A
escola keynesiana fundamenta-se no princípio de que o ciclo económico não é
auto- regulado como pensam os neoclássicos, uma vez que é determinado pelo "espírito animal" (animal
spirit no original em inglês) dos empresários. É por esse motivo, e pela incapacidade do sistema capitalista, conseguir empregar todos os que querem
trabalhar, que Keynes defende a intervenção do Estado na economia.
Durante
a crise financeira de 2007-2010 vários economistas, keynesianos, como James Galbraith e Joseph Stiglitz responsabilizou a filosofia do
mercado livre de Friedman e a Escola de Chicago pela turbulência económica.
Depois
da morte de Friedman em 2006, keynesiano ganhador do Prémio Nobel, Paul Krugman, elogiou Friedman como um "grande economista e um grande
homem", mas criticou-o, por escrito, que "ele deslizou com muita facilidade em reivindicar tanto que os
mercados sempre funcionam, quando os mercados funcionam, apenas”. “É extremamente difícil encontrar casos em
que Friedman tenha reconhecido a possibilidade de que os mercados poderiam dar
errado, ou que a intervenção governamental poderia servir a um propósito útil
".
Pois,
leva-me a acreditar que depois de ambas as experiências, a solução está no bom
senso e no meio destas duras teorias. Ou seja: deixar o mercado funcionar,
regulamentando, de modo assertivo, o mesmo, mas o Estado não pode deixar de
estar presente na economia, principalmente em sectores em que o espirito
animal, não olha a meios, para criar e alimentar as crises que assistimos, como
sejam as organizações, ditas Bancos de Investimento, que formam e distribuem,
por todo o mundo, os seus fiéis seguidores, como a Goldman Sachs. E um dos
exemplos que podemos tirar da gaveta, no caso português, chama-se António
Borges. Estamos a falar da privatização de empresas e das parcerias público-
privadas…
Foi encarregado
pelo Primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, para liderar uma equipa
que acompanhará, junto da Troika,
os processos de privatizações, as renegociações das parcerias público-privadas,
a reestruturação do sector empresarial do Estado e a situação da banca,
anteriormente da competência do Ministério da Economia e de Álvaro Santos Pereira.
Em 2011, Borges
ganhou 225 mil euros livres de impostos. Defende que reduzir salários "é uma urgência".
Até à data, e
já lá vai um ano de governo, ainda não se verificaram alterações,
significativas, nas Parcerias Público- Privadas, que nos hipotecam até 2051. Já
no próximo ano, são mais dois mil milhões de euros. Nos próximos dez anos,
vamos pagar mais 12 mil milhões de euros, só na derrapagem das parcerias
público- privadas, fora o resto.
Até quando,
vamos continuar a assistir a esta política?
Recordando
uma das muitas, já famosas, afirmações do nosso Primeiro –Ministro, não posso
deixar de postar esta declaração, de Friedman. Como não temos país, para dividir
em condados ou em regiões, com a excepção da Madeira e Açores, como foi
recomendado…resta-nos emigrar!
"Se o
governo deve exercer poder, é melhor que seja no condado do que no estado; é
melhor que seja no estado do que em Washington. Se eu não gostar do que minha
comunidade faz em termos de organização escolar ou habitacional, posso mudar
para outra e, embora muito poucos possam tomar esta iniciativa, a possibilidade
como tal já constitui um controle. Se não gostar do que faz o meu estado, posso
mudar-me para outro. Se não gostar do que Washington impõe, tenho muito poucas
alternativas neste mundo de nações ciumentas." (Milton Friedman)
Introd. de
"Capitalismo e Liberdade".
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