Impávidos e serenos, os
portugueses vão assistindo às possíveis alterações na política Europeia. Na
Grécia, neste momento, já se sabe que o Syrisa é ganhador. Só não se sabe se
tem maioria absoluta.
Uma Coligação da Esquerda Radical, SYRIZA, é um partido político de esquerda da
Grécia.
Liderado por Alexis Tsipras,
defende o aumento dos impostos para os contribuintes com mais rendimentos, o
adiamento ou anulação dos pagamentos da dívida e cortes nos gastos da defesa.
Tsipras, um dos mais novos políticos gregos, defende uma frente de esquerda anti
austeridade.
Nas eleições parlamentares
de 6 de maio de 2012, a SYRIZA conquistou 16 % dos votos e 50 deputados,
tornando-se no segundo maior partido, a seguir à Nova Democracia (Grécia) e
antes do PASOK. O crescimento da SYRIZA é considerado como uma das
manifestações de protesto contra a política de austeridade, seguida nos últimos
3 anos, e contra a entrada no parlamento de partidos da extrema direita.
Já em Espanha, assistimos ao
aparecimento do Partido, ” Podemos”, que é um partido político fundado em 2014.
Tem como secretário-geral o eurodeputado Pablo Iglesias Turrión, analista
político e ex-professor interino de Ciência Política.
Participou nas eleições
europeias de 2014, quatro meses depois da formação do partido e logrou cinco
cadeiras (de 54) com 7,98% dos votos, sendo a quarta candidatura mais votada em
Espanha.
Em menos de uma semana
tornou-se o partido político espanhol mais seguido nas redes sociais superando
os partidos tradicionais PP e PSOE, entre outros, apanhando de surpresa o mundo
da comunicação. Surge actualmente como principal candidato a vencedor nas
próximas eleições gerais de acordo com várias sondagens efectuadas até ao
momento.
Em Portugal, pouco ou nada
se passa, pois os novos partidos, formados ou em formação, limitam-se à sua
personagem de liderança, que no seu todo não apresentam ideias, para a grave
crise da Europa dos “desesperados”, Portugal, Espanha, Irlanda e Grécia e que
não têm, senão, servido a economia Alemã e a economia Francesa. Uma virada para
a produção industrial e a outra beneficiando de uma PAC que protege o bem-estar
dos agricultores franceses.
-Os apoios comunitários à
agricultura através da PAC permitiram:
A sua modernização e
racionalização? Uma coisa é certa…
Garantiram o pleno
abastecimento do mercado em quantidade e qualidade;
Mantiveram preços razoáveis
ao consumidor e asseguraram a estabilidade nos mercados, em particular aos
franceses;
Aumentaram e mantiveram os
rendimentos agrícolas dentro dos limites bons ou razoáveis para os agricultores
franceses.
A reforma da PAC procurou
que se contivesse a produção, que se restabelecesse o equilíbrio do mercado e
que, simultaneamente, se tornasse menos onerosa. Os principais vectores
previstos para a nova PAC foram os seguintes:
Definição dos preços
agrícolas através dos mecanismos do mercado;
Fixação de volumes de
produção para cada produto;
Atribuição de incentivos
financeiros ao pousio, à reconversão de produções, à reflorestação, à criação
de reservas ecológicas e parques naturais e à agricultura por meios naturais.
E, então, Portugal foi um
dos países bafejados pela atribuição de incentivos financeiros ao pousio. Foi o
que todos sabemos uma vergonha. A UE tinha como único objectivo proporcionar rendabilidades
asseguradas aos agricultores franceses. Já os espanhóis estiveram-se nas tintas
para isso, criando desenvolvimento no sector agrícola e pecuário, até então,
nunca observados. Espanha não produzia leite de vaca, hoje, é exportador do
mesmo à custa das quotas leiteiras que destruíram grande parte do sector
leiteiro em Portugal.
Por isso tivemos a
destruição da nossa agricultura e das pescas, virando-nos para a especulação
financeira, pois não temos tecido empresarial para investir no médio e longo
prazo, mas, unicamente para retirar dividendos imediatos.
Daí foi um salto, para o descalabro dos
bancos, com exemplo graves, como o BPN, o BPP e por último o BES.
“Dou-te 14 milhões, mas por
outro lado devo à tua instituição 80 milhões.” Foi
nesta base de favores e influências que se permitiram roubos descarados, ao
erário público, porque são os portugueses a pagar estes devaneios financeiros.
Entretanto, acabámos assaltados por um governo de características
neo-liberais comunista.
Neo-liberais porque defendem
a todo o custo a venda por meia dúzia de patacas do sector empresarial
nacional, nem que seja necessário destruí-lo primeiro, para justificar os
actos, como é o caso do SNS, onde um ministro se dá ao direito de advogar que
700 mortos, nas urgências, dos Hospitais, em Janeiro, não tem nada de anormal.
Sabemos de antemão que ele e
a família não estão nesta longa lista, porque a reacção seria outra. Mas,
entretanto, já se iniciaram negociações, para que o sistema privado de saúde
possa substituir o Estado nas suas lacunas. Belo argumento. Primeiro destrói-se,
depois reconstrói-se.
Venderam-se as empresas que
geravam dividendos ao Estado, como a EDP, a PT, e por aí fora. Só não se vendeu, ainda,
as Berlengas, porque só produz merda de gaivota.
