quinta-feira, 22 de março de 2012

GREVE

Que me interessa uma greve, de um dia, eventualmente, mais uma, ou outra, ao longo do ano? Que me importa os prejuízos que podem causar à economia nacional? A greve é um direito, Constitucionalmente consagrado, na Lei fundamental. Um modo de os trabalhadores se manifestarem, contra determinadas políticas, que podem afetar os seus direitos ou os direitos que estes pensam que têm e que devem ser perpetuados.
Aquilo que me preocupa são as diversas burlas, compadrios e incompetência que invadiram o país, desde o 25 de Abril de 1974 e que resultou na situação em que este se encontra. Contra este sistema mafioso em que governantes e alguns governados têm andado, é que levaram o país à ruina, sem perspetivas de futuro. E esta é a parte mais grave da situação.
E quanto a esta situação, de falta de um futuro com progresso, não vejo nem trabalhadores, nem sindicatos, muito menos partidos políticos, porque não lhes convém, a exigirem uma alteração substancial do regime político, de modo que o mesmo pudesse ser um compromisso sério, para o futuro deste país.
Portanto, até lá, quero lá saber de greves para alguma coisa…tal como não quero saber de eleições, para nada. Venham lá os argumentos, todos, a dizer que o voto é uma conquista e que não pode ou deve ser alienado, etc.
Não voltarei a consentir que me expoliem dos mais de trinta anos de trabalho, da minha vida…e porque não quero o mesmo, para as gerações mais novas, a minha atitude não pode ser outra.
Não posso dizer o mesmo que Otelo Saraiva de Carvalho, mas que isto, sem porrada não vai lá, não!
Estamos a atravessar um período de recessão que terminará, este ano, em valores entre 4 a 5 por cento. Multiplicam-se as situações de fome e miséria…mas nem quero imaginar o ano de 2013, quando os Bancos estiverem cheios de casas por incumprimento, em que o desemprego atinja a faixa dos 20% da população ativa, continuando a fechar, centenas de pequenas empresas e em que as empresas, que são os grandes monopólios do Estado, continuem a apresentar lucros leoninos, pagando vencimentos aos seus administradores, perfeitamente ofensivos de qualquer cidadão europeu. Eu disse europeu, não disse português…
Basta ver o que já está a acontecer à execução orçamental… como é possível que estes “filhos de Deus” continuem a dizer que estamos no bom caminho?
“Estado aguentou as contas com encaixe de 272 milhões de euros das licenças para a 4.ª geração de redes de telemóveis”. “O encaixe de 272 milhões de euros com a venda de licenças de utilização de redes de telemóveis de 4.ª geração evitou um desastre orçamental num inicio de ano que está marcado por um desempenho fraco nas receitas fiscais e por aumento significativo nos gastos com prestações sociais”.

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