quarta-feira, 4 de março de 2009

VEJAM LÁ, SE NÃO TENHO RAZÃO

Há quem tenha comentado que escrevo demasiado sobre o Partido Socialista!
De facto, assim tem sido, ao longo destes tempos, por diversas razões, que passo a enumerar:
- Em primeiro lugar, porque alguns socialistas me irritam, principalmente os psicólogos, os sociólogos, os de relações internacionais e agora, até os “inginheiros”. Todos eles, portadores de uma formação abrangente, dão em políticos e depois em gestores, quando nem um “balanço” sabem interpretar!
- Depois, porque, cada vez mais, vejo socialistas “freelancers”, vindos do Partido Comunista, como se não bastasse a Zita, no PSD.
Mas, mais do que isso, são as “políticas” que me chateiam! E vejam lá, se não tenho razão. Já uma vez escrevi sobre as pensões de reforma, quando se observou, que no ano de 2009, que quem pretendesse reformar-se, era penalizado com 1,32%, no valor final da reforma.
Afinal, um estudo da OCDE diz que “o valor das pensões será metade dos salários”.
Ou seja, os actuais trabalhadores portugueses vão ter, em média, uma das pensões mais baixas do conjunto dos 30 países mais desenvolvidos do mundo, que corresponderá a pouco mais de metade do último salário recebido.
Volto a dizer que, quando comecei a trabalhar, e já lá vão mais de 30 anos, o acordo eram 36 anos de descontos, para obter o direito à reforma. Actualmente são 40 anos, mais o factor de sustentabilidade. E este foi de 1,32% em 2009, o que dá mais 2 a 4 meses de descontos.
Como já vi e ouvi, socialistas de psicologia, a citar as regras da retroactividade das leis, pergunto, se para quem já tinha 30 anos de vida activa e vai levar com isto, se não é retroagir a lei? Não, não é! É alterar, de modo unilateral, as condições dum contrato, invocando as “alterações das circunstâncias”!
Estou de acordo que a regra dos 10 melhores anos de contribuição, dos últimos 15 anos, era uma regra sem justiça, perante os “espertinhos” que só declaravam rendimentos elevados, nos últimos dez anos!
Mas penalizar, deste modo, quem já está a dois terços de um contrato, é que não me parece justo e me chateia! Estão a ver porque é que, entre outras coisas, “malho” nos socialistas?
Por outro lado, temos novos bancários na Segurança Social. Este novo regime exige dos bancários mais descontos, mas também garante pensões mais elevadas! A grande maioria dos novos funcionários vai entrar para um nível superior ao previsto, que é uma forma de compensar os descontos mais elevados. Esta dos “filhos” e “enteados”, também me chateia!
Até há pouco tempo, as pensões correspondiam, em média, a 90% do último dos salários auferidos. Agora, essa percentagem fica pelos 54,1%!
Tenho ou não razão para falar dos Socialistas? Nem que fosse socialista, falaria “ alegremente” destas situações discriminatórias e injustas. É que agora, depois de ter andado 30 anos a descontar, o que os outros descontaram, dizem-me para fazer PPR públicos? Ou então, trabalhar mais anos? Não vão ter sorte nenhuma, porque hei-de fazer tudo, o que estiver ao meu alcance, para ser reformado pela Caixa Geral de Depósitos ou acabar a minha vida, na administração do Banco de Portugal. Só depois é que vou para a reforma! Vejam lá, se não tenho razão?

“Mus debacchatur, ubi cattus non dominatur.” [Stevenson 301] Quando o gato não toma conta, o rato entrega-se à orgia.

12 comentários:

Anónimo disse...

Tem toda a razão. Mas diga-me caro professor, há socialistas em Portugal? Serão os que vieram dos países de leste em busca de melhores condições de vida? É que ao assistir pel tv ao concerto de música popular portuguesa em Espinho, reparei que andavam por lá uns cartazes que faziam alusão ao "socialismo". Tire-me esta dúvida, era um "conserto" para apresentar a esses senhores que vieram do leste as tradições portuguesas, ou estavam a tentar arranjar clientela para alguma ONG.
Cumprimentos

Anónimo disse...

