José Leite Pereira, num artigo de opinião, aborda a questão dos 90 mil cidadãos que assinaram uma petição pedindo um referendo sobre o casamento gay, comentando de seguida o seguinte: “ O número parece grandioso. Para apresentar uma candidatura a presidente da Republica, a lei só exige 15 mil assinaturas, pelo que, vistas as coisas assim, um número tão grande quase deveria obrigar a convocar de imediato o dito referendo.”
Logo a seguir, diz: “ Mas tudo é relativo. 90 mil cidadãos representam, afinal, menos de 1 por cento do total da população portuguesa. Três partidos apresentaram-se a eleições defendendo os casamento gays e obtiveram, em conjunto, mais de metade dos votos dos portugueses. Vistas as coisas assim, 90 mil já não é um número tão grande”.
Meu caro José Leite Pereira, salvo melhor opinião, a sua opinião, como calcula, é sempre passível de contraditório, sendo, além do mais, uma opinião pouco elaborada.
Porquê pouco elaborada, perguntará?
E então o total dos partidos que não se pronunciaram sobre a temática do casamento gay, somado com o número de cidadãos que se abstiveram, não será um número maior?
Mas não vamos por ai, pois sou da opinião que este tipo de linguagem aritmética, em que estamos a comparar o que não é comparável, não nos leva a lado nenhum.
Aquilo que me importa recordar é que Portugal é uma democracia representativa. Ou seja, os senhores deputados representam o povo português, na Assembleia da República. Se 90 mil cidadãos não são nada, tendo em conta que a Assembleia tem 230 deputados e que os deputados do PSD, mais do CDS, além dos deputados do PS que serão obrigados a votar, por disciplina de voto, são mais de metade do total de deputados, significa que 90 mil cidadãos já passam a ter importância. Ou não será?
Por outro lado, quantos gays é que assinaram uma petição a pedir um casamento gay? Fizeram petição? Penso que não seria fácil encontrar 15 mil cidadãos que assinassem uma petição a favor do casamento gay.
Se, por outro lado, o referendo não interessa nada, porque não dá em nada, acabe-se com ele, nesta revisão constitucional, acabe-se com o Governo a ser constituído a partir da Assembleia da República, acabe-se com o MP como ele existe hoje, em termos de organização e competências, etc. Em resumo, façam uma nova democracia, porque, sinceramente, estou farto desta.
“Homo naturae oboediens, homini nocere non potest.” [Cícero, De Officiis 3.25] O homem que obedece à natureza não pode fazer mal a outro homem.
Logo a seguir, diz: “ Mas tudo é relativo. 90 mil cidadãos representam, afinal, menos de 1 por cento do total da população portuguesa. Três partidos apresentaram-se a eleições defendendo os casamento gays e obtiveram, em conjunto, mais de metade dos votos dos portugueses. Vistas as coisas assim, 90 mil já não é um número tão grande”.
Meu caro José Leite Pereira, salvo melhor opinião, a sua opinião, como calcula, é sempre passível de contraditório, sendo, além do mais, uma opinião pouco elaborada.
Porquê pouco elaborada, perguntará?
E então o total dos partidos que não se pronunciaram sobre a temática do casamento gay, somado com o número de cidadãos que se abstiveram, não será um número maior?
Mas não vamos por ai, pois sou da opinião que este tipo de linguagem aritmética, em que estamos a comparar o que não é comparável, não nos leva a lado nenhum.
Aquilo que me importa recordar é que Portugal é uma democracia representativa. Ou seja, os senhores deputados representam o povo português, na Assembleia da República. Se 90 mil cidadãos não são nada, tendo em conta que a Assembleia tem 230 deputados e que os deputados do PSD, mais do CDS, além dos deputados do PS que serão obrigados a votar, por disciplina de voto, são mais de metade do total de deputados, significa que 90 mil cidadãos já passam a ter importância. Ou não será?
Por outro lado, quantos gays é que assinaram uma petição a pedir um casamento gay? Fizeram petição? Penso que não seria fácil encontrar 15 mil cidadãos que assinassem uma petição a favor do casamento gay.
Se, por outro lado, o referendo não interessa nada, porque não dá em nada, acabe-se com ele, nesta revisão constitucional, acabe-se com o Governo a ser constituído a partir da Assembleia da República, acabe-se com o MP como ele existe hoje, em termos de organização e competências, etc. Em resumo, façam uma nova democracia, porque, sinceramente, estou farto desta.
“Homo naturae oboediens, homini nocere non potest.” [Cícero, De Officiis 3.25] O homem que obedece à natureza não pode fazer mal a outro homem.
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