quinta-feira, 4 de março de 2010

AFINAL, SOMOS UM PAÍS RICO

Quando ligo a televisão e oiço os noticiários e as mesas redondas, fico esclarecido que afinal não se passa nada na política, em Portugal a não ser, as comissões disto e daquilo, por causa disto e mais aquilo.
Quer o PS quer o PSD só têm feito coisas boas, para melhorar o bem-estar dos portugueses.
Em 1977 não esteve cá o FMI, em 1983, também não se passou nada e se durante estes últimos anos, nada se passou, é porque o dinheirito da União Europeia, deu para toda a gente “mamar à grande e à francesa”.
Elas foram, as grandes obras que eram necessárias, para ligar o país de norte a sul. Elas foram, as escolas e hospitais, cujos parques imobiliários se encontravam completamente desfasado das necessidades nacionais.
Mas, agora, a coisa pia mais fino.
Acabadas de fugir, para o leste ou para os países asiáticos, as empresas que investiram em Portugal, depois da adesão à EFTA, o país já não produz o suficiente para a despesa que criou.
E tal como em 1977 e em 1983, é novamente o Zé -povinho que vai pagar a crise. Quer cá, quer na Grécia, a treta é a mesma.
E pode pagar, porque somos um país de ricos. Ai não? Então vamos ver se somos ou não.
Se pagamos um litro de gasolina pelo triplo do preço praticado nos Estados Unidos, quando pagamos tarifas de electricidade e de telemóvel 80% mais caras do que os americanos, não somos ricos?
Quando um carro que se adquire nos Estados Unidos por pouco mais de 8.000 euros, custa em Portugal, mais de 20.000, somos ricos ou não?
Em New York, o Governo, tendo em conta a situação financeira difícil, cobra 2% de IVA, mais 4% de imposto Federal. Nós como somos ricos, pagamos 20% de IVA e cuidado…porque vai aumentar.
Talvez isto possa mudar! Um dia destes, veio um General, falar à televisão e disse que tudo isto estava podre. Que em Portugal temos um problema de regime.
Finalmente, oiço alguém corroborar as minhas palavras de que a situação política em Portugal, não é um problema de líderes, nem de partidos, mas de regime. Ou seja: haverá que ter a coragem de se fazer uma nova constituição da república.
É engraçado que a história diz-nos que a primeira república começou com uma revolta dos “Sargentos”. Em 1974, a revolução iniciou-se com a revolta dos “Capitães”.
Não há dúvida que estamos em sentido ascendente…talvez a próxima seja uma revolução de “Generais”.

“Res loquentur nobis tacentibus.” [Sêneca, De Beneficiis 2.11.6] Os factos falarão, mesmo que fiquemos calados.

1 comentário:

Anónimo disse...

Uma "revolução de Generais" lá isso é capaz de haver, quando estes forem afectados a sério pelas reformas, nas suas ditas.

A verdade é que este PEC é ridículo e insuficiente. No mínimo, os salários terão de reduzir-se em 20%, todos sem excepção. As grandes obras públicas terão de ser postergadas indefinidamente. Alguém quer isto? Claro que não! O português é comodista, pensa como "novo rico" quando na verdade é apenas um "velho pobre". O português pensa no dia de hoje, e deixa para amanhã as medidas que irão ser muito mais duras do que seriam se fossem tomassem já hoje.

Mas o problema não é só da Constituição, é dos próprios partidos. E, mais importante qeu tudo isto, é da própria mentalidade dos portugueses, sim, daqueles que vão às urnas meter o papelinho com uma cruzinha mal feita, aqueles que erguem as bandeirinhas sem saberem o que isso representa ou que o que estão a apoiar é uma autêntica desgraça.

Bem via Salazar que este povo não se sabia governar. Certamente que se recordava da frase do general romano que dizia que na Lusitânia habitava um povo atrasado que não se governava nem se deixava governar. Por isto ele não quis abdicar da sua "cadeira", e mandou o destina que de uma ele caísse.

E foi Salazar quem nos deixou um legado magnífico, um exemplo que qualquer dona de casa deve saber, que é: não se pode gastar mais do que o que se ganha. E, mais ainda, um complemento fundamental: deve-se gastar menos do que o que se ganha. Isto traduz-se numa coisa que hoje já está esquecida que é a poupança. Não há a noção de poupança, nem de quem nos (des)governa nem da parte das famílias. Todas querem ir para "Cancun" (e ainda por cima são burras porque nem sequer conhecem as maravilhas que temos em Portugal - típico do português "analfabeto", inculto).

Em relação a essas "mesas redondas" (ou quadradas) e os noticiários a que se refere, esses não interessam a niguém sério. Se quiser seguir conversas sérias, com gente séria e apartada das questões políticas, veja, por exemplo, o "Plano Inclinado" com Mário Crespo (SIC NOTICIAS) aos Sábados.

O novo programa "Sinais de Fogo" do Sousa Tavares também não vale nada, pois ele não tem preparação intelectual/científica para debater e contra-argumentar perante respostas ardilosas ou até mesmo para questionar os convidados, isto quando ele não interrompe convulsamente os convidados. Está pior que a Manela (sim, a Moura Guedes)...

ISENÇÃO:
Só quem está afastado da política, só quem não deve favores a ninguém nem espera nada de ninguém e não fez campanha por ninguém, é que pode falar com total isenção e grande seriedade. A política e a grande maioria da gente que rodeia os políticos deste País é desprezível.

SABEDORIA:
Para além da isenção, há também que SABER! Muita gente fala, fala e escreve sem saber profundamente sobre as questões de que fala e se fala. Se quiser ver alguém que verdadeiramente entende sobre as questões económicas deste país, veja o João Luís Duque (ISEG); se quiser seguir uma conversa séria sobre Finanças, escute com muita atenção o Henrique Medina Carreira ou o José da Silva Lopes ou mesmo o João Salgueiro. Qualquer um dos mencionados estão em condições de nos dar lições sérias sobre assuntos sérios. Se quiser ouvir alguém que percebe de Justiça ouça o António Marinho Pinto ou o Rogério Alves. "O resto" é digno do nosso maior e mais progressivo desprezo, a começar pelo PM, que não percebe nada de nada, mas que tem o dom da oratória e da eloquência (e viu-se nas urnas por duas vezes consecutivas), e que, claro está, sabe bem defender os interesses do seu partido e os seus.

É ele quem vai endividar ainda mais o País. TGVs?! Com que dinheiro? Com mais dinheiro emprestado? O que nós produzimos já nem dá para pagar os juros da dívida externa. Pouca gente fala nisto, e as pessoas em geral não têm a noção. Oxalá que da próxima vez que Portugal pedir dinheiro emprestado, não haja ninguém que nos queira emprestar. Nem assim aprendemos!