O prazer está conotado frequentemente com o pecado. No caso concreto do amor, o prazer é associado ao amor sexual, frequentemente visto como pecaminoso, associado a excessos, à irresponsabilidade. E no entanto o prazer existe em todas as formas de amor, e regula toda a nossa existência e os nossos comportamentos…
Os nossos amores podem implicar por vezes sacrifícios, generosidade, compaixão, caridade, doação, mas até no fundo desses amores e desses actos não deixa de haver prazer. Na base do amor a namorados, cônjuges, pais, filhos há também sentimentos de alegria, apaziguamento, harmonia, ou seja, em suma, sentimentos de prazer.
Quando amamos Deus, não deixamos de retirar prazer, satisfação, desse amor. Quando amamos certas ideias, certas formas de poder, ou certas expressões artísticas, fazemo-lo porque temos prazer nisso. O amor é indissociável do prazer. Não se pode amar duradouramente e intensamente sem retirar prazer daquilo que amamos.
É inelutável e inalienável. As nossas vidas estão balizadas por princípios e regras de prazer e dor. Somos animais cujos comportamentos e mentes estão enquadrados nesses termos. Procuramos o prazer (por via do amor, ou por outras vias), e fugimos à dor. Procuramos o prazer da comida, o prazer da poesia, o prazer da música, o prazer do poder, do domínio. Fugimos à dor imediata, à dor causada pelo espectro da morte, à dor associada aos nossos medos.
Nesta perspectiva, o amor é apenas uma das vias de obter prazer, alegria – a via porventura mais importante, sem a qual, a vida perde sentido.
E eu tenho sentido esse amor, logo, tenho sentido prazer, mas sempre atenuado pela dor que não se vê, quiçá, associada aos medos que de tempos em tempos invade a minha vida. E então penso: quem não tem medo? Só os ignorantes e os inconscientes.
Todos, ao longo da vida dizemos, a vida é minha! Uns anos mais tarde já dizemos, a vida é nossa. Para mais tarde, começarmos a pensar que a “vida é deles”.
É contra estes medos, que se transformam em dor, que todos os dias se vai lutando, de modo a que se possa tirar prazer da vida, amando os outros, amando a Deus, a poesia, a música e tudo o mais que nos dá prazer.
Tornar a vida uma utilidade, procurando o princípio da maior felicidade, fazendo desta uma moralidade, promovendo a felicidade. E esta pressupõe a ausência de dor, mas coloca-nos na posição de obter prazer.
Esta é a minha luta diária! Tirar da vida o maior prazer.
Um obrigado à minha filha! Um obrigado, generalizado, a todos os meus amigos e àqueles que, em particular, a mim se têm dedicado.
“Amans, sicut fax, agitando ardescit magis.” O homem enamorado, é como a tocha, quando se agita, mais se inflama.
3 de Maio de 2010
Os nossos amores podem implicar por vezes sacrifícios, generosidade, compaixão, caridade, doação, mas até no fundo desses amores e desses actos não deixa de haver prazer. Na base do amor a namorados, cônjuges, pais, filhos há também sentimentos de alegria, apaziguamento, harmonia, ou seja, em suma, sentimentos de prazer.
Quando amamos Deus, não deixamos de retirar prazer, satisfação, desse amor. Quando amamos certas ideias, certas formas de poder, ou certas expressões artísticas, fazemo-lo porque temos prazer nisso. O amor é indissociável do prazer. Não se pode amar duradouramente e intensamente sem retirar prazer daquilo que amamos.
É inelutável e inalienável. As nossas vidas estão balizadas por princípios e regras de prazer e dor. Somos animais cujos comportamentos e mentes estão enquadrados nesses termos. Procuramos o prazer (por via do amor, ou por outras vias), e fugimos à dor. Procuramos o prazer da comida, o prazer da poesia, o prazer da música, o prazer do poder, do domínio. Fugimos à dor imediata, à dor causada pelo espectro da morte, à dor associada aos nossos medos.
Nesta perspectiva, o amor é apenas uma das vias de obter prazer, alegria – a via porventura mais importante, sem a qual, a vida perde sentido.
E eu tenho sentido esse amor, logo, tenho sentido prazer, mas sempre atenuado pela dor que não se vê, quiçá, associada aos medos que de tempos em tempos invade a minha vida. E então penso: quem não tem medo? Só os ignorantes e os inconscientes.
Todos, ao longo da vida dizemos, a vida é minha! Uns anos mais tarde já dizemos, a vida é nossa. Para mais tarde, começarmos a pensar que a “vida é deles”.
É contra estes medos, que se transformam em dor, que todos os dias se vai lutando, de modo a que se possa tirar prazer da vida, amando os outros, amando a Deus, a poesia, a música e tudo o mais que nos dá prazer.
Tornar a vida uma utilidade, procurando o princípio da maior felicidade, fazendo desta uma moralidade, promovendo a felicidade. E esta pressupõe a ausência de dor, mas coloca-nos na posição de obter prazer.
Esta é a minha luta diária! Tirar da vida o maior prazer.
Um obrigado à minha filha! Um obrigado, generalizado, a todos os meus amigos e àqueles que, em particular, a mim se têm dedicado.
“Amans, sicut fax, agitando ardescit magis.” O homem enamorado, é como a tocha, quando se agita, mais se inflama.
3 de Maio de 2010
1 comentário:
Este texto esta simplesmente maravilhoso!!!!
Estarei sempre do seu lado....
Amo-o muito
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