terça-feira, 31 de julho de 2012

Keynes, Friedman e os outros…



A escola keynesiana fundamenta-se no princípio de que o ciclo económico não é auto- regulado como pensam os neoclássicos, uma vez que é determinado pelo "espírito animal" (animal spirit no original em inglês) dos empresários. É por esse motivo, e pela incapacidade do sistema capitalista, conseguir empregar todos os que querem trabalhar, que Keynes defende a intervenção do Estado na economia.
Durante a crise financeira de 2007-2010 vários economistas, keynesianos, como James Galbraith e Joseph Stiglitz responsabilizou a filosofia do mercado livre de Friedman e a Escola de Chicago pela turbulência económica.
Depois da morte de Friedman em 2006, keynesiano ganhador do Prémio Nobel, Paul Krugman, elogiou Friedman como um "grande economista e um grande homem", mas criticou-o, por escrito, que "ele deslizou com muita facilidade em reivindicar tanto que os mercados sempre funcionam, quando os  mercados funcionam, apenas”.É extremamente difícil encontrar casos em que Friedman tenha reconhecido a possibilidade de que os mercados poderiam dar errado, ou que a intervenção governamental poderia servir a um propósito útil ".
Pois, leva-me a acreditar que depois de ambas as experiências, a solução está no bom senso e no meio destas duras teorias. Ou seja: deixar o mercado funcionar, regulamentando, de modo assertivo, o mesmo, mas o Estado não pode deixar de estar presente na economia, principalmente em sectores em que o espirito animal, não olha a meios, para criar e alimentar as crises que assistimos, como sejam as organizações, ditas Bancos de Investimento, que formam e distribuem, por todo o mundo, os seus fiéis seguidores, como a Goldman Sachs. E um dos exemplos que podemos tirar da gaveta, no caso português, chama-se António Borges. Estamos a falar da privatização de empresas e das parcerias público- privadas…
Foi encarregado pelo Primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, para liderar uma equipa que acompanhará, junto da Troika, os processos de privatizações, as renegociações das parcerias público-privadas, a reestruturação do sector empresarial do Estado e a situação da banca, anteriormente da competência do Ministério da Economia e de Álvaro Santos Pereira.
Em 2011, Borges ganhou 225 mil euros livres de impostos. Defende que reduzir salários "é uma urgência".
Até à data, e já lá vai um ano de governo, ainda não se verificaram alterações, significativas, nas Parcerias Público- Privadas, que nos hipotecam até 2051. Já no próximo ano, são mais dois mil milhões de euros. Nos próximos dez anos, vamos pagar mais 12 mil milhões de euros, só na derrapagem das parcerias público- privadas, fora o resto.
Até quando, vamos continuar a assistir a esta política?

Recordando uma das muitas, já famosas, afirmações do nosso Primeiro –Ministro, não posso deixar de postar esta declaração, de Friedman. Como não temos país, para dividir em condados ou em regiões, com a excepção da Madeira e Açores, como foi recomendado…resta-nos emigrar!

"Se o governo deve exercer poder, é melhor que seja no condado do que no estado; é melhor que seja no estado do que em Washington. Se eu não gostar do que minha comunidade faz em termos de organização escolar ou habitacional, posso mudar para outra e, embora muito poucos possam tomar esta iniciativa, a possibilidade como tal já constitui um controle. Se não gostar do que faz o meu estado, posso mudar-me para outro. Se não gostar do que Washington impõe, tenho muito poucas alternativas neste mundo de nações ciumentas." (Milton Friedman)
Introd. de "Capitalismo e Liberdade". 

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