quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

JÁ NÃO HÁ NEGÓCIOS (COM A CHINA) DA CHINA

Temos vindo a assistir a um período de dificuldades económicas e financeiras, das quais, ninguém conhece o fim. Nem os habituais “economistas” que nos vão enchendo a casa todos os dias, nos diversos noticiários e mesas redondas, com previsões…não são mais que previsões de tarô, daquelas que vêm, todas as semanas, no jornal.
Também não quero comparar os nossos amigos “economistas” com a “Maia”, em termos de previsões, mas previsões, são previsões e valem o que valem!
Tal como nas estratégias e orçamentos, estes não são mais que previsões do que irá acontecer e, na maioria dos casos, “ceteris paribus”, na maioria dos pressupostos.
E para falar de orçamentos, recordo que até, há pouco tempo, assistimos à “telenovela” do "Orçamento de Estado
Previsões do crescimento do PIB de 0,6% para 2009. E a oposição a contestar, que o orçamento era irrealista.
Não tardou, o Sr. Primeiro-Ministro veio dizer-nos que os portugueses em 2009 iam viver melhor, porque o petróleo estava a baixar de preço, que os juros estavam a baixar e como se não bastasse, a inflação estava de igual modo a baixar.
Bom, ontem, começámos a ter notícias de uma possível deflação, o que deve deixar muito contente o Primeiro-Ministro, porque os portugueses vão aumentar o seu poder de compra.
A situação não é para rir, porque não imagino, quantos serão os portugueses que vão ficar sem dinheiro, para fazer compras, porque perdem o seu emprego.
É com surpresa, que passados pouco mais de quinze dias, venha o PS a admitir a possibilidade de o Governo rever o cenário macroeconómico para 2009 face ao previsto no Orçamento de Estado.
Será de louvar esta atitude? É que perante factos, não há argumentos e aquilo que aparentemente estava escondido da opinião pública, acaba por fazer recuar o Governo, ponderando rever o cenário macroeconómico.
Na realidade, não se pode esquecer que este Governo tem, com alguma periodicidade, vindo a rever várias decisões, tais como as políticas da Saúde, que deu origem à demissão do Ministro, quer como na política da educação, que tem dado origem a várias manifestações de alunos e professores, etc.
Mas o Primeiro-Ministro aplaudiu, não sei se foi de pé, ao “Plano da Comissão Europeia” para relançar a economia.
O plano em questão salienta a importância do “investimento público” dos Estados-membros.
Como é que o mesmo não teria que aplaudir uma iniciativa destas, se a mesma vem corroborar as decisões dos investimentos públicos em TGV, auto-estradas, pontes e viadutos? Principalmente, quando o porta-voz deste plano, é o ex-correligionário da líder da oposição, Dr.ª Manuela Ferreira Leite. É que esta tem contestado o investimento público não reprodutivo.
Vamos lá a ver se a gente se entende! E este é o problema dos PSD`s. Não se entendem! E depois dá estas incongruências.
Durante estes anos temos vindo a ouvir falar do famigerado “Pacto de Estabilidade e Crescimento”. Foi à conta deste senhor, que assistimos ao aumento dos impostos e ao ataque desenfreado da máquina fiscal, a acelerar o passo.
A “Comissão Barroso” abre o caminho aos Estados-membros para uma redução temporária do Imposto sobre o valor acrescentado (IVA), entre diversos outros incentivos fiscais. Quem é que nos garante que a redução de imposto é canalizado ao consumo? Que não é orientado para pagar as dívidas que os portugueses, incentivados por outro socialista de nome Guterres, cometeram?
Foram os grandes ideólogos que andaram a vender a ideia da “economia global” e que isto era uma maravilha… em especial para a venda de aviões, de centrais nucleares e outros grandes projectos que, à partida, beneficiariam na EU, a França e a Alemanha, bem como do outro lado do atlântico, os Estados Unidos.
A Europa e a USA venderiam aviões, centrais nucleares e nós importaríamos alicates, agrafadores, flores de plástico e outros produtos congéneres da China, da Índia, etc.
Só que a China suspendeu todas as compras de aviões estrangeiros para reduzir as despesas das companhias aéreas que conhecem sérias dificuldades financeiras, segundo a imprensa oficial chinesa.
Vai daí, o construtor norte-americano Boeing não quis comentar esta decisão e o seu eventual impacto, e o construtor europeu Airbus, precisou, por seu lado, “não ter recebido nenhum pedido visando anular ou a retardar” encomendas.
Parece que aqui falharam as projecções e os “planos” de desenvolvimento estratégico do G7.
Já não há negócios da China! E o preço está aí!

5 comentários:

Anónimo disse...

Pode ter a certeza que esta crise vai ser bem pior no próximo ano....

Anónimo disse...

O nosso Governo e muito particularmente o "nosso" (deles) Primeiro-Ministro é uma verdadeira fonte de energia eólica na sua expressão clássica - um cata-vento. Seja nas matérias económicas ou noutras, o especialista em Inglês Técnico sugere-me sempre uma área de Verdi:

La donna è mobile qual piuma al vento muta d'accento e di pensiero.

Há quem pense no Pinóquio...

Anónimo disse...

Rectificação ao meu post. Onde se lê "área", deve ler-se "ária". As minhas desculpas pelo lapsus calami.

Anónimo disse...

Estou a gostar do que escreve. É muito pertinente. Continue. Boa sorte

Nuno Costa disse...

Quando se assiste a um Primeiro-ministro dizer uma coisa e o seu Ministro das Finanças dizer exactamente o contrário, exactamente no mesmo dia e exactamente aos mesmos órgãos de comunicação social… Palavras para quê? Gostei dessa da “imprensa oficial chinesa”.