Silêncio. Fim de tarde.
Não é que o pensamento não esteja sempre a rodar, como numa qualquer feira, em
que o carrocel vai levando os “putos,” a mais uma nova corrida. “Nova corrida, nova viagem”.
Quantas vezes, ouvimos
este “slogan” para o qual não dávamos importância? Mas sempre que, o “homem”
gritava, queria dizer que era mais uma oportunidade de viajarmos. Nem sempre
foi possível. Os recursos eram escassos. Eram escassos os escudos que existiam
nos bolsos, como era escasso o tempo que tínhamos. Não é que houvesse
propriamente compromissos. Mas havia orientações precisas de não se chegar
tarde.
Algumas vezes nos perdemos
no entusiasmo da festa, como acontece na vida e, chegámos tarde. Outras vezes,
as vicissitudes da vida não nos permitiram estar.
Nestas contradições entre
o querer e poder, a vida vai correndo como se de um “carrocel” se tratasse. A
alguns, já deve ter acontecido, mesmo com o carrocel em movimento, saltaram.
Mas voltaram sempre, porque é grande o prazer da folia e de sentir as emoções
do carrocel. E foi possível voltar a entrar na corrida.
Todos nós chegámos ao
momento, em que o carrocel partia e a tristeza apoderava-se de nós
Destas alegrias e tristezas
todos nós recordamos e, tantas, e tantas vezes, não sonhamos, que gostaríamos
de voltar a andar de carrocel? Só que o carrocel dos dias de hoje, já não é
igual…os tempos são mais tecnológicos. Talvez… Ou por quaisquer outras razões. Que
importa. Aquele carrocel que tanto gostávamos já não estará disponível. Teremos
que nos divertir de outro modo. Talvez nos carrinhos elétricos? Que acham?
Eu por mim tenho saudades
do carrocel, mas digo-vos com toda a sinceridade que vou-me divertindo como
posso, de outra maneira.
Claro têm razão! Já não
temos aqueles grupos grandes que nos acompanhavam à feira e ao carrocel. Mas
continuamos a ter quem nos ame e é com esses que nós temos que nos divertir,
até porque aquele carrocel, que gostávamos já não vem à nossa feira. Se calhar,
este também foi vítima de uma qualquer directiva ou norma da ASAE.
Portanto, recomendo que deem
as mãos e abracem as últimas corridas e as novas viagens e se divirtam. Porque
chegará o dia em que saltamos do carrocel da vida. Nesse dia, mesmo que liguem o
gerador da corrente eléctrica, este não terá forças para pôr o carrocel em
movimento
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