Eu sou um dos muitos
milhões de ignorantes, de acordo com o senhor António Borges. Mas, também não
tenho de vencimento, por conta do Estado, duzentos e vinte e cinco mil euros, líquidos
por ano.
Também não sou visível na
comunicação social, porque, evito dizer baboseiras e disparates, e também,
porque ninguém me paga principescamente, para os dizer. Os disparates, as
agressões e insultos de determinados senhores, que vivem à custa do erário
público é uma prerrogativa de alguns eleitos dos partidos políticos, que nós sustentamos
com o que nos é confiscado. Não sei, se os disparates que diz o senhor António
Borges, são encomendados. Se calhar são!
Mas, pouco me interessa. A
realidade é que o senhor Borges fala de poleiro. Nem nunca foi ministro, porque
o vencimento não se adequa com as suas necessidades, e esta coisa de trabalhar
por conta da pátria, já foi chão que deu uvas. O senhor Borges nunca foi
empresário de coisa nenhuma. Nunca criou postos de trabalho. Nunca produziu,
sequer, um par de meias. As que calça somos nós que as pagamos.
Com tantos ilustres economistas
nunca percebi como é que Portugal foi um regabofe a gastar, ao desbarato, o
nosso dinheiro. Essa de que andámos a gastar dinheiro à tripa -forra, não deve
ser para a maioria dos portugueses. Deve ser, penso eu, para estes tão
iluminados cientistas das artes económicas que levaram o país à falência. Onde
andava o Borges durante estes anos, todos? Ele não era já militante do PSD entre
1985 e 1995? Não era PSD no tempo do Cherne?
Não percebo, porque não
oiço ninguém a defender a emissão de títulos do tesouro, que fossem,
obrigatoriamente, subscritos por todos nós, inclusive empresas, de modo a
atenuar parte da divida? Não interessa ao Borges? Não interessa à Banca, porque
seria concorrência desleal? Mas, desleal aonde? O país não está em primeiro
lugar? Mas, os empresários portugueses quando conseguem empréstimos na banca
portuguesa, não têm de pagar 8, 9 ou mais por cento de juros, quando os seus
congéneres, na Alemanha, pagam um por cento? Onde está a igualdade na
concorrência? Mas qual concorrência?
Não percebo, porque é que
todas as operações bancárias não pagam a modéstia percentagem de 0,10 ou 0,20
por cento, em vez de carregar os trabalhadores com impostos e reduzir os
salários. Porquê? Não eram todos a contribuir? Os Bancos também não cobram
comissões por tudo e por nada, que lhes dão os proveitos chorudos com que pagam
pensões de reforma, a incapacitados que hoje são administradores, em empresas
que já foram públicas? Mas que equidade temos nós? Que raio de democracia é
esta?
Por que razão, os
dividendos não pagam impostos extraordinários? Por que razão, outras operações
financeiras estão isentas de impostos, como sejam a compra e venda de acções e
obrigações?
Por que razão, o governo,
ao final de mais de um ano de estar no poder, ainda não alterou as imensas
burocracias na maioria dos licenciamentos? Para manter interesses? Não há
corrupção ai? Por que razão, projectos de milhões de euros levam anos a ser
licenciados? Quanto é que isto custa ao erário público? Quanto é que contribui
para a ausência de investimento estrangeiro?
Por que razão, os
processos judiciais e principalmente na área fiscal, chegam a levar anos e
anos? Só as entropias da justiça devem custar mais de 7% do PIB.
Enquanto isto, assistimos
a um governo que não se entende. Ministros que não falam uns com os outros, em
pleno conselho. Os Borges a ser insultuosos, porque quem lhe dá de comer somos
nós. E depois, temos uma série de grandes economistas e comentadores políticos
que só vão dizendo larachas, que todos nós, já estamos fartos de saber.
Mas, ao fim e ao cabo, não
aparece nenhum iluminado a dizer o que precisamos de fazer, para relançar a
economia e criar riqueza, para minimizar o maior flagelo com que nos confrontamos
–o desemprego.
Cada legislação nova que
aparece, é uma confusão, carregadas de demagogia barata, tentando iludir os
portugueses dos verdadeiros problemas. Parece que afinal, quem está a reduzir a
despesa são as autarquias. Sim! Aquelas, que o governo andava a fazer-nos crer
que eram os culpados de toda esta situação.
Foi das poucas coisas
positivas, que houve durante estes anos. As autarquias que este governo quer
sufocar e destruir. Acabem com a s eleições e voltem a nomear os presidentes de
câmara, como era antes do vinte e cinco de Abril. Talvez tivessem mais lugares
para os vossos rapazinhos da jota.
Oh Borges! Talvez tenhas
razão. Somos uns ignorantes. De outro modo, tu e os teus correligionários, já
tinham levado um pontapé no cú e voltavam, de onde vieram.
Sem comentários:
Enviar um comentário