu espanto
quando me apercebi que a proposta, para o arrendamento dos dois centros se
colocava como mínimo em 300 mil euros ano.
Ora, 300 mil euros por ano,
deve ser para o concurso ficar deserto e, depois, ser entregue a alguém pelo
melhor preço. É que este valor só pode ter este intento.
Estamos a falar de 25 mil
euros mês. Estes dois centros geriátricos comportam 95 utentes.
O que significa que a este
preço a entidade que arrendasse os mesmos teria de cobrar, só para pagar a
renda, 263 euros a cada utente. Então, e os centros não têm despesa? Só de
energia eléctrica, nem consigo estimar, porque além da normal iluminação, temos
o aquecimento, que neste país dura, bem mais de 6 meses. Frigoríficos, arcas
congeladores, ferros eléctricos, máquinas de lavar roupa, etc. Nem 5 mil euros
por mês chegam, para sustentar cada uma das casas. Portanto, para esta despesa
estamos a falar de mais uns cem euros por utente. Logo, teríamos como despesa
fixa só para pagar estes gatos, renda e energia uma prestação mensal por utente
que rondaria perto dos 400 euros.
A acrescentar a tudo isto,
um centro geriátrico, com mudanças constantes de roupas, principalmente das
camas, não deve ser coisa barata, em consumos de água. E, então o pessoal? Auxiliares, enfermeiros,
médicos, administrativos e outros? São à borla? E a alimentação, viria do banco alimentar?
Bom… e o investidor o que
é que ganhava? Quando é que teria o investidor retorno sobre o seu investimento?
Acredito que das duas uma:
ou são centros geriátricos “Tipo Domus”, com salas de ginástica, com Spa,
cabeleireiros e outro tipo de serviços e então, são para gente com reformas bem
fornecidas ou então, qualquer coisa se esconde por debaixo deste concurso.
Portanto, tudo me leva a
crer, que é um concurso público, para “inglês ver”, porque, o verdadeiro negócio
vem a seguir.