Comunistas, porque assaltam
os portugueses com impostos que quando não são pagos dão origem imediata a
execuções fiscais. E primeiro pagas e depois reclamas. É o mesmo que seres
primeiro preso e depois defendeste. (prisão preventiva, na maioria dos casos).
Ainda, agora, assistimos à penhora de um vencimento por uma divida de 50 cêntimos.
Estado pidesco, policial e terrorista.
Serão os Alemães invejosos
dos restantes países da Europa mediterrânica? Querem vingar-se de alguma coisa?
Ficaram traumatizados com as consequências imediatas da II Guerra Mundial?
Em 1945, o último bastião da
resistência nazista na Alemanha entrou em colapso, o III Reich deixou de
existir e o país ficou sob o controlo militar dos Aliados. Mesmo antes desta rendição final, os Aliados
já se haviam dado conta de que um de
seus problemas mais graves seria o que fazer com a economia alemã.
Durante a Segunda
Conferência de Quebec, em Setembro de 1944, tanto Franklin Roosevelt quanto
Winston Churchill concordaram em criar um programa para "eliminar as
indústrias bélicas do vale do Ruhr e do Sarre... visando converter a Alemanha em um país primariamente
agrícola e de carácter bucólico." Pois é exactamente o que fizeram
connosco, até agora. Isso passou a ser conhecido como o Plano Morgenthau, em
homenagem ao Secretário do Tesouro americano Henry Morgenthau, o mais fervoroso
defensor de tal ideia.
Como foi um fiasco completo
que originou uma queda brutal da economia, substituindo a produção e a o normal
mercado de compra e venda, passou-se a viver no escambo ou seja permuta. Até a
industria comprava matéria prima com o método do escambo. Já falta pouco em
Portugal, para isso acontecer. Qualquer dia temos os proprietários de ferro
velho a largar mercadoria à porta das finanças ou agricultores a pagar impostos
com couve-flor.
Temos vindo a assistir, ao
fenómeno que aconteceu na Alemanha, da inflação reprimida. A economia alemã continuou
definhando ao longo de 1946 e 1947, incapaz de começar a apresentar qualquer
sinal de recuperação. Pudera: os Aliados haviam mantido intacto praticamente
todo o sistema de controlo económico dos nazistas. Isso porque eles não chegavam a nenhum acordo
sobre o que fazer com a economia e, por conseguinte, optaram por manter o
status quo até onde pudessem. No final, provou-se impossível conciliar os objectivos
do Ocidente com os da União Soviética, o que resultou na divisão da Alemanha na
Alemanha Ocidental e na Alemanha Oriental.
Talvez seja esta a solução
para a Europa reprimida, como seja a Grécia, Portugal, Espanha ou Irlanda. Ou,
a abertura que o Sr. Dragui apresentou esta semana: "É preciso acabar com o foco na austeridade que dominou a política
económica da zona euro". A declaração é de Mario Dragui e é citada,
esta segunda-feira, pelo "Wall Street Journal". Escreve este diário que o “euro
afundou para o valor mais baixo do ano, enquanto os títulos alemães subiram
para valores recorde”.
As autoridades ocidentais
esperavam que, se os controlos fossem mantidos, com preços e salários
rigidamente congelados, a economia continuaria funcionando.
Este curioso fenómeno de
controlo directo sobre todos os preços e salários, em conjunto com uma rápida
inflação monetária, passou a ser conhecido como inflação reprimida. Infelizmente, ao se combinar os efeitos
nocivos tanto da inflação monetária quanto do planeamento estatal, o resultado
final é muito pior do que seria com apenas um deles. Há uma distorção dupla sobre
a oferta e a procura: além das distorções normais provocadas pelo planeamento
estatal e pela inflação monetária, a estrutura de preços deixa de reflectir as
mudanças no valor do dinheiro causadas pela inflação monetária. Isso leva a uma queda acentuada na produção;
a escassez torna-se inevitável. O
resultado final e inevitável é a regressão à economia de escambo (permuta). E foi exactamente isso o que ocorreu na
Alemanha.
Infelizmente, Erhard o responsável
pela a alteração da politica alemã, depois do controlo dos aliados, tinha uma
vantagem política que o mundo actual não mais usufrui. Ele teve a liberdade de abolir os controlos
que haviam sido impostos pelos Aliados; ao fazer isso, ele ganhou o apoio
político da população alemã. No entanto,
os controlos haviam sido criados originalmente pelos nazistas; os Aliados (leia-se
no contexto actual a Troika) apenas os estenderam por mais três anos após a
Alemanha se ter rendido. É mais fácil
abolir controlos estatais criados por um exército de ocupação estrangeiro do
que abolir todo um sistema de regulação que políticos nativos e eleitos
democraticamente criaram em nome do "interesse público". É
politicamente muito mais difícil efectuar acções económicas corretas e sensatas
quando, nas imortais palavras de Pogo Possum, "Conhecemos o inimigo e ele
somos nós".
E esse inimigo, os
portugueses também o conhecem…e a alternância de poder existente, vai continuar
a protelar o nosso desenvolvimento, pois as soluções que se apresentam, ultimamente,
no mercado partidário, não têm capacidade de alterar o status quo. Basta estar
atento à imprensa diária.
Antes dos problemas da
justiça e da aplicação do direito, existe a realidade social. E esta é
indiferente a qualquer partido político.