quarta-feira, 6 de outubro de 2010

OS CONSELHEIROS DO PEDRO

Mê rico filho!
Não há dúvidas de que este país é de reconciliação e os políticos são todos altruístas e só pensam na nação. Para que não apanhemos nenhum ralhete da Comissão Europeia, não faltam os “conselheiros” que dizem que o Pedro deve apoiar o Orçamento. Até já dizem que ele há-de voltar à televisão ao programa “perdoa-me”. Estás cá com uma sorte…
Podes continuar a fazer asneiras, a dizer asneiras, que estás safo. Afinal, sempre tens no Barroso um amigo. Tu também sempre tiveste facilidade em arranjar amigos destes. São iguaizinhos a ti, mê filho.
Este ano, estás safo. O próximo é que as coisas se vão complicar um pouco mais, com o aumento do IVA para 25%. E mais uma redução nos salários. Esta malta vai começar a não entender nada disto. Nem os teus “camaradas”.
Afinal, segundo li, as deduções no IRS são também para valer. É assim mesmo, mê filho. Estes malandros da classe média andavam a abusar nas idas ao médico. Dá cá aquela palha, pimba uma consulta. Até ao dentista já iam mais vezes. Aliás, já se vê menos portugueses desdentados. Por falar nisso, vou aproveitar para fazer uma placa nova antes do fim do ano. Não vá esta começar a baloiçar demais com o pão duro que vamos comer para o ano e partir-se. E sinceramente, não sou muito apologista de açordas. Isso é mais para os alentejanos. Uma Beirã como eu, gosta é de dar umas trincas numa boa broa de milho, com côdea e tudo. Não é mê filho? Ah, já não comes disso? Agora são só “brioches”? Com essa dos “brioches” é que tu me entalas. Vê lá se isso não sai nos jornais. Não vão eles aportuguesar o termo e depois é mais um escândalo na imprensa.
No meu tempo não havia destas modernices. Onde é que se falava em “brioches”? Nem pensar…
Mê filho! Com esta conversa até já se me abriu o apetite. Vou dar uma dentadinha no “cacete” que acabei de comprar na padaria, bem quentinho. Ponho-lhe um pedaço de manteiga e até me lambo toda.
Beijinhos e não te esqueças de pôr o euromilhões. Com a sorte com que andas pode ser que ainda te saia o primeiro prémio.
Dá noticias.


"Miserum istuc verbum et pessimum est ‘habuisse’ et nihil habere." [Plauto, Rudens 1243] É triste e muito ruim essa expressão ‘ter tido’ e não ter nada.

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