quinta-feira, 5 de agosto de 2010

OS ILUMINADOS DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

A educação, neste país, vai de mal a pior.
Ao longo destes trinta anos de democracia, aparecem, uns iluminados, com soluções de inovação que não lembra ao diabo.
Agora, levantou-se a polémica de não haver repetições de ano. Isto é, não existirem chumbos na escola. Se isto já estava pelas ruas da amargura, imaginem, o que não será num país em que as pessoas já não são motivadas para trabalhar, dizer a uma criança:
“É pá, se não estudares, não faz mal, porque é sempre a aviar”. Ou, “Não há chumbos para ninguém”.
Já não basta o que andaram a fazer com as novas oportunidades! Ainda me recordo dos famosos programas de formação profissional, financiados pela U.E. em que os grandes beneficiados foram a malta que dava “aulinhas” de Word. Gastaram-se fortunas, nesta brincadeira.
Eu estive a pensar nesta reforma e nas outras todas, que os iluminados do Ministério da Educação têm realizado e venho aqui propor, o seguinte:

De tudo o que tenho ouvido, a grande dificuldade dos nossos meninos, nos dias de hoje, está na matemática e no português.
Então, sugeria que fossem alterados os programas destas duas disciplinas:
A matemática, deixa de ser matemática e é substituída por duas disciplinas de nível diferente.
A primeira, seria “Introdução às funções operativas das máquinas de calcular”.
Depois do aluno estar familiarizado com o domínio da máquina de calcular, passaria a ter outra disciplina que seria: “ Introdução às funções operativas em folha de cálculo”.
Desde que o aluno realizasse esta aprendizagem no Magalhães, então passaria, para uma outra disciplina que já seria: “ Métodos avançados de contas de multiplicar e dividir numa folha de Excel”.
Só concluídas estas três disciplinas, com aproveitamento, é que o aluno se poderia candidatar, ao Instituto Superior Técnico.
A área da geometria seria substituída por desenho em “Autocad”.
Quanto ao português, iria resumir-se às diferentes fases de aprendizagem, que passariam a ser, as seguintes:
“Introdução à técnica de aprendizagem do português falado por Headphones”.
Depois de ultrapassado este nível, juntar-se-ia, à aprendizagem do português, a escrita:
“Introdução à técnica de envios de mensagens por SMS”.
“Introdução da técnica de escrita em "word", com nova tecnologia de ditado oral”.
O exame final seria feito com o aluno, a escrever um texto sem nexo, falando directamente para o computador. O programa de escrita teria de admitir, como exemplo, as seguintes expressões e abreviaturas: “ oje tá bué de calor”. “k é k aconteceu?”. “Este magano é bué fixe”. “Os cotas já nã xateiam com os estudos”.
Na universidade os conhecimentos obtidos, teriam que incorporar quadras para músicas de “rap”, num estilo moderno:

O meu truta minha visita atraco ai hó,
vo desce ali na gaiola ali, boa visita pro se ai.
Po Luciana onze e quinze, se entro agora,
o que ta acontecendo ai fora meu amor?
O Valtinho, até que fim consegui entra aqui dentro,
mó sofrimento, tem um monte de funcionario novo ai,
até espelho tão pondo na gente, isso é mol humilhação,
eu não aguento mais essa vida não,
ou você muda quando se sai daqui
ou então eu vo para.
Calma, calma.


Apreciem esta qualidade poética que nem Alegre, conseguiria exprimir, yeah.

Não ponham esta malta a trabalhar, não, e eu quero saber como é que os pais responsáveis, podem exigir, dos seus filhos, trabalho, e que país é que vamos ter na próxima geração.


“Exempla praesentia futuri periculi nos admonent.” [Rezende 1779] Os exemplos actuais nos advertem do perigo futuro.

2 comentários:

Anónimo disse...

Fartei-me de rir com este "post". EStá girissimo.

Anónimo disse...

Está "bué" de giro!