Ai se não tivesse sido o
25 de Abril… Não tínhamos o primeiro de Maio. Nem o dia de S. Valentim, que era
proibido no tempo de Salazar.
Ainda, hoje, seria
proibida a Coca-Cola…a água suja do imperialismo. Mas, como é que poderia ser a
vida, nos dias de hoje, sem estas coisas?
Conquistámos, além, da
comemoração do dia dos namorados a possibilidade de ter o dia do “Halloween”.
De pôr as nossas crianças a fazer mascaras, para comemorar um dia tão
tradicional, na cultura portuguesa. É uma alegria, ver as escolas cheias de
crianças, que são o futuro do país, a serem engalanadas para comemorarem o “Halloween”.
Se não tivesse sido o 25 de Abril, não tínhamos o “Dia Internacional da Mulher”,
o “Dia Pai”, o “Dia do Idoso, o “Dia dos Avós”, o “Dia da Criança” e eu sei lá
que mais. Foi mesmo bom!
Aliás, nós temos esta
liberdade e tantas outras liberdades…podemos comemorar, todos estes dias e
sentirmos as verdadeiras conquistas do 25 de Abril.
Entretanto, assistimos à
violência doméstica, sobre mulheres, sobre homens, sobre as crianças e sobre os
nossos velhinhos. Violência que é na maioria dos casos, exercida pela própria
família. Dentro de quatro paredes, mas sob a atenta vigilância dos organismos
do Estado que possuem os técnicos de Assistência Social mais credenciados do
país, muitos deles já licenciados nos novos politécnicos, deste país rico, que
viu a luz do dia, em 25 de Abril de 1974. O 25 de Abril foi exactamente feito,
para nos dar liberdade e melhorarmos a nossa qualidade de vida. Vivermos melhor…
Comemoramos o dia do idoso
e deixamos milhares deles sem dinheiro para os seus remédios. Como somos
atenciosos com os velhinhos em Portugal…todos têm dentes, para comerem as
côdeas duras, do pão que resta nas suas casas. E isto só foi possível, graças à
grande solidariedade que se criou, em Portugal, logo a seguir ao 25 de Abril.
Aliás, hoje, é tão fácil e barato ir a um dentista. Faz parte, mesmo, do
Serviço Nacional de Saúde. Grande 25 de Abril que abriu as portas à
solidariedade, à fraternidade. A um povo solidário, onde os políticos, abdicando
dos seus legítimos interesses, dedicam a sua vida aos mais pobres. Deixamos os
mesmos sem cuidados continuados, quando existem mais de vinte unidades novas no
país, à espera da intervenção do Estado. Isto só aconteceu, pelo facto dos
Estádios de Futebol, terem tido prioridade para a projecção da imagem de
Portugal, no mundo. O benefício económico que Portugal teve com estes estádios
de futebol, não pode ser comparado com a necessidade que existe em Portugal, de
apoio na terceira idade. Se eles passaram uma vida a trabalhar e a pagar
impostos, para o que existe hoje? Isso já lá vai…o que temos agora é de dar um
futuro melhor às nossas crianças. Prepará-las nas escolas, a aprender línguas
para que possam emigrar, logo que possam. Esta política foi sempre o nosso desígnio…Portugal
no Mundo…graças à pobreza.
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