quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O POVO É SERENO

Ao longo destes anos fomos assistindo, impávidos e serenos, à maior vilanagem, alguma vez possível, em democracia.
Fomos assistindo à perversão do que deveriam ser as parcerias público – privadas, que encheram os bolsos de uns quantos e, que nos hipotecaram o presente e o futuro, impávidos e serenos. Fomos assistindo aos desvios colossais do preço de obras públicas, algumas delas, que acabaram por custar, quatro vezes mais do que estava estimado, como seja o exemplo do Centro Cultural de Belém, que dos dez milhões de contos, iniciais, acabou em mais de quarenta milhões de contos ou seja duzentos milhões de euros.
Nos últimos tempos, assistimos ao roubo generalizado no BPN, que está a custar milhões ao erário público, para, logo de seguida, termos mais um buraco no BPP. E o povo sereno assiste a este filme.
O défice em Portugal a aumentar todos os dias e a dívida externa que não parava de crescer. Agora, depois de impávidos e serenos, assistirmos ao aumento brutal de impostos, à redução de serviços a prestar pelo Estado, que pagamos com os nossos impostos, ainda nos deparamos com a desfaçatez de um Presidente de um Governo Regional, invocar “estados de necessidade” ou de “legítima defesa”, para dívidas colossais, com desvios de documentos, numa ilha com duzentos mil habitantes. Contas subtraídas às entidades fiscalizadoras.
O povo, impávido e sereno, tem vindo a assistir, também, ao genérico mau desempenho das entidades fiscalizadoras. Começou pelo Banco de Portugal, cujo líder, levou uma ponta pé para cima, e acaba nas restantes entidades fiscalizadores. Ninguém viu!
E os governos foram governando…claro, se a única responsabilidade é entregar, no modelo actual, o escrutínio, a pouco mais de 50% dos portugueses para ir dando alternância ao poder, que no caso da Madeira, e para lá caminham os Açores, os que lá vivem, dependem dos Governos Regionais, cá estamos nós, para impávidos e serenos irmos pagando estas andanças que levaram um país à falência.
Os portugueses não passam de um conjunto de condóminos que entregam a sua propriedade, a uma qualquer administração e depois nem às Assembleias de condóminos vão.
Resultado…o prédio está em ruínas e a administração gastou o dinheiro das quotizações dos condóminos, menos a dos vinte e cinco por cento, dos que não pagam quotas, mas vão beneficiando de todas as regalias de condóminos.
Depois, quando ouvimos dizer que o caso está entregue, na Procuradoria da República ficamos descansados…porque nada vai acontecer.
Tudo isto só é possível, porque o povo é sereno…e, além do mais, põe-se a jeito.

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