Mas de uma forma mais ´realista´ tem toda a razão. As pensões de reforma são uma forma subtil de nos empobrecer, diria mais ainda, uma forma de não termos qualquer motivação para produzir-mos em prol de um país que cada mais envergonha o seu cidadão. Quando vou de férias e me perguntam "és de portugal?", ou fingo que não compreendo a lingua, ou então digo que apenas sobrevivo em portugal.
Acho engraçado os nossos ilustres emigrantes nas reportagens dizerem que não há país como o nosso, bla bla, etc. Coitados, tiveram que sair daqui para conseguirem melhores condições de vida e sem dúvida com muito esforço, mas também trazem reformas de "lá". Será que com uma reforma de "cá" diriam que não há paíS como o nosso? De certeza que sim, porque em relação a reformas; NÃO HÁ PAÍS COMO O NOSSO.
Cumprimentos

Anónimo disse...

Como se pode constatar, as reformas já não vão interessar mais àqueles das gerações pós finais de 70...

Os que, com vinte e tais, trinta anos, contribuem actualmente para a SS, estão nada mais do que a fazer por garantir que os "gerontes", os da casa dos 40s, 50s, 60s etc., estão a, ou irão, receber as suas reformas. Quem, involuntariamente colocado naquela situação injusta, resultado de políticas torpes, muito pouco socialistas verdadeiramente (aqui o PSD pouca diferença faria, em minha opinião, pois a tendência generalizada é esta), puder fugir parcialmente às contribuições à SS - trabalhadores independentes, maioritariamente - e não o fizer, estará a prejudicar-se, pois os recursos finaneiros estão canalizados estritamente (enquanto ainda os há) para os mais velhos e para os "generais", e, claro está, para os políticos e todos aqueles com várias reformas antecipadas...

Isto é que é nojento, infame !!!!! Um nojo de políticos os nossos deste país. Por isto e por muito mais, os jovens se desinteressaram há muito, já, da Política de ***da que temos neste país, à excepção daqueles que, lá metidos, ainda conseguem "uns tachos" no meio do profundo Desemprego generalizado...

Anónimo disse...

O aumento da esperança média de vida é outro problema de fundo. A "corrente social" que se baseia no princípio de uma "longevidade desejável", acaba por prejudicar - e muito - toda a sociedade, os mais novos sobretudo. E, depois, longevidade não é sinónimo de qualidade de vida.

Conclusões:

Vive-se muito tempo;
Trabalha-se pouco;
Consome-se muitíssimo.


Resultados:

Enfraquecimento da SS;
Pouca produtividade relativa;
Degradação ambiental;
Pobreza;
Crise de Valores;
Decadência social.

Anónimo disse...

Se a SS fosse a título opcional e houvessem, antes, "contas poupança" individuais, em vez da participação para "um bolo comum", em que cada um poupasse e juntasse na sua conta da SS o que descontasse, o seu enfaquecimento não seria assim evidente...

Anónimo disse...

Temos vindo a ouvir o PM a falar de Socialismo de Esquerda Popular! Como é Popular não veio do leste, veio do Samouco, ali para os lados de Alcochete! Não sei se respondi à sua questão?

Anónimo disse...

Há quem defenda o sistema privado. Só que recordo quea crise financeira ditou perdas nos sistemas de pensões privados. Os portugueses viram a sua rendibilidade cair 12,4% entre Janeiro e Outubro de 2008. Ainda falta o último trimestre. De acordo com a OCDE as perdas médias foram de 22,7% nos 30 países. Não me parece que o privado seja solução. Mas há outras soluções é preciso é pôr a cabecinha a pensar. TAlvez se o IVA não fosse tão elevado se pudesse criar uma taxa para a ss pelo volume de transacções e abolir o esforço dos empregadores. Que acham? Já imaginaram as transacções de acções a pagar 2 ou 3% para a SS? Quantos milhões não são transaccionados todos os dias?

Anónimo disse...

Professor,

Talvez baixar antes o IRS em vez do IVA, uma vez que o IVA tem uma componente muito forte que incide sobre o consumo. Incentivar o consumo, sobretudo em países consumistas e desgovernados como o nosso, talvez não seja boa deia, para além de ser prejudicial em matéria de questões ambientais...

Anónimo disse...

Depois do Socialismo Científico, do Socialismo Utópico, o (quase) Engenheiro José Sócrates inaugurou o Socialismo Mitómano...

Anónimo disse...

Inginheirias deste calibre só poderiam provir do nosso querido e grande inginheireiro Sócrates!

:))

Anónimo disse...

Para quem sabe de balanços não era mau se fizesse as contas e fosse suficientemente sério para verificar que não é verdade o que diz.

Anónimo disse...

"Socialismo mitómano"... essa é boa! loool

Sim, com um nariz de "pinochio" daqueles, o nosso inginheireiro só podia aspirar mesmo à mitomania...

loool