sábado, 10 de setembro de 2011

IDEIAS POLÍTICAS…

Se fosse Ministro, pediria, a Deus, que não me desse ideias, nem ao calor da lareira, nem sentado na cagadeira. Porque ideias postas em prática, retiradas destes momentos de relaxe, normalmente, ou são madeira e terra queimada, ou borrada de certeza.
“Grandes alterações nas autarquias. Grandes poupanças!”
Vasculhando o jornal, que levamos para a retrete, ficamos surpreendidos…
Uma das grandes medidas é reduzir o número de Vereadores, nas Câmaras Municipais. Bom, na maioria das Câmaras, perto de 50% dos Vereadores não têm pelouros. O que significa que se limitam a ganhar a senha de presença nas reuniões do executivo camarário, que no máximo, se limitam a duas sessões por mês. Uma fortuna, como se pode calcular. Estão a ver o alcance desta medida em termos de poupança?
Logo a seguir, redução drástica dos “altos” cargos de chefia nas autarquias! Bom, então aqui, se nos descuidados, furamos o papel e borramos os dedos. A maioria das chefias, tem como vencimento, o que aufere como técnico superior… ou seja, o vencimento, que auferem, é igual, sendo chefe ou não, pois a maioria das chefias, Directores Municipais, Directores de Departamento e Chefes de Divisão, são técnicos, já, no topo de carreira (assessores, assessores principais). A não ser que se pense que estes lugares, serão ocupados, com acrescidas, responsabilidades civis e criminais, ao fim de cinco anos de serviço. A maioria deles tem 20, 25 ou 30 anos de serviço. O que significa, estarem, desde logo, no topo da carreira técnica superior, onde o vencimento, nalguns casos, é superior ao vencimento atribuída à função de chefia. (A maioria são chefes, por favor).
O que vai resultar nesta redução de chefias é a duplicação da recessão já existente. Se hoje um processo leva 100 dias a estar concluído, passará a levar 300 dias para se concluir. O entupimento de processos nas câmaras municipais vai ser pior que o entupimento de processos nos tribunais.
Depois, lendo um pouco mais as notícias, ainda ficamos espantados, quando o critério para a determinação do número de chefias é pelo número de habitantes. Deve ter sido o critério adoptado para encontrar o número de Ministros, para o Governo…
No pouco tempo que este governo tem, o número de decisões de “poupança,” para quem sabia tão bem, onde cortar as gorduras do Estado, é de pasmar. São borradas atrás de borradas. Se há quem diga…”volta Salazar, que estás perdoado”, agora, também se pode dizer…”volta Sócrates, que estás perdoado”. Para fazer estas borradas, podíamos ter ficado com o Sócrates. Por um lado, já estávamos habituados a ter um Primeiro-Ministro que aumentava impostos e que também mentia, a dizer que não, só que não estávamos, era habituados, a que existem ministros que fizessem tantas borradas, em simultâneo, demonstrando uma incompetência, total. É uma verdadeira diarreia de ideias…que demonstra o completo desconhecimento das realidades.
O mesmo se tem passado, em relação às empresas municipais. O senhor Presidente de Câmara, de Vila Nova de Gaia, tem sido o orientador espiritual destas ideias. Engraçado, é que foi ele, o useiro e vezeiro na criação de empresas, porque, as mesmas, tinham como objectivo, distribuir, pelos senhores vereadores, as administrações, nas mesmas, para que pudessem auferir um melhor salário, do que tinham como Vereadores, aparecendo, agora, como o campeão das fusões de empresas e na defesa do encerramento, das mesmas. Os critérios, até agora, conhecidos, são os critérios de uma mera propaganda jornalística, mas cujos resultados, são imprevisíveis, para deitar fumo sobre a escalada de assaltos, aos bolsos dos portugueses, com um aumento brutal da carga fiscal e da redução de salários.
O critério para a existência de empresas municipais, ou não, deve estar assente, unicamente, numa análise, em que se possa saber se o serviço prestado pelas mesmas, obedece a melhores índices de eficiência, eficácia e economia ou não, comparativamente, com o mesmo serviço, prestado, directamente, pelas autarquias.
Este governo está pejado de académicos e de “funcionários” do partido que nunca tiveram experiência, nem empresarial, nem autárquica. A experiência detida, ou é a de dar umas “lições”, na universidade, ou a fazer “baixa política”, dentro dos partidos, à procura de um lugar ao sol. (Quantos não terão telefonado aos papás, a dizer…” Paizinho, já sou Ministro”.)
Mas, meus amigos, não há solução. Este caos de governação, ora PS, ora PSD, é o resultado do regime político, que temos, resguardado por um guarda- chuva, que é a actual Constituição da República. A geração, actualmente no poder, e não é só em Portugal, como em outros países da Europa, é o resultado de uma juventude que nunca fez nada na vida, a não ser jogadas partidárias, para subirem na hierarquia dos partidos. Antes das “novas oportunidades”, este meio de vida já era uma oportunidade, para quem sempre quis andar de costas direitas. Só se dobram para fazer borradas…

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