terça-feira, 16 de novembro de 2010

UMA NOITE NUM HOTEL

A corista entrou na sala. Com o seu ar sobranceiro, martelando os tacões dos sapatos no chão, como a dizer…”aqui estou eu”. O “gigolô” com o ar de covarde, entrou de soslaio, como a dizer…”não sou de cá”. “O que me interessa são contas”!
A sala continua a sua actividade, como nada se tivesse passado, menos os que directamente estavam incomodados com a presença da corista.
Mas isto não é nenhum “pub”, nem tão pouco o “mercado do Bolhão”? Sem ofensa por tão dignas pessoas que levam a sua vida a trabalhar de modo honesto, mas em que a educação recebida e o ambiente à sua volta gerado, provoca manifestação de emoções, a que não estamos, normalmente habituados.
Havia um ex-cliente que era alvo da corista. Os amigos, incomodados de imediato, entraram num frenesim. Temos que o proteger desta “peixeirada”.
E ainda a sessão continuava, quando o ex-cliente e os amigos, preparam a saída, apressada.
Dirigiram-se a um elevador que tardava em chegar. E depois de entrados, tardava em descer. Neste percalço de tempo, a corista, mantendo a sua atitude, de quem está habituada a andar na vida, entrou de rompante e procurou agredir o ex-cliente, como se este se tivesse “pirado” sem pagar a última noite.
Entre tentativas e ameaças, mostrou-se uma mulher determinada, acabando por dizer…”tenho uma arma… dou-te um tiro na cabeça”.
Quer dizer, que nem deu opção de escolha. Tinha que ser na cabeça. Alguma fixação se calhar, pela cabeça do ex-cliente.
É bem feito. Eu próprio, dou conselhos, que a malta não se deve meter com mulheres deste “calibre”. Vejam lá, se o ex-cliente alguma vez engravidasse a corista? Deus me perdoe, mas seria um filho da p…? Tal como o “gigolô”?
Já depois de dominada, a corista, também conhecida pela “two faces”, entrou num choro, que quebra o coração dos homens menos prevenidos.
Ora, uma corista, já com uma idade respeitável, deveria ter junto algum dinheiro para as adversidades da vida, entre elas o de poder comprar umas calças ou uma saia, para não se apresentar, com o fato de trabalho. Sim, porque um casaquinho curto de pele de coelho, não dá estatuto a ninguém. Faz é realçar o estatuto da “profissão”.
Esta é mais uma peripécia, vivida num Hotel. Quantas haverá? Maiores, melhores? Mais requintadas?
Afinal, um Hotel deve ser um local para descanso, realização de eventos ou para uma noite de amor. Não de zaragata!

“Mulier in aedibus atra tempestas viro.” [Grynaeus 252] Mulher de rixas em casa é tempestade para o homem

Sem comentários: