Mas, não vai ficar por
aqui. Numa perspectiva de privatizar as Finanças, o governo prepara as mesmas
como uma empresa de cobranças difíceis. A prerrogativa de poder penhorar torna
as Finanças, numa futura empresa apetecível. Sim! Porque nem as Finanças vão
escapar às múltiplas privatizações que se preparam, depois de se levar ao caos
as empresas e serviços do estado.
Já estou a imaginar, as
dividas à mercearia, as dividas nos cartões de crédito, a serem cobradas, via
Finanças.
Ainda o pessoal ficava
alarmado com os assaltos nos Multibancos. Esses são uns pobres desgraçados que
estão sujeitos a serem condenados. Agora, o governo, a coberto da lei, pode
assaltar os contribuintes, encontrando na penhora o seu meio coercivo de
cobrança.
Enquanto isto tudo se
passa nas nossas barbas, os compadres e as comadres que andaram a encaixar, com
o negócio das parcerias público – privadas, com os negócios dos submarinos, com
os negócios do BPN, com os negócios da formação profissional, continuam
impunes.
Ao ponto a que se chegou, na
sociedade portuguesa, em que uma das últimas notícias é a da prisão preventiva
de médicos, por burlas em receitas, que geraram, no mercado paralelo, mais de
50 milhões de euros. Isto era impensável! Mas, enquanto um médico tem um
vencimento de três mil euros, num hospital público ou num centro de saúde, nós
assistimos à nomeação de “Técnicos Especializados”, com 24 ou 25 anos, para os
grupos de trabalho nos ministérios, com vencimentos de 3.900 euros, mais 40% de
despesas de representação.
Esta pouca vergonha faz
com que algumas pessoas pensem que a impunidade desta malta pode ser
ultrapassada, com estes negócios fraudulentos. O únicos culpados desta situação
são os governos do arco da governação, que têm conduzido o país a este estado
deplorável, do safe-se quem puder.
Mas, insistem estes tipos
que havemos de chegar, custe o que custar, aos tempos do contrabando, para se
puder sobreviver. A execução orçamental, depois dos contribuintes em geral
estarem a ser confiscados nos seus rendimentos e em particular, os funcionários
públicos, com reduções nos salários e a retenção do subsídio de férias e de
natal, a mesma aponta para que o défice se projecte para 5,5% em vez dos 4,5%.
Tudo isto, porque o actual governo, que possuía uma estratégia de corte de
gorduras, para equilibrar as contas, não consegue parar o incremento das
despesas do estado. Preparem-se os trabalhadores das privadas, para terem um
imposto extraordinário sobre o subsídio de natal.
É esta malta que andou
pelas jotas, mais os senhores professores, que a única coisa que conhecem da
vida é a dogmática, que nos estão a governar e a levar, este país, para uma
situação de pobreza que só pode ser comparável, aos primeiros anos do reinado
de Salazar, quando este teve de endireitar o país deixado pelos democratas
republicanos, crivado de dívidas.
Volto a dizer que é urgente
um novo regime político, se não queremos ter um futuro de miséria, para os
próximos 50 anos.
Quando um governo se
permite a utilizar a prerrogativa da sua autoridade para penhorar os seus
cidadãos, até pelos títulos de transporte não pagos, vale tudo para se
sobreviver. É esta a forma que os portugueses encontram de se desenrascarem,
porque não têm tomates para mais.
Se o governo já utiliza o
dinheiro dos contribuintes para cobrar, coercivamente, o dinheiro de portagens das
auto – estradas, que são propriedade de empresas privadas, dá uma ideia precisa,
a que ponto se chegou, naquilo que dizem ser um estado de direito. Nem no
Afeganistão…dos Talibãs!
2 comentários:
Caro Professor Luís Roldão
Parabéns pelo seu Blog e pela sua intervenção social e politica sempre oportunas. Um grande abraço.
Júlio Fonseca
Muito obrigado. Sempre me indignou as injustiças. Um abraco
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